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ORIXÁS, UMBANDA E CANDOMBLÉ

POR AMOR AOS ORIXÁS - ANO III

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

IKÚ E A ANCESTRALIDADE

O Deus que possui a função de exercer o poder da morte chama-se Iku, trata-se de uma dinvidade masculina, não existe culto direto a Iku e por esta razão ele deve ser cultuado através dos mortos, masculinos ou femininos, por Orô ou Iyámi, por Egúngún ou Elerikô. Afirma a tradição que Iku começou a matar depois que viu sua mãe ser espancada e morta na praça do mercado, sendo depois dominado por seus que conseguiram que ele comesse o que lhe era proibido. Quem ensinou como anular a atividade de Iku, foi sua mulher chamada Olójòngbòdú. Nos conta assim, um fragmento do verso do Odù Òyèkú Méjì: "....Quando Ìfá falou sobre Olójòngbòdú, a mulher de Ìkú que foi chamada logo cedo pela manhã, foi perguntado o que seu marido não poderia comer, que o tornasse incapaz de matar outros filhos das pessoas? ela disse que Ìkú, seu marido, não poderia comer ratos,pois se comesse, suas mãos tremeriam sem parar; Ela disse que Ìkú, seu marido, não poderia comer peixe, poi se comesse, seus pés tremeriam sem parar ; Ela disse que Ìkú, seu marido, não poderia comer ovo de pata, pois se comesse, ele vomitaria sem parar..." Outro método de enfraquecer a atividade de Ìkú é registrado no oráculo de Ifá, através do modo como Èsù subornou o filho de Ìkú, para que este revelasse o modo como Ìkú matava, Omòikú então revela que seu pai, matava através de sua clava, tornando-se fraco sem este instrumento, o qual Èsú com a ajuda do Ijàpàá, esconde. "... Ijàpàá gbé òrúkú l'owó ikú..." ( o cágado retira a clava das mãos de Ìkú ). Posteriormente, Ìkú faz um pacto com Òrúnmilá, através da condição dele ajudá-lo a recobrar a sua clava; então, Ìkú só levaria antecipadamente aqueles que não se colocassem sobrê a proteção de Òrùnmilá. Outro texto do Odù Ìròsùnsè, nos conta como Orí e Òrùnmilá, impediram a atuação de Ìkú sobre a cabeça de alguém.

http://obakeloje.webs.com/exueancestralidade.htm

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

POR QUE "FAZER O SANTO", NA SANTERIA

Escrito por Osvaldo Shangó

Todas as pessoas existentes no nosso planeta não estão destinadas a "fazer santo" o kari osha como e a sua autentica denominação em dialecto arausa. Só algumas pessoas específicas, que são orientadas invisivelmente para este sagrado passo. O fazer santo não leva a pessoa a deixar de ser como e, ou que tenha que modificar drasticamente os seus hábitos de convivência social. Nem renunciar a sua condição humana natural, como assim sucede com os Sacerdotes Católicos e outros Sacerdotes de líneas mais exigentes.
Todo ao contrario.

Quem chega a esta sagrada união experimenta gradualmente muitas mudanças ou modificações em todo seu redor, na sua saúde e na sua psicologia, todo isto a favor do interessado, convertendo-se em um ser pleno, socialmente útil, com um guia que lhe levará por toda a sua vida com mais conhecimento dos eventos que estão por acontecer no seu percurso. Geralmente quem tem que "fazer santo" e pelas seguintes razoes:

1.- Por destino, karma ou cumprimento espiritual.
2.- Por desordens emocionais, físicos e sociais extremamente incontroláveis.
3.- Por estabilidade peral na sua vida.
4.- Para evitar perigos inesperados marcados no seu destino.
5.- Por amor e entrega-se a uma missão.
6.- Por protecção em geral.

Todo Olosha ou Santeiro quando se inicia, experimenta, gradualmente, uma mudança e metamorfose total na sua vida, que vai desenvolvendo paulatinamente e em silencio durante os cinco anos posteriores a sua iniciação. Vai alcançando a harmonia amealhada através de disciplinas, fórmulas e conselhos que se oferecem como Sacerdote. A vida muda favoravelmente em todas as ordens.

É um soberano erro crer que quando chega esta união está protegido absolutamente de todos os eventos marcados e irreversíveis no nosso destino individual. A Santeria, se envolve num apoio que sustêm para evitar os efeitos danosos que esses eventos, mas não para retira-los radicalmente de nossas vidas. Tampouco serve para tapar feitos ou atitudes anti sociais. A Santaria tem poder para mudar os maus hábitos, não para suster ou aprovar com cumplicidade.

Muitos crêem, erradamente, que fazendo santo transforma-se em super-homem ou super mulher e isto não e certo. Quem propaga esta lamentável informação propagandística, só engana e transmite uma falsa imagem de nosso ofício místico.

A Santaria está para criar, como mãe Absoluta do Misticismo Yoruba, a homens e mulheres socialmente úteis e para estabelecer uma ordem que proporcione equilíbrio e uma felicidade especial, sem se saber entender os códigos e normas a que estamos sujeitos todos os seres humanos neste plano terreno.

A Santaria, facilita igualmente, com todo o interior, um crescimento espiritual incomparável que faz o ser humano que admite uma personalidade diferente ao comum denominador existente.

Osvaldo Shangó e traduzido por Oni Olorum
http://www.centroanastacia.com/news/santaria_fazersanto.htm

PRECEITOS DO BORI

PRECEITOS APÓS EBÓS E BORI

Não comer carne vermelha
Não comer frios
Não tomar café
Não tomar coca cola
Evitar também frutas acida exemplo o abacaxi...
Não comer carne de porco nem seus derivados
Não passar debaixo de escadas ou arame farpado.
Procurar usar roupas de cor clara.
Cobrir a cabeça (lenço ou boné) para sair no sereno, sol, chuva, evitando também horas de pico 03Hrs, 6Hrs, 12Hrs, 15Hrs, 18Hrs, 00Hrs.
Não ir a cemitérios, hospitais, farmácias, bares, igrejas, salões de festas.
Não beber bebidas alcoólicas e jamais fazer sexos.
Não falar palavrões e pensamentos ruins.
Antes de dormir rezar e depois que for levantar-se também.
Não comer pimentas ou condimentos fortes como azeite de dendê, óleo de pequi.
Não sentar imediatamente quando uma pessoa se levanta.
Não cumprimentar pegando nas mãos ou abraçar pessoas durante o preceito.
Se for fumante evitar fumar em lugar fechado.
Não assobiar e nem estralar os dedos.
Evitar banhos muito quentes na cabeça.
Em caso de precisar ir a hospitais ou farmácias, após entrar em contato com seu zelador.

http://paitandy.no.comunidades.net/index.php?pagina=1762775259

terça-feira, 20 de novembro de 2012

ORIKI À EXÚ

Oriki Esu


Èsù òta òrìsà.
Exú, o inimigo dos orixás.
Osétùrá ni oruko bàbá mò ó.
Osétùrá é o nome pelo qual você é chamado por seu pai.
Alágogo Ìjà ni orúko ìyá npè é,
Alágogo Ìjà é o nome pelo qual você é chamado por sua mãe.
Èsù Òdàrà, omokùnrin Ìdólófin,
Exú Òdàrà, o homem forte de ìdólófin,
O lé sónsó sí orí esè elésè
Exú, que senta no pé dos outros.
Kò je, kò jé kí eni nje gbé mì,
Que não come e não permite a quem está comendo que engula o alimento.
A kìì lówó láì mú ti Èsù kúrò,
Quem tem dinheiro, reserva para Exú a sua parte,
A kìì lóyò láì mú ti Èsù kúrò,
Quem tem felicidade, reserva para Exú a sua parte.
Asòntún se òsì láì ní ítijú,
Exú, que joga nos dois times sem constrangimento.
Èsù àpáta sómo olómo lénu,
Exú, que faz uma pessoa falar coisas que não deseja.
O fi okúta dípò iyò.
Exú, que usa pedra em vez de sal.
Lóògemo òrun, a nla kálù,
Exú, o indulgente filho de Deus, cuja grandeza se manifesta em toda parte.
Pàápa-wàrá, a túká máse sà,
Exú, apressado, inesperado, que quebra em fragmentos que não se poderá juntar novamente,
Èsù máse mí, omo elòmíràn ni o se.
Exú, não me manipule, manipule outra pessoa.


Oríkì fún Èsù

Èsù òta Òrìsà.
Osétùrá ni oruko bàbá mò ó.
Alágogo Ìjà ni orúko ìyá npè é,
Èsù Òdàrà, omokùnrin Ìdólófin,
O lé sónsó sí orí esè elésè
Kò je, kò jé kí eni nje gbé mì,
A kìì lówó láì mú ti Èsù kúrò,
A kìì lóyò láì mú ti Èsù kúrò,
Asòntún se òsì láì ní ítijú,
Èsù àpáta sómo olómo lénu,
O fi okúta dípò iyò.
Lóògemo òrun, a nla kálù,
Pàápa-wàrá, a túká máse sà,
Èsù máse mí, omo elòmíràn ni o se.



Oríkì para Exú

Èsù, o inimigo dos orixás.
Osétùrá é o nome pelo qual você é chamado por seu pai.
Alágogo Ìjà é o nome pelo qual você é chamado por sua mãe.
Èsù Òdàrà, o homem forte de ìdólófin,
Èsù, que senta no pé dos outros.
Que não come e não permite a quem está comendo que engula o alimento.
Quem tem dinheiro, reserva para Èsù a sua parte,
Quem tem felicidade, reserva para a Èsù sua parte.
Èsù, que joga nos dois times sem constrangimento.
Èsù, que faz uma pessoa falar coisas que não deseja.
Èsù, que usa pedra em vez de sal.
Èsù, o indulgente filho de Deus, cuja grandeza se manifesta em toda parte.
Èsù, apressado, inesperado, que quebra em fragmentos que não
se poderá juntar novamente,
Èsù, não me manipule, manipule outra pessoa.



Oríkì fún Èsù

Èsù pèlé o, okanamaho, ayanrabata awo he oja oyinsese,
seguri alabaja, olofin apekayu, amonise gun mapo
Nko o
Èsù, ba nse ki imo
Èsù, keru o ba onimimi
Èsù, fun mi ofo ase mo pele Òrìsà
Èsù, alayiki a juba
Àse

Oríkì para Exú

Elogiado é o espírito do mensageiro divino
Mensageiro Divino, eu chamo a você por seus nomes de elogio
Mensageiro Divino guia minha cabeça para minha rota com destino
Mensageiro Divino, eu honro a sabedoria infinita
Mensageiro Divino, ache lugar onde submergir meus sofrimentos
Mensageiro Divino, dê força para minhas palavras de forma que evoque as forças da natureza fortemente
Mensageiro Divino, nós pagamos nossos cumprimentos dançando em círculo
Axé



ISURE ÒRÌSÀ ÈSÙ

IBA ÈSÙ LA ALU

ÈSÙ, ÒGÁ ONIILU

ATÓBÁJAÍYE, ELESO ÒGÚN

OTÍLÍ LÓÒGÚN,

ALÁGADA ÉYÉ,

OROKO-NI-OJO-EBO-LE,

ÈSÙ TÁBIRÍGBONGBON,

ABÓNIJÀWÁ-KUMO,

ÈSÙ, OLAFE, ASENI-BÁNI DÁRÒ,

ÈSÙ, IWO LO SE BABALAWO,

OJÓ MÉTÀDÍNLÓGÚN LÓ GBÉ ÓDÒ OYA,

ÈSÙ, MA SE MI, OMO ÉLÈMIRÀN NI O SE,

ÈSÙ, MA SE MI LU ENÌA, MA SE ENIA LUMI,

ÈSÙ, KI NKAN MA SE OMO MI,

ÈSÙ, KI NKAN MA SE AWON ARA ILE MI,

MA JEKI A RI ÌJÀ RE,

ÌWO LO SE OBA TÌ WON TI YO LÓYE,

ÌWO LO SE IYAWO, TI O FI KO OKO RE SILE,

ÈSÙ MA SE MI, OMO ÉLÒMÍRÀN NI O SE.

ÌWO LO SE ENIA TO FI BINU SOKU,

ÌWO LO SE ENIA TO DI KO SÓDÒ,

ÈSÙ MA SE MI, OMO ÉLÒMÍRÀN NI O SE.

ÌBÙKÚN PUPO NI EMI FE LODO RE.

ÈSÙ, ÌWO NI ILERA,

ABO, IGBEGA, IRE, ÒRÒ BEM LÓWO RE,

JÒWÓ KI O WA FUN MI NI NKAN WONYI.

ÈSÙ ELEGBARA, GBO MI KÌÁKÌA.

ÈSÙ MA SE MI, OMO ÉLÒMÍRÀN NI KI O SE.

ASE TI ELEDUNMARE

ELEDUNMARE ASE.



Èsù eu te saúdo.

Èsú homem forte na cidade, pessoa suficiente para ficar no lado em toda a vida.

Pessoa que tem frutas medicinais.

Você que monta cavalo de banheiro para entrar no quarto, você que tem medicina forte.

Você é uma pessoa que vai embora quando o sacrifício ficou estragado.

Você que acha um bastão para aquele que briga.

Èsù, o apitador que dá danos na gente, ainda simpatiza conosco.

Èsù, você quem provocou Babaláwo e fez ele ficar na casa de Oya por dezessete dias.

Èsù, não me faça mal no filho do outro.

Èsù, não me provoca contra qualquer pessoa e não provoca as pessoas contra mim.

Èsù, para nada acontecer para os meus filhos.

Èsù, para nada acontecer para minha família.

Não deixa ver a sua raiva, você quem provocou o rei para sair do trono.

Você quem provocou a esposa a deixar seu marido.

Èsù não faça mal, faça mal no filho do outro.

Eu quero prosperidade de você, Èsù, você que é o dono de saúde, proteção,

Promoção, bondade e prosperidade, por favor, me dê tudo isto.

Èsù Elegbara (Senhor do poder), me ouve depressa, Èsù, não me faça mal, faz mal nos filhos dos outros.

Axé do Senhor Supremo.

Benção do Senhor Supremo.

http://obakeloje.webs.com/exueancestralidade.htm

sábado, 10 de novembro de 2012

HIERARQUIA SACERDOTAL NO CANDOMBLÉ BANTU

Divisão Sacerdotal no Brasil

                                           

Lingua                            Kimbundo                                  Kicongo
Sacerdote                       Tat’etu ria mukixi                     Nganga-a-nikisi
Sacerdotisa                    Mam’etu ria mukixi                  Nengua-a-nkisi
Pai Pequeno                  Tat’etu ndenge                           Nganga       ndumba
Mãe Pequena                Mam’etu ndenge                        Nengua       ndumba
Homens confirmados   Kambundo ou Kambondo
Feiticeiro                        Kimbanda
Pai Sagradas Folhas    Kisasba
Pai do Altar                   Tata Utala
Sacrificador Animais    Kambondo poko Kivonda
Tocador                          Muxiki                                         Kuxika ia ngombe
Cantador                        Njimbidi
Responsável Casa         Kambondo mabaia
Mulheres confirmadas  kota
responsavel divindades Kota mbakisi
pinturas corporais          Hongolo matona
atende  iniciados            kota ambelai
toma conta de tudo       Kota kididii
comidas sagradas          Kota rifula
as (os) mais antigas       Mosoioio

título alcançado após a obrigação de 21 anos   Kota maganza
designa a pessoa durante a fase iniciatória Uandumba
designa a pessoa não iniciada Ndumbehttp://www.maze.kinghost.net/candomble.aspx?id=bantu

sábado, 20 de outubro de 2012

LOÔROGUN

O Lôorogun é uma cerimônia fechada, ou seja, somente participam os filhos da casa.
Consiste no “fechamento” do Egbé durante a Quaresma.

Este ritual evita que forças negativas atinjam o Egbé e os filhos-de-santo, que deverão permanecer resguardados durante este período.

Para que se realize o Lôorogun são necessários os seguintes procedimentos:
- Todos devem chegar cedo ao Egbé e tomar o banho de costume;
- É indispensável a participação de todos os filhos-de-santo;
- Preparar um grande Ebó com todos os tipos de comida;
- Agradar Exu e Egun;
- Todos deverão agradecer seus Orixás e;
- Todos os Orixás deverão permanecer acesos durante a quaresma.
É evidente que todo Egbé possui seu ritual próprio e isto de ser respeitado.
A realização do Lôorogun é indispensável em um Egbé,pois o Axé é a fonte da realização
e do poder e uma vez abalado todos serão atingidos e responsáveis. Se o indivíduo se diz
filho-de-santo, às vezes com orgulho exagerado, deve saber que possui direitos e
OBRIGAÇÕES.
O final desta cerimônia é marcado pela manifestação de todos os Orixás nos filhos-desanto,
que são a seguir recolhidos ao Roncó, de onde sairão com as respectivas folhas de
cada Orixá incorporado na palma da mão e comidas cruas dentro de uma sacola branca de
murim.
Na saída dos Orixás canta-se:
“O Lôorogun eu
O lôorogun já já
Acajá loni ago man sãn
O loôrogun já já”. (Bis)
Os Orixás fazem um sacudimento em todos os presentes e distribuem as comidas. Os
Ogãs e todas as demais pessoas que não estão incorporadas retiram os enfeites do Barracão
e colocam em um cesto junto com as folhas que foram usadas no sacudimento. Tudo será
despachado em lugar determinado pelo Babá.
Todos deverão levar flores para ofertar aos Orixás após a realização do sacudimento.

http://www.lendas.orixas.nom.br/classificados/ebooks/013_cursodeintroducaoaocandomble.pdf

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

BABA EGUNS

ALGUNS BABA EGUNS QUE VEM NOS CAMINHOS DOS ORIXÁS


BABA EGUN LAPORIÓ - Este Baba Egun vem nos caminhos de Exú. É um egun muito perigoso
quando não cultuado de acordo com suas vontade e fundamentos é trabalhador, gosta de limpar os
caminhos das pessoas, tira doenças e feitiços.Costuma trazer sorte nas loterias.

BABA EGUN SENGRÉ - Este Baba Egun vem pelos caminhos de Ogún, muito guerreiro e não foge a
uma luta para tirar seus protegidos das perseguições, ajudam muito os militares, policiais desde que
estejam corretos, quando se zanga pode colocar pessoas na cadeia quando estas cometem atos
incorretos.

BABA EGUN OKIN - Este Baba Egun vem nos caminhos de Òxóósi, traz fartura é caçador, gosta de
ser bem tratado, gosta de comer espigas de milho enfeitadas com fitas coloridas, mingau de farinha de
acaçá doce, frutas doces, acaçás passados no açúcar cristal; seu axó é feita do couro do leopardo.

BABA EGUN BAKABAKA - Este Baba Egun vem nos caminhos de Omolú, quando bem tratado gosta
de tirar as moléstias das pessoas, pragas, perseguições de quiúmbas e quando aborrecido traz doenças
é muito feiticeiro costuma tirar as feitiçarias de todos aqueles que lhe pedem.

BABA EGUN ALAMPALÁ - Este Baba Egun vem pelos caminhos de Òya e Obaluawe, traz muita
prosperidade, gosta de participar dos ebós, abre caminhos e vence demandas.Quando se da comida a
ele costuma aparecer um vento tipo rodamoinho marcando a sua presença. É carregador de ebó e
acorrenta os quiúmbas que costumam perseguir ás pessoas.

BABA EGUN XEMBÉ - Este Baba Egun vem nos caminhos de Oxumarê, traz riquezas, progressos, dar
intuições artísticas, livra quem lhe pede ajuda das traições. Quando come as pessoas costumam ouvir
o sibilar da cobra.

BABA EGUN BAMBUXÊ ADINÔMODO - Este Baba Egun vem pelos caminhos de Xangô, livra as
pessoas de problemas de justiça e das injustiças que aparecem no dia a dia da vida de cada ser
humano. Ajuda os políticos e pune quem não cumpre corretamente seus afazeres dentro da política e
da justiça. È muito bom quando bem tratado.

BABA EGUN OMITODÔ - Este Baba Egun vem nos caminhos de Iyemonjá, também se ouve falar
que vem nos caminhos de Osún.Protege contra enchentes e maremotos, quando bem tratado
costuma trazer riquezas, esse Baba egun protege os viajantes por mar. Quando come o mar
fica agitado.

http://www.lendas.orixas.nom.br/classificados/ebooks/013_cursodeintroducaoaocandomble.pdf

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

AS RELIGIÕES TRADICIONAIS DA ÁFRICA

As religiões tradicionais africanas também referidas como religiões indígenas africanas, englobam manifestações culturais, religiosas, espirituais e indígenas no continente africano, há uma multiplicidade de religiões dentro desta categoria.

Envolvem ensinamentos, práticas e rituais que fazem a estrutura das sociedades nativas africanas, refletem concepções locais de Deus e do cosmos. Mesmo dentro de uma mesma comunidade, pode haver pequenas diferenças de percepção do sobrenatural.

São religiões que não foram significativamente alteradas pelas religiões adotadas mais recentemente (cristianismo, islão, judaísmo e outras).
Estima-se que estas religiões sejam seguidas por aproximadamente 100 milhões de pessoas em todo território africano.

Os africanos tradicionalistas quase sempre reconhecem a existência de um Deus Supremo como um "Demiurgo" que criou o Universo (Olodumare, Olorun, Ifá, etc).


São definidas em grande parte por linhagens étnicas e tribais, como a religião yoruba da África Ocidental sendo a mais influente.

Religiões tradicionais africana na DiásporaUma parte da Mitologia Africana foi levada para as Américas pelos africanos escravizados, as que mais se tem notícia são:
a mitologia fon daomeana,
mitologia yorubá,
mitologia igbo,
mitologia fanti,
mitologia ashanti,
mitologia angola,
mitologia congo,
mitologia bantu, que mais tarde tornou-se uma mitologia mestiça nas religiões afro-americanas,
religiões afro-cubanas,
religiões afro-brasileiras.

A mitologia fon daomeana que cultua os Vodun no Vodun da África Ocidental
foi para as Américas e Caraíbas formando assim as religiões do Vodou haitiano no Haiti e República Dominicana,
Regla de Arará em Cuba,
o Voodoo nos Estados Unidos,
Obeah na Jamaica e Trinidad e Tobago,
Winti no Suriname,
e o Candomblé Jeje no Brasil.

A mitologia congo
é mais frequente ser encontrada na diáspora africana de diversos países,
na Kumina da Jamaica,
na Regla de Palo em Cuba,
noa Voodoo dos Estados Unidos
e no candomblé bantu no Brasil.

A mais conhecida é a dos Orixás mitologia yorubá,
onde se encontra a gênese de religiões como
a Santeria ou Lukumí através da Regla de Ocha,
Candomblé ketu e de várias nações,
Xangô do Nordeste,
Batuque,
Xambá,
Omolokô,
Umbanda (e suas vertentes),
Quimbanda e outras.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%B5es_tradicionais_africanas

sexta-feira, 20 de julho de 2012

AVEJI DA

Ligadas as tempestades, raios, furacões, redemoinhos, ciclones, tufões, maremotos, erupções vulcânicas, aos ancestrais e a guerra, todas as Voduns guerreiras são conhecidas como Aveji da. Até mesmo Oya dos yorubanos, é assim denominada em território daometano.

Erroneamente, no Brasil, algumas pessoas feita de Oya se intitulam filhas de Vodum Jò. Digo erroneamente porque Oya é um Orixá yorubano e Vodum Jò é um ToVodum do panteão de Aveji-da, assim como Jò Massahundo também.

Aveji-da é o Deus/Deusa das tempestades e dos ventos.

Podemos encontrar as Aveji-da tanto na família Dambirà quanto na família Heviosso.

As Aveji-da, da família Dambirà estão ligadas diretamente ao cultos dos akututos, sendo que cada uma tem sua função. Algumas reinam na fronteira do djenukom com o aikungúmã, outras nos ekúchomê, outras no hou, ôtan e tódôum., outras em humahuan, outras junto com Naê Nana, outras junto aos kpame e "possuídos" - essas, "talvez", sejam as que mais trabalham (opinião minha) - outras se encarregam, junto com Exu, de levar os ebós e pedidos feitos pelo povo encarnado e desencarnados, a quem de direito e tentam trazer as soluções para cada um - normalmente conseguem. Enfim, é uma infinidade de atribuições que essas Voduns têm, todas sempre em prol daqueles que pedem e precisam do auxílio delas, sejam encarnados ou desencarnados.

Todas essas Voduns, são temidas e respeitadas por akututòs. Elas têm todos os poderes sobre o reino dos mortos e junto com Sakpata e Nae Nana, controlam a vida e a morte.

As Aveji-da da família Heviosso, estão mais ligadas aos fenômenos da natureza, como o furacão, ciclone, maremotos, erupções vulcânicas, etc. onde os eguns recém desencarnados nesses fenômeno são encaminhados imediatamente por elas as Guerreiras dos cultos de akututòs, pois Heviosso e demais Sobos não abrem suas portas para ekùs, dessa forma o trabalho delas tem que ser rápido e eficiente, para não contrariar o grande Heviosso.

Contam os velhos Vodunos e Bakonos que a fúria de Aveji-da e de Heviosso contra as heresias humanas é que provocam esses fenômeno onde muitos sucumbem. Nessas ocasiões é que devemos recorrer a Velha Vodum Guerreira que com sua sabedoria e magia sabe aplacar a fúria dos deuses e acalma-los.

Essa Velha Vodum Guerreira mora junto com as demais Yamis e todas as Aveji-da prestam culto a mesma e tomam seus conselhos e usam sua magia quando precisam. Ela é um velha Aveji-da que se esconde nas sombras e adora a noite. Os pássaros são seu encanto. Junto com Ágüe visita os kwes em sua rondam noturna e se encontrar demandas ela ai se detem nos para ajudar ou cobrar. A fúria dessa Vodum destrói os inimigos e fecha um kwe. Dificilmente um kwe fechado por ela consegue se reerguer. Somente através de Baba Egum se consegue chegar a ela para aplacar sua fúria.

As Aveji-da são mulheres muito vaidosas, gostam do belo, adoram a natureza, apreciam quando suas filhas imitam suas vaidades. São todas muito vaidosas e autoritárias, não gostam de receber ordem de ninguém principalmente dos homens, mas quando fazem suas vontades e caprichos tornam-se dócies e carinhosas. São muito maternais, perdoam com facilidade seus filhos e os defende com toda a garra de guerreiras. Gostam de disputar com os Voduns Guerreiros quem luta melhor e esses sempre acabam cedendo aos encantos dessas mulheres que os encantam com sua magia e beleza.

As Aveji-da comem cabra ou cabrito, galinha, galo, d'angola, pombo e outros bichos. Gostam de abara, acarajé, alapadá, quiabada, inhame, peixe, acarajés recheado com quiabo - existe um infinidade de comidas para elas -

Seus apetrechos são o erugim, adaga, espada de lança curta com a ponta em forma de meia lua, faca, chicote, chifre de búfalo e de boi, fogareiro de ferro, abano de palha, abano confeccionado em tecidos finos ou pena (leque), abanos confeccionados em madeira, bonecas(fetiche), maruo... Usam todas as cores em suas vestimentas. Seus colares ou fios de conta são das mais variadas cores e formato. Gostam de todos os metais, sendo que o ferro, o cobre e a prata são seus preferidos.

Vale ressaltar que a confecção de apetrechos,vestimentas e fios de contas são determinados pelas próprias Voduns, portanto não existe uma "receita" para esses itens.

As Oyas feitas dentro do culto de Voduns aderem todas as características das nativas, porém recebem também o que lhes são de direito dentro de suas origens.

http://deboracarvalho50.blogspot.com/


Contam-se os velhos vodunos que Aveji-da (vodun) tem em seu touboumé (reino) um exército de Klamklamle que sobrevoavam os mundos e voltam para contar-lhes seus efeitos ao mesmo tempo que trazem outras Klamklamle que nada mais são do que as almas que ali irão residir.

Dizem que à própria Aveji-da quando está muito preocupada, se transforma em uma linda KlamKlam e sai pelos mundos a voar para observar melhor o djenukom (céu) e a aikungumã(campo de batalha).

Fá disse a um bakono que sempre que uma Aveji-da recebe uma oferenda, uma Klamklam parece confirmar a presença dela.

A klamklam é como Aveji-da ligeira e inconstante. Uma ligeireza sutil, de espírito viajante.

A Klamklam brincando entre as flores é uma alma da deusa nos humahuan. A deusa acompanha o guhê (sol) na primeira metade de seu curso visível até o guhemê ( meio dia). Em seguida, desce de volta à aikungumã (terra) sob a forma de uma Klamklam.

Há uma associação analógica da Klamklam e da chamam, de suas cores e do bater de suas asas tal qual a duwe (dança) de Aveji-da.

Aveji-da, assim como todas as deusas do fogo associa-se a obsidiana, uma Kpe-izó ( pedra de fogo), seu emblema.

Símbolo do fogo solar e diurno, e por isso essa razão da alma dos achólupêle (soldado) a Klamklam é também um símbolo guhê-du (sol negro), atravessando os mundos subterrâneos durante o seu curso noturno.É assim, símbolo, do fogo ctoniano oculto,ligado a noção de sacrifício, de morte e de ressurreição.É então a Klamklam, atributo das divindades ctonianas,associadas à morte.Ela ilustra ao mesmo tempo, a analogia, alma-borboleta e a passagem do símbolo à imagem.

O homem segue, da vida à morte, o ciclo da Klamklam.Ele é na sua infância, uma pequena lagarta, uma grande lagarta ,na sua maturidade, ele se transforma em crisálida na sua velhice, e em seu tumulo é o casulo de onde sai a sua alma que voa sob a forma de uma klamklam.A postura de ovos dessa Klamklam é a expressão de sua reencarnação.

Dizem os velhos Vodunos.

Ekús ete jonhù oku do bochiô na Klamklam.!
( A alma que deixa o corpo dos mortos tem a forma de uma borboleta.)

Quando uma Klamklam aparece no templo do Voduns, todos saúdam a bela Deusa do degi do johon, ( a deusa do ar e do vento) e das djizônukom (tempestade) num só grito “Ahoboboi, mikam Aveji-da.!!!”
http://www.okitalande.com.br/jeje_vodum_itans_klaklamle.htm

ABOBO (abóbó) - Comida oferecida as Aveji-Da que consiste em feijão fradinho cozido ... que foram os primeiros seres a virem à superfície da terra, oriundos de seu interior.

terça-feira, 10 de julho de 2012

A INICIAÇÃO JEJE

A casa de jêje chama-se Kwe,
e o local destinado ao culto dos Voduns é chamado Hunkpame, que é o templo onde está dentro a divindade; é chefiado por um sacerdote ou sacerdotisa, que são responsáveis pelos ensinamentos aos futuros Vodunsis.


A iniciação jêje requer um longo período de confinamento, que pode durar de seis meses a um ano de reclusão, onde um Vodunsi aprende as tradições religiosas jêje como: danças, cantigas, preparo das comidas sagradas, cuidar de árvores e espaços sagrados, votos de segredo e obediência.

As entidades são assentadas, recebem sacrifícios de animais , comidas, bebidas e outros presentes.

Os assentamentos são preparados em pedras, que representam um "imã" que tem a força do Vodun, e ficam guardadas no quarto de segredo recobertos com jarras, louças e ferramentas.

Existem, também, assentamentos em outras partes da casa e do quintal marcados por árvores como a cajazeira, ginja e pinhão branco.
È comum ter assentamentos no centro do barracão de danças.

Nos rituais antigos o contato com os voduns dependia muito da vidência das Vodunsis, e a adivinhação era feita através da interpretação dos sonhos, consulta com os Voduns e exame da luz de velas, atualmente é comum o uso dos Búzios para consultar as divindades.



As atividades religiosas requerem um extenso calendário com rituais reservados aos iniciados, e em festas públicas que duram um, três ou sete dias; no final das obrigações todos comem as comidas preparadas com a carne dos animais oferecidos em sacrifício às divindades.

Há casos em que as tradições culturais africanas resistem, mais que em outros, à mudança, mas em nenhuma instância, nem mesmo nos terreiros mais antigos e ostensivamente zelosos à suas origens, deixou de existir, contudo, se tivesse, no sul um maior interesse em pesquisar a origem dos fundamentos de cada nação é certo que achariam a ligação direta do jêje praticado aqui, com os povos do antigo Dahomé, e assim por diante.

O que sobrevive da vertente jêje como legado cultural acha-se incorporado ou associado ao acervo Yorubá, embora não se fale em Vodu no Rio Grande do Sul, certas práticas da religião do antigo Dahomé, hoje Benin, pode ser detectadas no Batuque do Rio Grande do Sul, principalmente nos terreiros que fazem parte da raiz do falecido Joãozinho de Bará (Esú Biyí).

http://www.okitalande.com.br/forum/printer_friendly_posts.asp?TID=113

quarta-feira, 20 de junho de 2012

ORIGEM DA RELIGIÃO IORUBÁ

Não se sabe exatamente se o homem pré-histórico africano desenvolvia algum tipo de religião. A maioria dos antigos povos africanos com certa rivilidade tinha a dança, a música e a oralidade (pronunciamento de certas palavras), além de pinturas como formas de contato entre os homens e os deuses. Mas não podemos utilizar estas informações para definir o caráter religioso de desenhos e formas pintadas nas paredes de cavernas de povos préhistóricos.
Entretanto pode-se pesquisar sobre os sepultamentos desses povos.
O homem de Neandertal (homo sapiens neanderthalensis2) cuidava muito bem de seus mortos, sepultando-os junto com utensílios e alimentos, o que sugere uma crença numa vida em outro mundo. Além disso, também deixa com clareza que estes povos tinham o conhecimento da inevitabilidade da morte, bem como a noção de tempo de vida.
Os africanos que viviam na mesma época também percebiam que tudo tinha uma ordem que se aplicava tanto aos animais como a eles mesmos. Tudo nascia, crescia e vivia durante algum tempo e morria. Ver que tudo e todos sucumbem à morte, poderia ter ocasionado uma série de reflexões sobre a vida deles mesmos.
Saber que as coisas tinham uma ordem, sugeria que esta ordem era de responsabilidade de alguém. Alguém invisível, mas que agia na natureza. Alguém com poderes sobrenaturais e, por conseqüência, um ser sobrenatural. Mesmo que este ser tenha características humanas.
Todos estes fatos levam a crer que o homem da época acreditava na existência de um ou mais seres sobrenaturais que causavam todos estes acontecimentos. Isto o levou a procurar ter influência sobre estes deuses para que eles pudessem ter as suas atividades diárias concluídas com êxito.
Na época Neolítica, a colheita foi aos poucos sendo substituída pela agricultura, assim como a caça pela criação de animais.
Parece óbvio que à medida que a agricultura e a criação de animais se tornam estabelecidas pela humanidade, as plantas das quais o homem e animais dependem para viver, tornam-se importantíssimas. O ciclo agrícola torna-se fator dominante para as comunidades da época e alvo das manifestações religiosas. Ainda hoje são encontrados em várias partes do
mundo festivais e ritos para assegurarem bons resultados na colheita.
Isto ocasionou uma maior dependência dos homens com os seres divinos, pois o processo agrícola é lento e independente do homem, deixando-o na passividade. Já a caça dependia muito da astúcia e da coragem do caçador, assim como de sua força e agilidade.

OS IRUNMALÉS
Para os iorubás a existência transcorre simultaneamente em dois planos: no aiê e no orum.
O aiê é o mundo material, palpável, onde vivem os ara-aiê, os seres naturais. Orum é o mundo imaterial, transcendente, onde vivem os ara-orum, os seres sobrenaturais.
Quanto ao orum, Juana dos Santos é insistente:

(...)o espaço òrun compreende simultaneamente todo o do àiyé, terra e céu
inclusos, e conseqüentemente todas as entidades sobrenaturais, quer elas
sejam associadas ao ar, à terra ou às águas, e que todas são invocadas e
surgem da terra. É assim que os àra-òrun são também chamados irúnmalè
(...) (SANTOS, 1986:72)

É no orum que se encontra Olodumaré (ou Olorum, Obá-orum, etc.), o deus supremo dos iorubás e detentor dos poderes que possibilitam e regulam toda a existência, tanto no orum como no aiê. Esses poderes foram transmitidos para os irunmalés, de acordo com suas funções.
Os irunmalés são divididos em dois grupos: os quatrocentos irunmalés da direita e os duzentos irunmalés da esquerda.
Os números assinalados não significam, para os iorubás, números regulares, limitados,mas sim, que o número duzentos represente, simbolicamente, um número grande e o quatrocentos um número muito grande.
O sentido utilizado para “direita” e “esquerda” é muito profundo e exige um estudo pormenorizado que não caberia neste trabalho. A obra de Juana dos Santos é excepcional e indispensável para essa compreensão.
No decorrer de todo o trabalho utilizarei as palavras da língua Iorubá transformadas foneticamente para a língua portuguesa, a fim de tornar mais inteligível a pronúncia por parte do leitor.

Os quatrocentos irunmalés da direita são os orixás, não os orixás como são conhecidos no Brasil, mas sim um grupo mais restrito. Seriam os orixás funfun, ou orixás do branco, mais conhecidos no Brasil como Oxalás. Na África são chamados Orixanlá (grande orixá), Obatalá (rei do pano branco), ou ainda Obarixá (rei dos orixás). São divindades relacionadas à criação do mundo e dos homens. Um mito iorubá conta como se realizou essa façanha.
Olorum-Olodumaré encarregou Obatalá, o senhor do pano branco, de criar o mundo.
Para isso lhe entregou o “saco da criação”. Obatalá foi consultar Orunmilá, que lhe recomendou fazer oferendas para ter sucesso na missão. Mas obatalá não levou a serio as prescrições de Orunmilá, pois acreditava somente em seus próprios poderes.
Oduduá, o irmão mais novo, observava tudo atentamente e naquele dia também
consultou Orunmilá. Orunmilá assegurou a Oduduá que, se ele oferecesse os sacrifícios prescritos, seria o chefe do mundo que estava para ser criado. Oduduá fez as oferendas.
Chegado o dia da criação do mundo, Obatalá se pôs a caminho até a fronteira do além onde Exu é o guardião e não fez as oferendas nesse lugar, como estava prescrito. Exu ficou muito magoado com a insolência e usou seus poderes para se vingar de Oxalá provocando-lhe uma grande sede.
Obatalá aproximou-se de uma palmeira e tocou seu tronco com seu bastão fazendo jorrar vinho em abundância, que bebeu até embriagar-se,Adormecendo na estrada, à sombra da palmeira de dendê. Quando se certificou do sono de Oxalá, Oduduá apanhou o saco da criação e foi a Olodumaré lhe contar o ocorrido. Olodumaré viu o saco da criação em poder de Oduduá e confiou a ele a criação do mundo.
“Com quatrocentas mil correntes Oduduá fez uma só e por ela desceu até a superfície de ocum, o mar. Sobre as águas sem fim, abriu o saco da criação e deixou cair um montículo de terra. Soltou a galinha de cinco dedos e ela voou sobre o montículo, pondo-se a ciscá-lo. A galinha espalhou a terra na superfície da água. Oduduá exclamou na sua língua: ‘Ilê nfé!’, que é o mesmo que dizer ‘a terra se expande!’, frase que depois deu nome à cidade de Ifé, cidade que está exatamente no lugar onde Oduduá fez o mundo. Em seguida Oduduá apanhou o camaleão e fez com que ele caminhasse naquela superfície, demonstrando assim a firmeza do lugar. Obatalá continuava adormecido. Oduduá partiu para a Terra para ser seu dono”. Obatalá despertou e, tomando conhecimento do ocorrido, voltou até Olodumaré
contando sua história. Olodumaré, para castigá-lo, proibiu-o de beber vinho-de-palma, ele e todos os seus descendentes. Mas Olodumaré deu outra missão a Obatalá: a criação de todos os seres vivos que habitariam a terra. E assim Obatalá criou todos os seres vivos. Ele modelou em barro os seres humanos e o sopro de Olodumaré os animou. O mundo agora se completara
e todos louvaram Obatalá. No próximo capítulo veremos que Oduduá é o ancestral dos reis iorubás.

Segundo Verger (1997:254) “os orixás funfun seriam em número de cento e cinqüenta e quatro”. Estes orixás são cultuados, cada um, em uma cidade diferente, onde ele pode ser o padroeiro dessa cidade, ou um orixá secundário. Entretanto, mesmo não sendo o padroeiro da cidade ou comunidade, ele tem grande importância graças a sua relação com a criação,
mantendo, assim, uma posição de destaque, possuindo um ritual próprio e sacerdotes próprios também.
Desenvolveram-se rituais muito semelhantes para estes orixás nas diferentes cidades em que se apresenta, o que nos leva a crer que, na verdade, estes orixás são os desdobramentos de um único orixá (Orixanlá) cultuados em diferentes locais, e não divindades diferentes.
Como divindades do branco, tudo o que for branco lhes pertence. Só se vestem com essa cor e seus pertences são marcados com pintas brancas. Os albinos, por terem a pele branca, são também consagrados a este orixá.
Com raríssimas exceções, estes orixás se apresentam como sendo muito velhos, lentos e sábios. Como todas as culturas antigas, existe também na África um grande respeito pelos mais idosos, graças a relação com a ancestralidade, cosmovisão que se evidencia na representação da maior divindade do panteão iorubá.
São representantes do poder fecundador masculino, sendo considerados os pais da humanidade. Também são considerados como pais dos duzentos irunmalés da esquerda.
Então concluímos que os orixás funfun são os grandes senhores deste mundo (aiê) e do outro também (orum).
Suas oferendas são constituídas por alimentos brancos ou claros. Os animais oferecidos em sacrifício são também de pelagem ou penugem branca. É muito utilizado como oferenda o igbin, um caracol grande muito comum na região.
Verger nos conta que, em Ifé, a Meca dos iorubás, são sacrificadas duas cabras para Orixanlá e Iemouô, sua única esposa – o que ressalta aqui é que os africanos são poligâmicos.
A primeira cabra, após os procedimentos litúrgicos, é cozida e distribuída a todos os participantes, já a segunda sofre um tratamento diferente.

“Antigamente era um ser humano que devia ser sacrificado”, por isso evita-se tocar no animal que, após a imolação, é arrastado com uma forquilha e jogado no mato. Comer a carne desta cabra seria atrair para si uma maldição, e também seria antropofagia.

Em todas as cidades iorubás, independentemente do irunmalé padroeiro, existem templos para os orixás funfun e para Exu, Com ritos e sacerdotes distintos.

A cidade de Ejigbô, também tem um ritual específico para Orixanlá, aqui chamado de Orixá Oguian – Oxanguiã no Brasil. Este orixá é muito específico, pois, ao contrário dos outros orixás, que são velhos e serenos, este é jovem e guerreiro.
Seu nome deriva de òrìsàjiyán, “orixá-comedor-de-inhame-pilado”, segundo a lenda este orixá tem um apetite descontrolado por esta iguaria chamada ian em iorubá. Foi ele quem inventou o pilão para facilitar o seu preparo. Ele também é o fundador da cidade de Ejigbô e ancestral dos reis locais que ostentam o título de Elejigbô, o “Senhor de Ejigbô”.
Este orixá funfun é considerado o deus da cultura material, pois teria ensinado Ogum a lutar e a fazer as ferramentas de ferro, da mesma forma que o ensinou o cultivo da terra.
Orunmilá é outro dos orixás funfun que tem particularidades bem diferenciadas dos demais. Possui as mais altas posições no panteão iorubá.
Orunmilá é o deus da adivinhação. Ele conhece todos os destinos dos homens. Um itan (mito) conta como ele adquiriu esse conhecimento.
Obatalá reuniu as matérias necessárias à criação do homem e mandou
convocar seus irmãos orixás. Apenas Orunmilá apareceu, por isso Obatalá o
recompensou. Permitiu que apenas ele conhecesse os segredos da construção
do homem. Revelou a Orunmilá todos os mistérios e os materiais usados na
sua confecção.
Orunmilá tornou-se assim o pai do segredo, da magia e do conhecimento do
futuro.
Ele conhece as vontades de Obatalá e de todos os orixás envolvidos na vida
dos humanos. Somente Orunmilá sabe de que modo foi feito cada homem,
que venturas e que infortúnios foram usados na construção de seu destino.

O sacerdote de Orunmilá é denominado babalauô, o pai para tudo. Ele utiliza o oráculo de Ifá (Orunmilá) para conhecer o destino dos homens e mulheres que o procuram. Os iorubás não fazem viagens longas sem consultar antes o babalauô. Também o consultam para saber o sexo dos filhos antes de nascer, e qual o seu destino. Dependendo da resposta dada pelo oráculo, ele terá sua vida conduzida para se tornar um mercador, lavrador ou sacerdote, antes mesmo de seu nascimento.
Orunmilá é o “símbolo coletivo dos irunmalés”, por isso não se manifesta em seus iniciados. Ele apenas comunica-se com eles através do oráculo, o jogo dos búzios.

Os duzentos irunmalés da esquerda: os eborás

Os duzentos irunmalés da esquerda são todas as outras divindades cultuadas pelos iorubás – Ogum, Oiá, Xangô, Oxumaré,... e Egum (ancestrais) – e são chamados de eborás.
Os eborás são divindades menores, intermediárias entre Olorum e os seres humanos.
Alguns eborás são objetos de culto de toda uma cidade. Quando essa cidade tem um soberano, os eborás servem para reforçar a autoridade do líder, que pode ser um rei (Obá), um rico mercador (Balé) ou um chefe de aldeia.
Entretanto, a grande maioria dos eborás está intimamente ligado à noção de família.
A família numerosa, originária de um mesmo antepassado, que engloba os
vivos e os mortos. O orixá (eborá) seria, em princípio, um ancestral
divinizado, que, em vida, estabelecera vínculos que lhe garantiam um
controle sobre certas forças da natureza, como o trovão, o vento, as águas
doces ou salgadas, ou, então, assegurando-lhe a possibilidade de exercer
certas atividades como a caça, o trabalho com metais ou, ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades das plantas e de sua utilização. O poder, àse, do ancestral-orixá teria, após a sua morte, a faculdade de encarnar-se
momentaneamente em um de seus descendentes durante um fenômeno de
possessão por ele provocada. (VERGER, 1997:18)
Estes seres excepcionais não poderiam simplesmente morrer, mas sim, transcender a morte de forma que não sobrasse nem mesmo um corpo para ser enterrado. Esta é a grande diferença entre os eborás divindades e os eborás ancestrais.
A Grosso modo, pode-se dividir o estudo dos eborás em pequenos grupos para melhor entendimento. Essa divisão se dá pelas similaridades de arquétipo e funções sociais dessas divindades.

Divindades da cultura material

Pode-se agrupar nessa categoria os eborás cujos cultos são indispensáveis para o bom andamento da vida cotidiana das pessoas. A agricultura foi a base da economia iorubá até meados do século XIX, quando descobriu-se petróleo na região. Desta feita divindades ligadas à agricultura tem grande destaque religioso.
Grande artífice da natureza, Ogum é o eborá que personifica o homem pré-histórico.
Ele é um dos pouquíssimos eborás cultuados por quase todo o território iorubá.
Ogum é desbravador, conquistador, guerreiro feroz e destemido. Foi o deus Orixá Oguian quem lhe ensinou a lutar e a trabalhar com o ferro e com a agricultura. Mas foi Ogum quem entregou os segredos dessa cultura aos homens. Por isso ele é chamado de Ogum Alagbedé, o ferreiro. Ele confeccionava as ferramentas para poder cultivar a terra de forma que também ficou conhecido como o deus da agricultura, daí a importância desse eborá para todos os povos de língua iorubá.
Segundo a mitologia iorubá, é o filho primogênito de Oduduá, fundador dos iorubás.
É considerado o mais ativo entre todos os eborás. Aliado poderoso, guerreiro feroz,Ogum é líder, centralizador de poder e hábil estrategista.
A caça também é motivo para cultos específicos, pois esses povos viviam em florestas e caçar era um fator importante na economia de subsistência, assim como a pesca e a criação de animais (caprinos e ovinos).

Odé é o deus dos caçadores iorubás. Pede-se sua proteção quando o caçador se embrenha na floresta em busca do alimento.
O povo iorubá é constituído por varias etnias que falam a mesma língua e possuem uma cultura semelhante, assim existem vários deuses da caça que estão diretamente relacionados às famílias que os cultuam ou às cidades.
Então temos: Oxossi em Queto, onde esse deus foi rei, recebendo o título de Alaketu; Ijá em Oió; Oré ou Oreluerê em Ifé; Otin em Inixá; Erinlé e Ibualama em Ilobu na região de Ijexá; Logunedé é o filho de Erinlé e Oxum Ipondá, seu culto tem lugar na cidade de Ilexá, também na região de Ijexá.

Divindades da saúde

Claro que toda civilização antiga possuía um ou mais deuses responsáveis,
exclusivamente, pela saúde de seu povo. Entre os iorubás não foi diferente e percebemos dois eborás bem distintos, que não têm nada em comum a não ser o fato de serem cultuados esperando-se a saúde física e, subseqüentemente, a manutenção da vida.

Ossânim é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. Segundo Verger (1997:122)

“o nome das plantas, sua utilização e as palavras (ofò), cuja força desperta seus poderes, são os elementos mais secretos do ritual no culto aos deuses iorubás”.
Ele vive na floresta em companhia de Aroni, um anãozinho com uma perna só, que fuma constantemente um cachimbo feito de caracol.
Ossânim tem um sacerdote próprio denominado olossânim, senhor de Ossânim. É
também chamado de Onixegum, curandeiro.

Em Ifé, é Elisijé que ocupa o lugar de curandeiro.
Um fator importante é que os olossânim não entram em transe de possessão, eles adquirem a ciência do uso das plantas após uma longa aprendizagem.

O eborá Xapanã conhece os segredos da vida e da morte, por isso ele é chamado de Omolu, filho do senhor, ou Obaluaiê, rei dono da terra. É a divindade das pestes, da varíola, das doenças de pele. Tem o poder de afastar as doenças, mas também pode trazê-las.
Cobre-se com um manto de palha da cabeça aos pés, pois sua pele é coberta de chagas e feridas. Carrega consigo um cetro, semelhante a uma vassoura que se chama xaxará, feito de palitos de dendezeiro bordado com palha-da-costa e muitos búzios.
O vínculo de seu nome com as doenças faz deste Orixá o protetor da saúde daqueles que o cultuam e faz com que seja constantemente procurado para resolver problemas ligados a esta área.
A origem desse eborá está ligado ao oeste, mais precisamente o Daomé, onde esse deus é cultuado sob o nome de Sakpatá. Assim como os iorubás, os daomeanos evitavam chamá-lo assim, preferindo invocá-lo como Ainon, que, como Xapanã entre os iorubás, significa Senhor da Terra.

Divindades dos rios

É interessante notarmos como os povos antigos sempre cultuaram, como divindades ligadas à fecundidade, deusas de rios. Enquanto que o touro era cultuado como símbolofecundador, por isso o seu sacrifício sobre a terra a ser semeada, o peixe é o símbolo da procriação, da multiplicidade e da filiação.
A mulher, como ser que é fecundada e cujo fruto dessa fecundação é uma nova vida, está sempre ligada à fertilidade e a geração de vidas. Ora, isso não passou despercebido pelos africanos, daí os iorubás possuírem várias deusas de rios ligadas à fertilidade tanto dos animais quanto dos seres humanos. Entre elas temos Oiá, a senhora da tarde, dona dos espíritos, carregadeira de ebó (alimento), senhora dos raios e tempestades. Ela é a deusa do rio Níger e tem o apelido de Iansã (iyá = mãe / mesan = nove) em alusão aos nove braços do delta desse rio. Diz-se que ela teve nove filhos, outra explicação para o apelido.
Oiá foi uma princesa real na cidade de Irá, na Nigéria. Sobrinha-neta do rei Elempe, e neta de Torôssi (mãe de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o trono de Oió.
Conhecedora de todos os meandros da magia encantada, Oiá nunca se deixou abater por guerras, problemas ou disputas. Nobre guerreira, jamais tripudiou sobre inimigos e rivais vencidos.
Foi mulher de seu primo Xangô, e ajudou-o a conquistar os reinos que foram anexados ao império iorubá. Porém, quando ele tentou invadir Nupe e Tapa, onde Oiá havia nascido, ela o abandonou e postou-se na entrada daquelas cidades disposta a enfrentá-lo. Como nem mesmo Xangô ousou desafiá-la, ninguém passou.
Oiá é a menina dos olhos de Orixanlá, seu protetor, e é a única divindade que entra no Balé de Egum (casa dos mortos), por seu poder e onisciência.

Outra deusa de rios, Obá é a senhora das ilhas e penínsulas e foi a terceira mulher de Xangô, e sua lenda fala de uma terrível rivalidade entre ela e Oxum, a segunda esposa.
Sabendo do apetite de seu marido, procurava sempre surpreendê-lo com pratos de que gostasse. Um dia, Oxum resolveu pregar uma peça em Obá, e apareceu usando um lenço enrolado em volta da cabeça, escondendo as orelhas. Disse que havia preparado suas orelhas numa receita muito especial, e servido a Xangô. Querendo agradar seu esposo, Obá resolveu
imitar a rival. Cortou uma de suas orelhas e preparou a receita a Xangô. Ele ficou furioso, e Obá, percebendo que havia sido enganada, entrou numa violenta luta corporal com Oxum.
Mais irritado ainda, Xangô fez explodir todo o seu furor. As duas mulheres, apavoradas, fugiram e se transformaram nos rios que levam seus nomes. No ponto onde os dois rios se encontram, existem corredeiras e as ondas se agitam, numa lembrança da antiga disputa entre as divindades.
Obá é a mais velha dos eborás femininos. Ele teria sido a primeira esposa de Ogum, que, posteriormente, o teria abandonado por Xangô.

Deusa do rio de mesmo nome, Oxum carrega consigo predicados de beleza, riqueza e a capacidade de proteção social. É uma ninfa da cultura iorubá, cuja cidade, Oxogbô, na Nigéria, está localizada às margens desse rio. Ela é a dona do ovo, a maior célula viva.
Diz a lenda que ela era a segunda mulher de Xangô, tendo vivido antes com Ogum, Orunmilá e Odé. Seu pai teria sido Orixanlá. Mulheres que desejam ter filhos costumam fazer seus pedidos a Oxum.
Conta-se que quando os irunmalés chegaram a terra, costumaram reunir-se sem a presença das mulheres. Aborrecida por não poder participar das deliberações, Oxum preparou sua vingança, trazendo a esterilidade às mulheres, e impedindo que os objetivos dos deuses fossem alcançados. Os irunmalés buscaram então a ajuda de Olodumare, que lhes explicou que sem a presença de Oxum nada poderia dar certo. Dengosa, ela demorou a aceitar o
convite para que participasse das reuniões, mas finalmente concordou, e a fecundidade voltou.

Filha de Olocum, a senhora dos oceanos, Iemanjá é a deusa do rio Ogun (não é eborá).
Diz a lenda, foi casada com Oduduá, homem poderoso com quem teve dez filhos. Um dia, cansada de sua permanência em Ifé, foge na direção oeste, levando consigo uma garrafa que havia ganho certa vez de sua mãe, contendo um misterioso preparado, a qual ela deveria quebrar jogando ao chão quando estivesse em perigo.
Iemanjá instalou-se em Abeocutá. O marido lança seu exército em sua busca com o objetivo de trazê-la de volta a Ifé. Quando se vê cercada, ela não se entrega, mas segue os conselhos de Olocum e quebra a garrafa. Imediatamente forma-se um rio, que a leva para ocum, o mar, morada de Olocum.
A lenda acima é, com certeza, a representação mitológica de um fato histórico.
A nação egbá vivia na região de Ifé, próximo ao rio Iemanjá, e foram expulsos de lá por Oduduá. Eles, então, migraram de Ifé a Abeocutá, levando os assentamentos da deusa, se estabelecendo às margens do rio Ogun, no bairro de Ibará.

Deusa dos pântanos, Nanã Burucu representa a memória ancestral da humanidade préhistórica. A mais antiga das divindades vindas do oeste.
Verger dá uma série de pistas sobre a provável origem dessa deusa que
chegou a ocupar a posição de ser supremo entre os achanti, no atual Gana. Esta posição, ostentada e perdida mais tarde para Orixanlá, é, provavelmente, um resquício cultural da época em que os africanos respeitavam a linhagem matriarcal de família. Daí ela representar a
memória transcendental do ser humano e o acervo das reações pré-históricas de nossos antepassados.
Na liturgia dos sacrifícios a essa divindade, não se pode utilizar objetos feitos de metal (facas, por exemplo), pois isso é uma restrição. Mais um pressuposto para a crença de que essa divindade é anterior a idade dos metais desenvolvida nessa região.
Como todas as divindades femininas, Nanã Burucu está ligada à água. As águas paradas e pântanos lhe pertencem, numa referência às águas primordiais de onde Obatalá criou os seres humanos.

Divindades originárias do oeste

Devido às diversas guerras eclodidas entre os iorubás e os jejes10, do Daomé (hoje Benin, Togo e parte do Gana), houve aculturações e sincretismos religiosos entre essas etnias africanas.
Os daomeanos importaram os deuses iorubás modificando apenas seus nomes (tal qual os romanos sobre os gregos), mas a cultura iorubá também adotou alguns deuses daomeanos por não possuírem semelhante em sua cultura. Também mudaram os nomes desses deuses, conservando suas características.
Já conhecemos dois deles, Xapanã e Nanã Burucu, que, por terem características mais semelhantes a outros deuses, os classifiquei de forma diferente.

Entre os deuses do Daomé, temos a grande serpente do arco-íris, símbolo da aliança entre os homens e a eterna paz dos deuses, Oxumaré é, segundo Verger, o orixá da riqueza. Mitologicamente seria um hermafrodita, macho e fêmea em um só corpo, um servidor de Xangô, que teria a função de recolher a água caída sobre a Terra e levá-la de volta às nuvens.
Originário do Daomé é o deus conhecido pelos fons como Dan ou Bessen. Simboliza o movimento, a atividade, a continuidade e a permanência. Às vezes é representado por uma serpente enroscada que morde a própria cauda. Outras, como uma serpente que envolve toda a Terra, como se, com sua força, impedisse a desagregação do planeta.

Assim como Iemanjá e Oxum, Euá também é uma divindade feminina das águas e, às vezes, associada à fecundidade. É reverenciada como a dona do mundo e dona dos horizontes.

É a deusa do rio Eua. Apesar disso não a incluí na categoria anterior porque sua ligação com os rios é secundária e quase despercebida.
Em algumas lendas aparece como a esposa de Oxumaré, como sua metade mulher,
pertencendo a ela a faixa branca do arco-íris. Em outras ele é esposa de Xapanã.
Eborá que protege as virgens e tudo o que é inexplorável, Euá tem o poder da vidência.
Senhora do céu estrelado rainha do cosmos, ela está no lugar onde o homem não alcança. É representada pelo raio do sol, pela neve, pela saliva.
Seu símbolo é o arco e flecha dourado, assim como o arpão, uma espingarda ou uma serpente de metal. Uma deusa de muitos mistérios, pouco se sabe a seu respeito.

O termo jeje (pronuncia-se gêge) é originário da língua iorubá, e quer dizer estrangeiro. Os iorubás consideravam como jejes os fons, euês, achantis, adelês, gens, huedas, mahis, etc.

De tudo o que estudamos até aqui, nota-se um relacionamento vigoroso entre os iorubá e os elementos que constituem o mundo natural.
Como vimos anteriormente, o transcendente e o imanente estão ligados. O símbolo dessa ligação é a árvore, pois suas raízes bem fincadas na terra, adentram o mundo dos mortos, enquanto que sua copa vagueia pelo espaço inatingível.
É evidente, então, que existam seres imateriais que habitam essas árvores, ou mesmo que sejam elas.

Iroco é partícipe do culto ancestral feito às árvores sagradas (Iroko, Apaoka, Akoko, etc). É o eborá da floresta, das árvores, do espaço aberto; por extensão governa o tempo em seus múltiplos aspectos. É cultuado pelos mahis com o nome de Locô.
É referido como "eborá do grande pano branco que envolve o mundo", numa alusão clara às nuvens do Céu.
As árvores nas quais Iroco é cultuado normalmente são de grande porte; são enfeitadas com grandes laços de pano branco e ao pé dessas árvores são colocadas suas oferendas.
Jamais uma dessas árvores pode ser derrubada sem trazer sérias conseqüências para a comunidade.

No culto aos vodum, Locô ocupa lugar destacado, comparado somente a Lissá (vodum equivalente a Orixanlá) e Dan (Oxumaré).
Iroco é invocado em questões difíceis, tais como desaparecimento de pessoas ou problemas de saúde, inclusive a mental.

Outras divindades

Alguns eborás, por serem ligados a uma cidade ou ao coletivo, recebem tratamento especial, tendo sacerdotes e rituais específicos. Desses explicitarei apenas aqueles cuja cultura se transpôs ao Brasil na época da escravatura.
Entre esses eborás temos Exu, que pertence tanto aos irunmalés da direita quanto aos da esquerda, pois serve de veiculação da força imaterial divina, o axé, entre os orixás e os eborás, “intercomunicando todo o sistema”. (SANTOS, 1986:75)
Por isso ele é sempre o primeiro a ser cultuado nos rituais. Os sacrifícios e oferendas devem ser sempre feitas primeiro a ele. A não observância desse dogma pode gerar diversos distúrbios provocados pelo próprio.
Exu é um dos únicos (se não o único) eborá que aparece nos rituais de todos os povos da África antiga e mesmo em outras culturas que nada tem a ver com as culturas africanas.
Também é chamado de Elegbará, o senhor da vida.
É a divindade da procriação, portanto da vida, e rege a fertilidade e a libido. É Exu quem permite que se possa extrair todo o prazer do amor. É, para as religiões africanas, o executor da ordem divina: “crescei e multiplicai-vos”. É o mensageiro dos irunmalés, é ele quem leva as súplicas dos seres humanos ao orum e traz as ordens e bênçãos dos deuses. Tal qual o deus Hermes da mitologia grega, ou Mercúrio da Romana.
Exu é a liberdade, a procriação, o orixá do culto à beleza. Autêntico, verdadeiro, objetivo e flexível, através dos tempos e das culturas este orixá se manifesta de diferentes formas, em muitas lendas.
Uma delas conta que uma mulher se encontra no mercado vendendo seus produtos.
Exu põe fogo na sua casa, ela corre para lá, abandonando seu negócio. A mulher chega tarde, a casa está queimada e, durante esse tempo, um ladrão levou as suas mercadorias. Isso não teria acontecido se ela tivesse feito a Exu as oferendas e sacrifícios usuais. Legba é Exu entre os fons, assim como Bombogiro entre os bantus de Angola.
Segundo as lendas antigas, Oduduá, após dominar Ifé, mandou seus filhos conquistarem as regiões vizinhas a fim de formar vários reinos ligados ao seu próprio. Assim Ogum fez, e lutou em vários lugares trazendo o espólio das batalhas como presente para seu pai.
Numa dessas ocasiões, trouxe uma donzela tão linda que ele mesmo não resistiu e a possuiu. Com medo, não falou nada a seu pai, Oduduá. Este, quando viu a beleza da moça, ficou perturbado e a possuiu naquela noite. O fruto desse triângulo amoroso é Oraniam, que possuía uma característica muito pitoresca. Ele era metade branco e metade preto. Ora, Ogum era um homem negro, enquanto que Oduduá tinha a pele branca (provavelmente albino).
Oraniam se tornou um grande guerreiro e conquistou Oió, tornando-se o primeiro Alafin-Oió, o rei de Oió. Teve dois filhos: Dadá Ajacá e Xangô, de quem estudaremos agora.

Orixá da justiça e do fogo, Xangô é o terceiro Alafin-Oió, e viveu em 1450 a.C.,
destacando-se pela sua valentia e liderança. Foi marido de Oxum, Obá e Iansã.
Castiga mentirosos, infratores e ladrões. Por isso a morte pelo raio é considerada infamante, assim como uma casa atingida por uma descarga elétrica é tida como marcada pela ira de Xangô.
O xerê é um chocalho feito de porongo alongado, que quando agitado lembra o barulho da chuva, é um dos símbolos de Xangô. Outro símbolo bem conhecido é o oxé, um machado de duas lâminas que deixava Xangô muito poderoso.
Garboso, ele é conhecido também como o “dono das mulheres”. Ele é filho de Oraniam e tem Tobôssi como mãe. Tobôssi era a filha de Elempê, rei dos Tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oraniam. Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se, mais tarde, em Kossô, onde os habitantes não o aceitaram por causa de seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente, impor-se pela força. Em seguida, acompanhado
pelo seu povo, dirigiu-se para Oió, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kossô.
Conservou, assim, seu título de Obá Kossô (rei de Kossô).

Dadá Ajaká, irmão mais velho de Xangô, reinava em Oió. Descontente com a forma que seu irmão conduzia a administração da cidade, Xangô destronou-o, exilando-o em Igboho.
Assim começou a história de um poderoso rei que anexou todo o oeste da Nigéria ao Império Iorubá.

http://oyamesanorun.blogspot.com/2010/07/origem-da-religiao-ioruba.html

domingo, 10 de junho de 2012

NAÇÃO CABINDA

A nação Cabinda, originária de Angola, adotou o panteão dos Orixás Iorubas, embora estas divindades Bantus teriam como nome correto Inkince.

Os Inkinces são para os Bantus o mesmo que os Orixás para os Yorubás, e o mesmo que os Voduns são para os Jêjes. Não se trata da mesma divindade, cada Inkince, Orixá ou Vodum possui identidade própria e culturas totalmente distintas. A linguagem ritual originou-se predominantemente das línguas Kimbundo e Kikongo; são línguas muito parecidas e ainda utilizadas atualmente. O Kimbundo é o segundo idioma nacional em Angola. O Kikongo, provém do Congo, sendo também falado em Angola.

Aqui no Rio Grande do Sul a raiz forte da Cabinda foi o Sr. Valdemar Antonio dos Santos, filho do Orixá Xangô Kamucá Baruálofina; e uma de suas descendentes foi a Sra. Madalena de Oxum, que se destacou grandiosamente dentro desta nação.

Outros que se iniciaram pelas mãos de Valdemar de Xangô, e alguns, com sua morte passaram para as mãos de Mãe Madalena de Oxum: Pai Tati de Bará, Mãe Palmira de Oxum, Ramão de Ogum, Moacir de Xangô (tinha o apelido de Guri Bontito), Pai Mario de Ogum e Pai Nascimento de Sakpatá, oriundo de outra nação. Depois foram surgindo outros ícones da nação Cabinda, onde podemos citar Pai Romário de Oxalá, filho de santo de Mãe Madalena de Oxum; Mãe Olê de Xangô, mulher de Pai Tati de Bará; Pai Henrique de Oxum, enteado e filho de santo de Mãe Palmira de Oxum; Pai Adão de Bará de Exu Biomi; Pai Cleon de Oxalá; Antonio Carlos de Xangô, Alabê e Babalorixá, Mãe Marlene de Oxum, filha de santo de Pai Romário; Pai Paulo Tadeu de Xangô; Pai Genercy de Xangô; Hélio de Xangô, Pai Adão de Bará; Didi de Xangô; João Carlos de Oxalá, de Pelotas; Juarez de Bará; Pai Gabriel de Oxum, que foi um grande Babalorixá da Nação Cabinda, filho de santo de Romário de Oxalá; Lurdes do Ogum; Enio de Oxum, também da casa de Pai Romário; Luiz vó da Oxum Docô, foi filho de santo de Pai Romário de Oxalá; Ydy de Oxum, filho de santo de Pai Henrique de Oxum, entre muitos outros que conservam, ainda, os fundamentos desta Nação tão importante nos rituais Africanos do Sul.

Os praticantes da Nação Cabinda também se valem dos rituais da Nação Ijexá, já que esta última é atualmente a modalidade ritual predominante aqui no Rio Grande do Sul; a diferença se dá basicamente no respeito à memória de seus ancestrais e a outros fatores como o início dos fundamentos da Nação Cabinda, que é justamente onde termina os das outras Nações: o cemitério.

O Orixá Xangô é considerado Rei desta nação, e é o dono dos Eguns, juntamente com Oyá e Xapanã; E o culto aos Eguns é tão forte que na maioria dos terreiros desta nação, se encontra o assentamento de Balé (culto aos Eguns); Os filhos de Oxum, Yemanja e Oxalá, podem entrar e sair de cemitérios quando necessário for, sem nenhum prejuízo a sua feitura, já nas outras nações estes só entram no cemitério em extrema necessidade; Se estiver acontecendo uma festa num terreiro de Cabinda, e se o Orixá Xangô, tendo recebido oferendas de quatro pés, e vier a falecer algum membro da casa ou da família religiosa, não ficará a obrigação prejudicada, conforme acontece nos outros terreiros, nos quais teriam que interromper toda a obrigação.

Os Orixás cultuados na Nação Cabinda são os mesmos da Nação Ijexá acrescentando Bará Elegba, Oyá Dirã e Oyá Timboá que são cultuados em alguns terreiros desta Nação. Na maioria das vezes as oferendas também são iguais com pouca diferença como por exemplo a obrigação do peixe que em alguns terreiros de Cabinda oferecem Pintado a determinados Orixás, que no Ijexá damos Jundiá.

http://www.okitalande.com.br/forum/printer_friendly_posts.asp?TID=113

domingo, 20 de maio de 2012

ORUNMILÁ, PAI DO ORÁCULO SAGRADO

Orunmilá é o Orixá Senhor da sabedoria (ogbon) e do conhecimento (imo) , que tendo adquirido o direito de viver entre o orun (o além) e o aiyê (o mundo material) , tudo sabe e tudo vê na totalidade dos mundos. Por isso recebeu o título de gbaiye gborun : aquele que vive tanto no céu como na terra, transcendendo espaço e tempo.
Como testemunha da criação universal é chamado também de elerii ipin e detém o conhecimento do passado, presente e futuro do destino de todos os habitantes do aiyê e do orun em todas as dimensões cósmicas.
Na Terra, Orunmilá é quem apresenta o destino ao reencarnante por ocasião da sua concepção (kadara) e, mediante aceitação pelo livre arbítrio individual, libera o indivíduo para o ( re-) nascimento. Conhece todos os destinos e como propiciar o sucesso em todos os âmbitos, alem de revelar o Orixá pessoal de cada um, ou seja, a substância da qual cada um foi extraído na atual existência e como integrar o indivíduo a este princípio Divino.
Como a religião yorubá é totalmente baseada em mitos (itan) que constituem a literatura de Ifá, conta-se que,
" após permanecer na Terra por algum tempo, Orunmilá retornou ao orun, esticando uma longa corda pela qual ascendeu. Os seres humanos ficaram totalmente desorientados. O caos, a fome e a peste imperaram na Terra, já que ele era o porta-voz da vontade de Olodumare - a Suprema Divindade Universal. O ciclo de fertilidade das plantas e animais foi interrompido, trazendo ameaça de extinção. O clamor pela sua volta não foi atendido, mas deixou com seus filhos os 16 ikin (coquinhos de dendezeiro) , que se transformaram num importante instrumento de adivinhação denominado "ikin". Entregou os ikin instruindo que sempre que desejassem as coisas boas e realizações positivas na vida, deveriam consultar os coquinhos. Daí nasceu o sistema oracular denominado Ifá, que auxilia o ser humano na resolução dos seus problemas cotidianos, nos conflitos e nas dúvidas existenciais, como mediador entre o humano e o divino. Assim, Orunmilá é considerado o Pai do Oráculo."
Uma modalidade oracular mais simples é o ibo e a mais popular das três é o opele ifa. Apenas sacerdotes iniciados no culto de Orunmilá - os Oluwo e Babalawo – são credenciados para utilizar esses oráculos.
Os oráculos são baseados no sistema binário e comportam 256 combinações matemáticas que definem os caminhos de Odu, com seus milhares de itan (mitos) e owe (parábolas). Sua missão foi organizar as relações humanas, ajudar na doença, orientar nas contendas de todo tipo de assunto, valendo-se para isto dos itan relatados pelos Odu.
Todo o corpo filosófico da religião yoruba se resume nesses signos de Ifá – os Odu , que por sua vez se subdividem em caminhos com os respectivos itan, que são mitos de instrução, orientação e aconselhamento.
O nome de Orunmilá e o do sistema oracular opelê ifá muitas vezes se confundem e o culto a Orunmilá passou a ser conhecido como Ifá. Já o oráculo merindilogun – o popular jogo de búzios – mediante interferência do Orixá Exu, pertence a Oxun e pode ser consultado por sacerdotisas. No jogo de búzios utilizam-se 16 kawri (búzios) no qual respondem os 16 odu principais, num total de 70 caminhos e os orixás que respondem através deles. Independente da modalidade utilizada, para cada caminho há um itan a ser interpretado.
Na tradição religiosa yorubá, nada se empreende sem prévia consulta ao oráculo e todo procedimento ritualístico dele depende. Conforme informado anteriormente, o oráculo é a única opção autorizada e confiável quanto à definição do Orixá pessoal, responsável pela cabeça do ser humano.

Orunmilá é o interventor e defensor dos seres humanos, sempre tentando minorar os sofrimentos e dificuldades que enfrentam na saga das suas sucessivas existências na Terra.

http://elianehaas.blogspot.com/search?updated-max=2010-07-24T10%3A49%3A00-03%3A00&max-results=33

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Substituindo o uso do ejé animal (sangue) nas oferendas e ebós

Os três reinos da natureza são puros, limpos, necessários e abençoados, mas muitos cultos aos orixás não usam o sangue e essa energia é necessária sim em muitos tipos de ebós, então:
O axé do reino animal para substituir o uso de sangue pode ser feito com:

7 ovos frescos
4 taças de vinho tinto
1 taça de leite
1/2 taça de azeite de dendê

Mistura-se tudo e usa-se no preparo de comidas para os  Orixás, principalmente Ogum e Exú Orixá. Pode ainda ser usado nas oferendas de Exús Guardiões e Pombas Giras, Malandros e Baianos.

Orixá de Cabeça

COMO SABER QUEM É MEU ORIXÁ

A maneira de você saber quem é o seu  Orixá principal (de frente ou de Cabeça) é consultando um, Babalaô, Babalorixá ou dirigente de um Terreiro ou Barracão.
Muitos terreiros de Umbanda fazem esse atendimento de modo gratuito e previamente agendado. Outros terreiros de Umbanda cobram e o preço varia. Nas casas de Candomblé, esse atendimento costuma ser cobrado e ocorre em dia  e hora marcados em consultas particulares.
Aconselho quem deseja saber quem é seu Orixá de Cabeça que procure uma das possibilidades acima citadas.
Pergunte a um amigo iniciado no Santo onde pode encontrar um Babalorixá ou um terreiro que ofereça essa consulta.
Mas aconselho a jogar mais de uma vez em intervalos de pelo menos 21 dias para confirmar, antes de ser iniciado a um Orixá.
Existem sites de terreiros na internet, pesquise e confira.
Quando souber, estude sobre o Orixá, se descordar muito, faça nova consulta, vale a pena, já que você sempre será filho de um mesmo Orixá em qualquer encarnação.

Por que algumas vezes, o oráculo (búzios ou obi) não responde.
Os motivos variam de interferências com o Babalorixá, com o consulente, com a energia do local. Essas interferências podem ser de eguns (espíritos obsessores, kiumbas, encostos), podem ser energéticas, emocionais, psíquicas e até físicas, como saúde, falta de preparo (pois o consulente não deve ter relações sexuais e abster-se de alcool e ainda algumas restrições alimentares. Deve estar tranquilo e preparado de modo adequado, se possível usar banhos de descarrego antes da consulta, etc).
Por isso é sempre bom consultar pelo menos 3 vezes. Muitos Pais de Santo (dirigentes) consultam uma única vez  (para serem mais práticos ou terem menos trabalho, ou ainda por excesso de confiança ) e já mandam fazer o amaci (no caso da Umbanda), acho que deve-se pedir ao mesmo que repita o processo em outro dia para confirmar.


Você irá ouvir de tudo, como eu também já ouvi, mas ninguém é dono de poder ou verdade absoluta. Cuidado com as pessoas muito inseguras ou com as que apresentam um arrogante senso de autoconfiança. Fique ligado e siga sua intuição.

Um abraço
Walquíria


quinta-feira, 10 de maio de 2012

TIPOS DE EJÉ QUE EXISTEM

SANGUE VERMELHO:
REINO ANIMAL:
Corrimento menstrual,
sangue humano
e sangue de animais.

REINO MINERAL:
Cobre, bronze, etc...



SANGUE BRANCO:

REINO VEGETAL:
Seiva, sumo, álcool e as bebidas brancas extraídas das palmeiras e
alguns vegetais.

IYÊROSUN – pó branco extraído do IRÔSUN.

ORI – MANTEIGA VEGETAL.

REINO MINERAL: Sais, giz, prata, chumbo, platina, etc...


SANGUE PRETO:

REINO ANIMAL:
Cinza de animais, fósseis, petróleo

REINO VEGETAL:
Sumo escuro de certos vegetais como o ILÚ ÍNDICO, extraído de
diferentes tipos de árvores.

http://www.lendas.orixas.nom.br/classificados/ebooks/013_cursodeintroducaoaocandomble.pdf

terça-feira, 10 de abril de 2012

Orixá Oxumaré - imagens gifs



Imagens orixá Obá - gifs



Imagens de Iansã e Xangô - gifs


Imagens de Iansã e Ogum - gifs

Imagens orixá Ewá - gifs



Imagens gifs Iemanjá



Imagens Iansã V



Imagens orixá Oxum VIII



POR QUE DEITAR PARA O ORIXÁ

Este ritual oferece à qualquer pessoa, que poderá realizar uma oferenda anual, adquirindo proteção e outros, sem colocar sangue na cabeça e no corpo.
Deitar para o Òrìsà também podemos chamar de “firmar o Òrìsà”, cerimônia que antigamente era muito utilizada por algumas “Linhagens”, inclusive na “Umbanda”, onde o ritual era quase correspondente , ou seja, semelhante ao Óbori do “Kandombe”.
Há pessoas, clientes e adeptos à Religião que estão enfrentando grandes dificuldades financeiras, no amor e até mesmo com outras demandas, etc…Mas, que não desejam realizar “Obrigações”com ejè (sangue) e nem entrar em transito. Assim, sua iniciação se restringe à educação religiosa e proteção; uso de guias feitas somente nas ervas sagradas correspondentes ao seu Òrìsà (Olóri) de cabeça; oferecimento de comidas (ossés, jinjé, etc..), frutas, velas, flores, etc…Essa “Obrigação”também serve para evitar possessão de espíritos negativos ( sem luz) e de “bozó”, “Etú”, ou seja, de feitiçarias.
Nestes casos é realizada anualmente a firmeza do Òrìsà.
A pessoa que desejar recolhe-se ao Ilé de Òrìsà e toma um banho de ervas sagradas ajudado pelo Bàbálòrìsà ou Yálòrìsà, conforme o sexo da pessoa. Veste um camisu ( camisolão branco) e deita-se no “Peji”, “Pará” ou “Kotopò”, sobre uma esteira (adicissa ou cissa), com um pano branco por cima da mesma ou um tapete com folhas, conforme for o Òrìsà. O fiel permanece uma noite deitado, depois é ungido pelo “Feitor (a)”com epô ori ou óleo especial ( crisma), sendo com ele “cruzado”na testa, nuca, peito, umbigo, costas, mãos e pés. Já com antecedência são preparados os alimentos (ossés), frutas preferidas do Òrìsà (correspondente ao Òrìsà de cabeça da pessoa) e colocados em pratos ou gamelas; atrás da cabeça irão os ossés e envolta do corpo as frutas, flores, velas – isso tudo, quando a pessoa deitar na cissa junto ao Peji.
Serão colocadas velas brancas ou na cor do Òrìsà de cabeça, conforme o seu àse (número). Devemos usar velas de 7 dias, para ficarem todo o tempo acesas. São lavadas as guias (correspondentes ao Òrìsà de cabeça da pessoa) dentro do ritual de ervas sagradas, para após a “Obrigação”serem colocadas e recolocadas em seu dono.
Com essas “Obrigações”o adepto à Religião Afro-Brasileira evita a possessão de algo negativo e, ao mesmo tempo, por mais um ano fica protegido, sem sofrer conseqüência desastrosas. Em determinadas Linhagens, essa “Obrigação”, significa iniciar-se, ou seja, “fazer cabeça”, dando um período para a pessoa e seu Òrìsà realizarem a união.
Na verdade é um batismo, sem levar “ejè” (sangue). Neste caso, a pessoa (fiel) deverá avaliar se deverá dar continuidade ou não. Também serve para a pessoa se adaptar aos regulamentos da Casa e da própria Religião, tendo como único compromisso de ser um “Ogã” (título honorífico, dado à pessoas de boa situação social, capazes de ajudar e proteger, como também divulgar, a Casa de Religião e de prestação de relevantes serviços à Comunidade Religiosa do Ilé).
Uma observação muito importante: As despesas com os alimentos e outros correm por conta do fiel. E outra: Só pode ser realizada essa “Obrigação” em uma pessoa de cada vez .
Esse tipo de “Obrigação” não se cobra e sim se dá, para quem realmente o merecer e por si mesmo conquistá-la

http://paitandy.no.comunidades.net/index.php?pagina=1762886364

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Móveis de garrafa pet

Para comprar tudo o que um terreiro necessita, é muito dinheiro, então algumas sugestões alternativas para o mobiliário.
Cadeiras, puffs, cama e sofá feitos com reaproveitamento de garrafa pet.
 Abaixo o endereço dos idealizadores.



É muito fácil montar móveis com garrafas PET! Agora que a técnica está desenvolvida, a confecção de móveis com garrafas PET já se tornou uma prática conhecida e bastante utilizada. Nesta matéria, copiamos os passo-a-passo da montagem de uma cadeira e de uma cama.
Nos exemplos a seguir foram utilizadas:- 40 a 50 garrafas plásticas para o Puffe- 200 a 250 garrafas plásticas para a cama 
CADEIRA COM GARRAFAS PET
Material necessário:
. Garrafas plásticas de dois litros (200 a 250 para a poltrona e 40 a 50 para o pufe). Tesoura. Fita adesiva larga (ou barbante nº 6/8)
Etapas:
1 – MONTANDO A PEÇA DE RESISTÊNCIA
1.1 Separe uma garrafa limpa, vazia e sem rótulo. Vamos chamá-la de peça “a”:1.2 Pegue uma garrafa e corte-a ao meio. Vamos chamar a parte de baixo de peça “b” e a de cima de peça “c”
1.3 Corte outra garrafa ao meio. Vamos chamar a parte de baixo de peça “d” e a de cima de peça “e”
1.4 Encaixe a peça “c” dentro da peça “b”
DICA: use uma chave de fenda para ajudar a encaixar as peças
1.5 Encaixe a peça “a” dentro da peça “b+c”
1.6 Encaixe a peça “d” por cima da peça “a+b+c”
(Foto)
Está pronta a PEÇA DE RESISTÊNCIA.
2 – MONTANDO O ASSENTO DA CADEIRA
2-1. Faça 16 peças de resistência e prenda-as, duas a duas, com fita adesiva, formando oito duplas:
2-2. Junte novamente os conjuntos de dois em dois, formando quatro grupos de quatro peças de resistência:
2-3. Mais uma vez amarre de dois em dois, formando dois grupos de oito peças de resistência:
2-4. Amarre os dois grupos de oito peças de resistência para formar o ASSENTO DA CADEIRA:
(Foto)
3 – MONTANDO O ENCOSTO DA CADEIRA
3-1. Encaixe três peças “b+c” por cima da peça de resistência, formando um tubo. Faça dois tubos dessa maneira
3-2. Faça mais dois tubos, dessa vez encaixando quatro peças “b+c” sobre a peça de resistência. Amarre os quatro tubos com fita adesiva para formar o ENCOSTO DA CADEIRA
3-3. Faça mais dois tubos, dessa vez encaixando quatro peças “b+c” sobre a peça de resistência. Amarre os quatro tubos com fita adesiva para formar o ENCOSTO DA CADEIRA
3-4. Junte o ENCOSTO ao ASSENTO com várias voltas de fita adesiva para ficar bem firme.
(Foto)
ESTÁ PRONTA A CADEIRA!
(Matéria recortada do endereço:http://www.recicloteca.org.br/passo.asp?Ancora=3, em 17/08/2011)
CAMA de Garrafa PET
Todos nós já vimos como se faz um pufe de garrafas pet. Esse tutorial está muitíssimo bem explicado pela Recicloteca. É lá, inclusive, que eles ensinam o pulo do gato para fazer todos os outros móveis como, cadeiras, sofás e as camas .O mais importante é apeça de resistência. Vamos entender melhor.
O importante nessa montagem, é encaixar a peça c na peça b encostando o bico da garrafa no fundo. Da mesma forma, a garrafa a deve entrar com firmeza até o fundo da peça c e a cobertura com a peça d deve ficar bem justa. Outro detalhe importantíssimo: use somente garrafas de dois litros.
Parte-se do princípio que todos esse móveis precisarão suportar o peso das pessoas. Para que isso aconteça sem maiores problemas, é necessário que a estrutura seja resistente. Uma garrada pet solta, não consegue suportar tanto peso, mas numa garrafa pet reforçada montada em módulos, a segurança necessária está garantida.
O segredo está em unir as peças de resistência duas a duas, depois essas duplas em duas, tornando-se quatro, depois essas quatro em duplas que se tornam oito e novamente até chegar no conjunto com dezesseis. O importante é que a cada vez que você una um conjunto desses, eles sejam bem envolvidos com uma fita adesiva larga de qualidade. Assim pode ter certeza de que seu móvel durará por muito tempo.
A dica é colar a fita adesiva com bastante pressão, para que as peças fiquem muito firmes.
O módulo com dezesseis peças é que será unido a outros iguais até chegar no tamanho do móvel que você deseja.
Para uma cama de solteiro serão necessários no mínimo 750 garrafas. Para uma cama de casal padrão você precisará de 1500 garrafas. As diferenças extras ficam por conta das cabeceiras e de como você deseja fazê-las.Para um sofá de dois lugares você precisará entre 400 e 500 garrafas.`Para uma poltrona são necessárias 250 garrafas.para um pufe entre 40 e 50 garrafas.Para criar uma espécie de encaixe para o seu colchão, ou saber como se fazem os braços e encostos dos sofás, confira a explicação na página da Recicloteca.
No caso da cama não é necessário colocar nenhum estrado sobre a estrutura. Um bom colchão com espuma firme é o suficiente. Quer dar uma aparência bonita ao seu móvel?
Para sofás, poltronas e pufes, o ideal é fazer um revestimento com espuma para estofamento e uma capa, como esse acima.
Para a cama, pinte com tinta PVA e personalize o seu encosto com tecido, de outras maneiras.
(Matéria recortada do endereço: http://www.viladoartesao.com.br/blog/2010/02/cama-sofas-e-pufe-de-garrafa-pet-aprenda-a-fazer/, em 17/08/2011)
http://iserj.net/2011/08/crie-moveis-com-garrafa-pet/

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