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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O RITUAL DE SACRIFÍCIO

através dos tempos 
parte 1


O sacrifício de animais é a mais antiga expressão de re-ligação com o Divino e presente em todas as civilizações da Terra, tendo sido praticado em todos os continentes. Este ritual data da época em que, segundo os mitos, os “deuses habitavam a Terra” e ensinaram aos humanos esta forma de conexão e culto à Divindade Suprema através das suas múltiplas formas de expressão.



Sua prática é historicamente conhecida dentre egípcios, gregos, romanos e todos os povos do Mediterrâneo e do Oriente Médio.
Tendo como base achados arquelógicos, podemos constatar que na totalidade das civilizações das Américas, do Alasca à Patagônia, a prática dos sacrifícios animais foi uma constante. Incas, maias, astecas, nos seus períodos de franca decadência, recorreram também a oferendas humanas. Aliás, a prática sacrificial dos povos derrotados em guerra foi uma constante em quase todas as civilizações da Terra, inclusive dentre as diversas etnias do nosso atual Brasil.

O Yajurveda, um dos quatro Vedas, contém grande parte da liturgia e dos rituais necessários para a prática religiosa hindu, incluindo os ritos sacrificiais. No período de 1000 a 800 a.C., o Hinduísmo passou a basear seu sistema de crenças na constante necessidade de sacrifícios. A população podia consumir a carne apenas de animais abatidos por sacerdotes. Neste período surgiu no Hinduísmo o sistema de castas, o conceito de Carma, reencarnação e a concepção de que almas animais podiam evoluir até a condição humana.
Textos como o Ramayana e outros demonstram que os sacrifícios de animais eram comuns na prática religiosa hindu. Mais tarde, com o advento de novas concepções religiosas, os sacrifícios foram abandonados, em sua maior parte. Por não ser, no entanto, uma religião organizada, o Hinduísmo permite uma variedade de rituais nitidamente destoantes. Enquanto que na maior parte dos lugares os Templos abriguem animais desamparados e os devotos lhes ofereçam alimentos como parte de seu rito, em outras regiões cadáveres humanos expostos acabam sendo consumidos pelos mesmos animais por eles preservados.
Devido a profunda ignorância em que decaíram muitas concepções religiosas no seio das populações mais primitivas da Índia, de vez em quando ocorrem intervenções policiais detendo pessoas que tentam oferecer sacrifícios humanos, principalmente à deusa Kali.
É um ironia que, justamente na terra que, para todos os efeitos, prega o vegetarianismo e a não violência (embora seja, na prática, onde sangrentos distúrbios determinem a tônica política) degenerações desta ordem se manifestem.
Sacrifícios eram, e por vezes ainda são, também praticados no seio das antigas religiões da Ásia. Confúcio descreve a existência de sacrifícios na China do século VI a.C.
No Islam, o período de peregrinação à Mecca (Hajj) é marcado por um rito sacrificial denominado Eid-ul-Adha (comemoração do sacrifício). Este sacrifício lembra que Abraão esteve prestes a sacrificar seu filho (que, de acordo com a tradição muçulmana não era Isaac, mas Ismael) e, passando na prova de obediência a Deus, acaba oferecendo um animal surgido de repente mediante intervenção divina. Na peregrinação, quem tem condições leva um cabrito, uma cabra, uma ovelha, um camelo ou uma vaca, para serem sacrificados. A carne destes sacrifícios é compartilhada com a família e os amigos e um terço é dada aos pobres. Todos estes preceitos estão contidos na Surata Al-Hajj (o capítulo do Al-Corão que trata da peregrinação a Mecca).
No Al-Corão (22:37) está explicado que Deus não se beneficia da carne nem do sangue dos animais que são sacrificados, mas que a fé do devoto e sua boa intenção é que são considerados. O animal deve ser abatido tendo sua jugular cortada e seu sangue drenado. Não é permitido supliciar o animal. Só assim esta carne é considerada “halal” - própria para consumo.
O sacrifício animal sempre existiu entre os hebreus, muito antes da entrega da Torah (Lei recebida por Moysés no Monte Sinai). Caim e Abel, Abraão e filhos, Noé e família, todos ofereciam sacrifícios. Quando as leis de sacrifício foram entregues aos filhos de Israel na Torah, a pré existência de um sistema de oferta de sacrifício foi então regulamentado e praticado no Templo de Jerusalem. Esta prática foi interrompida no ano 70 da era atual, devido à destruição do Templo pelos romanos.
Como a Torah autoriza os rituais de sacrifício exclusivamente naquele local (Deut. 12:13-14), sòmente com a chegada do Messias e o conseqüente restabelecimento deste local de culto, os sacrifícios poderão ser retomados. Como o Judaísmo não reconhece poder centralizado, certa vez um grupo de rabinos emitiu parecer para a prática de sacrifícios em outro lugar e algumas comunidades retomaram esta prática em ocasiões específicas.
No entanto, a maioria baseou-se na Torah para se pronunciar contra e os sacrifícios rotineiros cessaram. Por enquanto os judeus realizam serviços de oração para a vinda do Messias, a restauração do Templo e o restabelecimento dos rituais que a Torah preconiza, incluindo os sacrifícios.
Os judeus procedem hoje o ritual de abate de animais para alimentação da mesma forma respeitosa com que realizavam os sacrifícios, com rezas e uma lâmina afiada que cause morte rápida e indolor.


Vamos encontrar na Lei judaica os três conceitos fundamentais subjacentes ao sacrifício (Korban) que norteiam as Leis de sacrifício também nas religiões africanas atuais : doação, substituição e louvor.
O primeiro aspecto é a doação: o sacrifício exige a renúncia de algo que de melhor pertence à pessoa que está ofertando. Assim , os sacrifícios são realizados com animais domésticos que sirvam para alimentação. Animais selvagens estão excluídos, por não constituírem patrimônio. Os objetos de sacrifício devem ser fisicamente perfeitos, sem marcas ou lesões, preferivelmente jovens e sadios.
Também a oferta de alimentos, na forma de cereias (minchá) e derivados, por exigirem trabalho / sacrifício no seu preparo. Representa a devoção dos frutos do trabalho do homem para o seu Criador, algo obtido e confeccionado através do seu próprio esforço. Dentro deste mesmo princípio há também a oferta de bebida (nesekh) .
O de substituição é a idéia de que o objeto que está sendo oferecido é um substituto para a pessoa que faz a oferta. A oferta substitui o ofertante em sistema de troca. Trata-se de um procedimento bem comum nos rituais de Magia.
O terceiro é a idéia de reverência e homenagem, com a finalidade de estabelecer aproximação com o Divino, como gesto de amor de gratidão. Esta oferenda, ao invés de ser consumida como alimento é completamente queimada no altar exterior, pois representa a completa submissão à vontade de Deus, expressando o desejo de comunhão com Ele.
Embora o Cristianismo, ao se estabelecer como religião, não tenha adotado sacrifícios animais como prática ritual, os cristãos primitivos, sem dúvida, praticavam sacrifícios no Templo de Jerusalém até a sua destruição.
Jesus e seus pais quando se dirigiram ao Templo (no conhecido episódio em que ele discutiu a Torah com os sacerdotes), para lá se encaminharam com a intenção de participar do ritual da páscoa (Pessach), que òbviamente incluía o oferecimento de um animal para sacrifício.
Há, no entanto, resquícios de práticas sacrificiais na tradição católica ibérica como podemos verificar na selvageria das touradas e nos “sacrifícios” humanos impostos pelo Santo Ofício, à título de expiação de pecados.
A teologia cristã estabeleceu que todos os sacrifícios teriam sido substituídos pelo sacrifício de Jesus na crucificação e a mera fé neste fato conduz o devoto à sua salvação. No entanto, o culto e a eucaristia são práticas que remontam ao sacrifício, representando o vinho o sangue e a hóstia a oferenda de carne ( no caso católico). O simples fato de Jesus ter sido considerado uma oferenda válida, demonstra, porém, que o Cristianismo aceita, teologicamente, a validade dos sacrifícios.
Com efeito, sem a idéia de que Jesus serviu como cordeiro sacrificial para expiar os pecados do mundo, o Cristianismo ficaria destituído do seu sentido de existência.

http://elianehaas.blogspot.com/2010/07/o-ritual-de-sacrificio-atraves-dos.html

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