1º Fundamento da Ancestralidade:
Com certeza, o sacrifício de animais é herdado de forma hereditária dos fundamentos dos cultos praticados na África. Nos cultos aos Orixás e na Umbanda esta prática é desenvolvida, assim como nas inúmeras seitas e cultos africanos.
Infelizmente o ecletismo e pluralidade de doutrina dentro da Umbanda e dos Cultos Afros são inúmeras. Não existe codificação e as ramificações são incontáveis.
O que podemos tirar como sumo vital de tudo isto? O que é comum a todos? Os Orixás e a manifestação mediúnica. O resto se perde num emaranhado de ritos e doutrinas que muda de terreiro para terreito e de Pai ou Mãe de Santo para Pai ou Mãe de Santo. O importante nisso tudo é que o trabalho dos Orixás estão sendo realizados. Dentro de um grande plano divino, os objetivos gerais que: são permitir a cada grau conscencional sua evolução e a difusão da assistência caritativa aos esperançosos que buscam os diversos terreiros, bem como a difusão do perdão, do bem do amor etc., estão claros com muitas restrições, caminhando. O que eu quero dizer, com estas colocações é que por tudo isso ninguém pode chegar com autoridade o suficiente para dizer: "Sacrifício de animais é algo primitivo e não possui mais razão de ser".
O que eu quero dizer, com estas colocações é que por tudo isso ninguém pode chegar com autoridade o suficiente para dizer: "Sacrifício de animais é algo primitivo e não possui mais razão de ser". Se as coisas funcionassem desta forma a Umbanda hoje, estaria devidamente codificada e plenamente definida, e esta miscelânea que vivenciamos teria perdido totalmente o sentido.
Por isso, a ancestralidade deste rito é válida como fundamento.
Se considerarmos do ponto de vista bíblico, o sacrifício de animais é algo que vem desde a história de Caim e Abel. Deus se agradou do sacrifício de Abel que imolou em oferenda os primogênitos de seu rebanho e recusou a oferta de Caim que tinha sido parte de sua colheita agrícola.
Já antes do Dilúvio, os animais eram mortos a fim de prover roupa ao homem e para fins sacrificiais. (Gên 3:21; 4:4) Os animais são almas viventes que não são humanas. (Núm 31:28)
Dentro de uma ótica cristã – judaica, o sangue era o principal elemento catalisador de ofertas e oferendas a Deus. Havia apenas um uso do sangue aprovado por Deus, a saber, para sacrifícios. Ele mandou que os que estavam sob a Lei mosaica oferecessem sacrifícios de animais para expiar pecados. (Le 17:10, 11) Estava também em harmonia com a Sua vontade que Seu Filho, Jesus Cristo, oferecesse sua perfeita vida humana em sacrifício pelos pecados (He 10:5, 10).
A aplicação do sangue de Cristo, para salvar vidas, foi prefigurada de diversas maneiras nas Escrituras Hebraicas. Por ocasião da primeira Páscoa, no Egito, o sangue na parte superior das portas e nas ombreiras das casas israelitas protegeu o primogênito lá dentro de ser morto pela mão do anjo de Deus. (Êx 12:7, 22, 23; 1Co 5:7) O pacto da Lei, que tinha uma particularidade típica para a remoção dos pecados, foi validado pelo sangue de animais. (Êx 24:5–8) Os numerosos sacrifícios de sangue, especialmente os oferecidos no Dia da Expiação, eram para a típica expiação de pecados, apontando para a verdadeira remoção dos pecados por meio do sacrifício de Cristo (Le 16:11, 15-18).
O poder jurídico do sangue aos olhos de Deus, conforme aceito por ele para fins de expiação, foi ilustrado pelo derramamento de sangue à base, ou junto ao alicerce, do altar e de ser posto os chifres do animal imolado no altar. O arranjo de expiação tinha como base, ou alicerce, o sangue, e o poder (representado pelos chifres). (Le 9:9; He 9:22; 1Co 1:18).
Mas o sangue e o sacrifício de animais dentro do contexto bíblico, não era somente ligado a expiação dos pecados, mas também significava purificação.
O lugar de moradia de Jeová ou qualquer lugar em que ele more de forma representativa é um lugar santificado ou santo, um santuário. O tabernáculo no ermo e os templos mais tarde construídos por Salomão e por Zorobadel (reconstruído e ampliado por Herodes, o Grande) eram chamados de "miq dásh" ou qó dhesh, lugares "postos à parte" ou "santos". Situados no meio de um povo pecaminoso, estes lugares tinham de ser periodicamente purificados (em sentido típico ou pictórico) do aviltamento, por meio da aspersão de sangue de animais sacrificiais. (Le 16:16).
Nas festividades também, que sempre possuíam um caráter religioso, o sacrifício de animais era largamente utilizado. Como na Festividade dos Pães Não Fermentados ocorrida de 15 a 21 de abide (nisã) realizadas pelo Rei Ezequias, depois de ele ter limpado o templo. celebração que naquela ocasião, foi prolongada por mais sete dias. O relato diz que o próprio Ezequias contribui para o sacrifício de 1.000 novilhos e 7.000 ovelhas, e que os príncipes contribuíram com 1.000 novilhos e 10.000 ovelhas. (2Cr 30:21-24).
Na história bíblica as duas maiores alianças realizadas por Jeová uma com Abraão e a outra com Moisés foram firmadas através de sacrifícios de animais e sangue como elementos principais de confirmação.
No caso de Abraão visto que Sara continuava estéril, parecia que Eliezer, o fiel mordomo doméstico, de Damasco, receberia a herança de Abraão. Todavia, Jeová de novo assegurou a Abraão que sua própria prole seria inumerável, como as estrelas do céu, e, assim, Abraão "depositou fé em Jeová; e este passou a imputar-lhe isso como justiça. (Gên 15:1-6; Ro 4:9, 10) Jeová concluiu então com Abraão um pacto formal, à base de sacrifícios de animais, e, ao mesmo tempo, revelou que a descendência seria afligida por um período de 400 anos, sendo até levada cativa em escravidão. (Gên 15:7-21).
O Pacto da Lei foi quando da transmissão da Tábuas, transmitida por meio de anjos, pela mão de um mediador, Moisés, e que entrou em vigor com o sacrifício de animais no Monte Sinai. (Gál 3:19; He 2:2; 9:16-20)
Naquela oportunidade, Moisés aspergiu sobre o altar a metade dos sangue dos animais sacrificados, daí, leu o livro do pacto para o povo, que concordou em ser obediente. Depois disso, ele aspergiu o sangue sobre o livro e sobre o povo. (Êx 24:3-8).
E finalmente das dez pragas lançadas sobre o Egito duas envolveram o sangue e o sacrifício de animais. Uma foi a transformação de todas as águas em sangue e outra a, já relatada, da morte dos primogênitos. (Êx 7 a 13)
O Antigo Testamento está, portanto permeado de sacrifícios de animais com derramamento de sangue. Sob a jurisdição cristã, a santidade do sangue foi enfatizada com vigor ainda maior no Novo Testamento, com a imolação do Cordeiro Divino Nosso Senhor Jesus Cristo que derramou o seu sangue para lavar os pecados da face da Terra. Até nos dias atuais o vinho simbolicamente significa o sangue de Jesus e é bebido e consagrado pelo Padre.
Partindo para as escolas iniciáticas dos grandes mistérios, vemos no berço da cerimônias de iniciação, o Egito, os famosos Mistérios de Ísis. Papus em seu livro "ABC do Ocultismo" revela toda a ritualística destes mistérios iniciáticos, com riqueza de detalhes. Na descrição do Templo existe o destaque para a OUSEKTH-KHA: A sala da elevação ou ofertório em que eram expostas as oferendas vegetais e animais feitas ao templo.
Nessa sala, por meio da força vital dos animais sacrificados, os sacerdotes preparavam as aparições e as evocações das salas de mistério, localizadas no fundo do templo e construídas como grutas naturais.
Nos sacrifícios de animais, considerados atualmente como primitivo e desnecessário estão séculos de ancestralidade e tradição.
2º Fundamento – Da Ética
A Ética está muito arraigada ao 5º Mandamento "Não Matarás".
Mas como vimos, ao receber as Tábuas da Lei, Jeová confirmou com Moisés um pacto a base de sacrifícios de animais, logo o sacrifício de animais não estava incluso no âmbito deste quinto mandamento. Percebe-se, que este sacrifício permitido esta ligado a práticas ritualísticas (ofertas, oferendas, purificação, pactos, alianças, expiação, misericórdia, etc.) e mesmo iniciáticas. (evocatória e invocatória).
E por que o quinto mandamento não inclui a matança de animais como contrária a Lei de Deus ?
Um primeiro motivo é óbvio, a alimentação carnívora faz parte da nutrição do ser humano desde que o mundo é mundo. O segundo motivo, já largamente explicado nos argumentos é revisado agora dentro do contexto bíblico. O Nephesh, que anima o reino animal e por todo Gênese, quando esta palavra é citada, indica a Criação do Reino animal, sendo assim totalmente diferenciado de Neshamah o fôlego de Deus nas narinas de Adão.
Ora, muitos neste momento deve estar estranhando as minhas diversas comparações, citações bíblicas e digressões principalmente no tocante a Gênese, Moisés e o Pentateuco (os cinco livros atribuídos a Moisés). A questão é que Moisés como é sabido, era príncipe egípcio, iniciado nos Mistérios de Ísis por Jehtro, seu sogro e sumo-sacerdote da Escolas Iniciáticas.
Portanto, conhecia Moisés todos os segredos e mistérios Mágicos e Cabalísticos.
E como conhecedor destes mistérios, podia como o fez, transmitir para o povo judeu a verdade só que sobre uma capa velada. Velada ou não as verdades apreendidas por Moisés de fonte fidedigna pode não estar clara na Bíblia, ter sido alterada, adulterada, manipulada, suprimida e muito mais, mas estão ali. "Buscais a verdade e ela vos revelará a sua face".
Logo, ao sacrificarmos animais, dentro de uma ritualística própria, organizada e dirigida a um determinado fim, não estamos matando um ser vivo com alma individualizada, um ser que possui um direcionamento kármico definido e que a morte através do sacrifício esteja brutalmente sendo interrompida.
O segredo dessa história está em que na morte do ser humano não existe transformação da energia, já que somente o corpo material se desagrega, o espírito não.
No caso dos animais o seu Nephesh retorna ao seu lócus original, sendo absorvida pela Alma Grupo e devidamente transformado em experiência e outros atributos em benefício da mesma.
Matar um ser humano sim, fere gravemente as Leis de Deus, pois destrói ou interrompe todo um processo reencarnatório, arquitetado, planejado pelos responsáveis dos processos kármicos, além de impedir um espírito de continuar o seu processo evolutivo.
3º Fundamento – Da Magia
No sacrifício dos animais encontramos todas as Leis da Magia em ação.
Antes de mais nada, a mente e a dinâmica de pensamento são os motores básicos do direcionamento magístico e este movimento provocado pela emissão do pensamento produz energia que pode ser positiva ou negativa conforme o direcionamento dado ao sacrifício. Estudemos a composição do ritual mágico do sacrifício de animais, vulgarmente chamado de matança para podemos compreender toda a sua amplitude.
Embora exista diferenças de ritual e direcionamento nos diversos cultos que praticam o sacrifício de animais, a mecânica não muda muito.
A utilização dos sacrifícios de animais são apenas relacionados aos Orixás e Exús e pelos os seguintes motivos: oferendas, obrigações com os mesmos, evocação e invocação.
Em todas as situações existem a presença do emissor (Pai de Santo ou Mãe de Santo), objetos físicos (alguidar, velas e demais elementos inerentes aos Orixás ou Exús, os seus axés) e a presença ou não do consulente, filho(a) de santo ou de pessoas que formam a corrente vibratória e ajudam no ritual.
http://reinodeoxum.com.br/files/viewpage.php?page_id=32
.
.
O QUE MAIS LHE INTERESSA SOBRE ORIXÁS:
SOBRE O SEU ORIXÁ DE CABEÇA:
Páginas Visitadas
ORIXÁS, UMBANDA E CANDOMBLÉ
POR AMOR AOS ORIXÁS - ANO III
Seguidores
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
O SACRIFÍCIO DE ANIMAIS NOS CULTOS AFRICANOS
Marcadores:
Sacrifícios de animais