
Apenas para esclarecer, esse tipo de ritual sacrificial que ocorre frequentemente nos cultos africanistas, não acontece na Umbanda. A Umbanda cultua os orixás de modo sincretizado com conceitos católicos e espíritas, onde a questão da aceitação, carma e merecimento são levados em muita consideração.
Caso haja uma resposta de positiva à consulta feita aos orixás do enfermo, a possibilidade de cura, já é meio caminho. O porque da resposta positiva ou da negativa por parte dos orixás, também está relacionado ao Odú ou destino da pessoa. Dessa forma não difere tanto assim, do dito carma e merecimento da Umbanda. O Eru pode curar o doente em muitos casos, já em outros como os de doenças avançadas, pode ajudar "paralisando" a evolução da doença e a ação nefasta que está senso exercida no doente. Essa ação pode vir de encostos de eguns, feitiçarias, etc. Nos casos de magias, a cura é bem maior. Nos casos em que não há magia ou eguns, a causa pode ser o odu do enfermo, dificultando a cura total. mas mesmo assim, pode haver uma melhora com a renovação da energia vital do enfermo.
A prática ritualística do Eru, ou troca de cabeças se dá de formas diferentes, dependendo da nação e do ilé. Em alguns casos o enfermo não está presente, sendo representado por um testemunho, ou sinal (roupa usada, cabelo, etc - só a foto não adianta, tem que haver objetos com a energia do enfermo, podendo ainda ser uma roupa de cama).
As práticas ritualísticas variam de nação para nação e de ilé para ilé. Prepara-se o enfermo e o animal. Passa-se um pano preto ou branco no corpo do doente e usa-se o mesmo para cobrir o animal. Após o sacrifício, abre-se o animal, (retirando ou não as vísceras - que podem ser passadas no corpo do doente, especialmente as que representam o(s) órgão(s) doente(s) e coloca-se a roupa, mechas de cabelo e unhas do doente dentro do animal. Na sequência, o ritual pode cumprir uma formalidade fúnebre como o enterro do animal, ou este é despachado em local indicado pelos Orixás.
Cabe um outro procedimento, onde os animais, são passados pelo corpo da pessoa e posteriormente solto, mas esse ritual de eru com a permanência dos animais vivos, só acontece em casos em que a pessoa não corra risco de morte e necessite apenas de uma limpeza e abertura.
De qualquer forma esse ritual é muito comum aos clientes e aos filhos de um Ilé. São em geral altamente custosos, devido à complexidade de seu preparo e execução.
Quando realizados por sacerdotes experientes, quase sempre em algum tipo de benefício para a pessoa precisada.
Mas cuidado, está cheio de aventureiros sem noção, fazendo bobagens. Procure uma Casa conhecida e séria, com reputação e clientes satisfeitos.
Walquíria