XIRÊ
Não é necessário muito esforço para perceber que no candomblé comida e dança são o ar que todos precisamos para respirar.Combinação certa e adequada para que se faça uma boa magia,ou uma magia completa.
A música bem como as comidas são essencial para que se consiga uma perfeita harmonia com as entidades.
No XIRÊ as duas se unem para celebrar a vida,a força e o poder dos ORIXÁS,que ao som dos ATABAQUES descem do ORUN (palavra da língua yoruba que na Mitologia Yoruba é o céu ou o mundo espiritual, paralelo ao Aiye, ou Terra mundo físico).
Tudo que existe no Orun coexiste no Aiye através da dupla existência Orun-Aiye.
A DANÇA dos ORIXÁS no XIRÊ ao toque dos ATABAQUES
São danças coreografadas, que têm nos movimentos sinais característicos de cada ORIXÁ , exprimindo sua maneira de ser ,caracterizando suas funções, relembrando suas trajetórias através das expressões de suas lendas.
Da mesma forma que cada ORIXA tem sua comida principal e fundamental,também tem seu ritmo,sua DANÇA, onde através dos movimentos revivem momentos importantes que o envolveram energéticamente na formação do mundo visível e invisivel.
Os movimento acompanham os ritmos de cada TOQUE ,no entanto cada entidade faz seus movimentos de maneira personalizada revivendo sua história,conforme acompanhamos nas LENDAS DOS ORIXÁS.
Como cada entidade é individualizada, em seus movimentos, vamos ver OGUN bravando sua espada ou seu facão,
BARÁ com toda a sua versatilidade,energia.
XANGÔ tremendo terra com a força de um trovão.
IANSÃ ,linda ,leve e soltas como a recolher e endereçar os EGUNS .
OBÁ ,em suas disputas e guerras,bravando sua espada curta,querendo agradar seu amor e ameaçando a
OXUM, que meiga e vaidosa mira-se no seu espelho.
OSSAIM ,recolhendo suas folhas,espalhadas pelo chão e pulando em um pé só sem fazer barulho como se estivesse na floresta.
ODÉ , com sua coreografia de caçador.
NANÃ ,embalando simbólicamente seus filhos.
OBALUAIÊ ,celebrando a vida e a morte,um com movimentos rápidos e vibrantes e
OMOLÚ ,alquebrado,cansado,velho.
IEMANJÁ ,com seus movimentos de remadora,e a banhar em suas águas.
OXALÁ , com seu APAXORO , por momentos vibrando e em outros apoiando-se.
OXUMARE com sua graça e beleza,leveza no dançar.
Assim dessa maneira ,os ORIXÁS vem ao mundo ,não para "bater pato',mas para se entrozar,vincular-me com as energias dos seus filhos.
Para cada situação existe uma roupa especifica , um movimento determinado e uma música REZA associada.
Chamamos de cantigas de RUM as executadas para o ORIXÁ dançar em uma festa, costuma dizer-se (dar Rum ao santo), nessas cantigas os Orixás fazem a coreografia conforme a cantiga e o desempenho do ALABÊ no atabaque maior (Rum), caso o ALABÊ, culto dos jejês, o encarregado do instrumental do candomblé cometa algum engano, Orixás mais antigos podem parar de dançar, corrigindo o OGAN para que ele cante a cantiga na sequência certa ou no ritmo certo.
Cada casa tem sua ordem de chamada mas pouco muda,apenas ,e talves as primeiras que algumas casa dão para BARÁ e outras para OGUN.
Mas o ritual primeiro que é o IPADÊ,sempre será realizado antes de iniciar o TOQUE.
As cantigas podem diferenciar nos toques dependendo da finalidade como ABERTURA DE CAMINHOS,
CURA DE DOENÇAS,
MISERICÓRDIA,
SAÍDA DO RONCÓ ,
RITO FÚNEBRE onde as cantigas são totalmente alteradas de acordo o grau da pessoa no culto e, claro as cantigas para o ritual de AXEXÊ, nesse ritual não são usados os instrumentos de percursão.
Convém esclarecer que cada toque tem sua cantiga própria pela finalidade ,e não devem ser cantada nas demais e nem fora do local consagrado para tal.
ATABAQUES
São os principais instrumentos da música do Candomblé, cuja execução é da responsabilidade dos Ogãs,mas não apenas para marcar os toques ,pois sua finalidade maior é "chamar" os ORIXÁS para o mundo dos humanos encarnados .
Os ATABAQUES são sagrados tanto como os OTÁS , e renovam seus AXÉS anualmente.
Defendo a normativa de serem usados somente no âmbito religioso,dentro do local consegrado. Se forem necessários, em outras circunstâncias, devem ser utilizados instrumentos BURUBURU.
São feitos das peles retiradas dos animais que foram sacrificados nos rituais da casa.
Não devem receber a luz solar, e sim vez receberem luz de vela branca.
O ATABAQUE maior tem o nome de RUM,
possui o registro grave;
o segundo tem o nome de RUMPI
tem o registro médio;
e o menor tem o nome de LE possui o registro agudo.
Os ATABAQUES do candomblé só podem ser tocados pelo ALABÊ (nação Ketu),
Xicarangoma (nações Angola e Congo)
e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos Ogãs nos atabaques menores sob o seu comando.
É o ALABÊ que começa o toque,
e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar a sua coreografia de dança, sempre acompanhando o floreio do Rum.
O Rum é que comanda o Rumpi e o Le.
É o Ogan responsável pelos
toques rituais,
alimentação,
conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados.
Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada.
Se uma autoridade de outro AXÉ chegar no terreiro, o ALABÊ tem de lhe prestar as devidas homenagens.
Coimo também recebe as homenagens por ser o controlador do AXÉ
ILÚ, AJÊS E AYAN
ILÚS são os chamados instrumentos de percussão que executam a música sacra do Batuque.
Os orins são entoados ao som dos ILÚS, tambores de dois couros,Tambor de duas peles presas por cordas.
Instrumento musical africano, da nação IJEXÁ, é usado nos afoxés de Salvador.
Em Pernambuco, denomina um pequeno tambor feito de barril, com couro nas duas extremidades.
É utilizado no xangô, percutido com duas baquetas de madeira chamadas birros.. Junto com os tambores na orquestra ritual aparecem os Ajês.
Cada Ilú é consagrado a uma Divindade.
É costume ter num Ilê
o Ilú otun
e o Ilú osi,
e em alguns Ilês a Ayan, tipo de tambor Batá, mais alongado, que tem suas origens no Reino de Oyo. Este tambor, a Ayan, leva o nome da deusa Ayan, que é a protetora dos Alabês na cidade de Oyo.
Aqui no Brasil a Ayan é consagrada a Oya e a Sango.
Executa alguns dos toques de Sango, Oya, bem como toques para Ibeji e para Yemoja.
O tambor Ayan está em franco desaparecimento na maioria dos Ilês de Nações que compõe a tradição afro-gaúcha do Batuque (Ijexá, Oyo, Jêje, Cabinda, Moçambique, Nagô).
AJÊS
Instrumento feito de cabaça, que é um fruto da família do melão e da abóbora, em diferentes formatos e tamanhos.
A cabaça é envolta por contas que, ao deslizarem, produzem acentos e ritmos. É bastante empregado em ritmos afro-brasileiros.
As cabaças revestidas de contas coloridas, que ao serem agitadas reproduzem um som parecido ao de um chocalho.
Em outros lugares do Brasil este instrumento é chamado de Xequerê.
RITMOS DAS DANÇAS DOS ORIXÁS
Não tem como ser diferente,quando falamos de orixás,somos obrigados a nos referir à comidas e danças.
Sim ,tanto uma quanto a outra são marcas registradas da nação africana,dos orixás e claro de seus devotos .
Da mesma forma que existem muitas comidas e ebós, também temos inúmeras formas de dançar, com rtmos alterando-se de acordo com a vibração evocada e em função da coreografia mítica de cada um dos Orixás.
Cada ORIXÁ dança seu ritmo próprio,mas existem vários ritmos que são coletivos.
RITMO ADARRUM
(ioruba adarun)
Ritmo estimulante ,rápido de batidas compassadas ligeiramente sem muita alterção do som.,contínuo apressado, forte, marcado unissonamente por todos os ATABAQUES e pelo AGOGÔ ou GÃ que é um instrumento musical formado por um único ou múltiplos sinos originado da música tradicional yorubá da África Ocidental.
Para se tirar som desse instrumento bate-se com uma baqueta de madeira nas duas bocas de ferro, também chamadas de campânulas, do instrumento.
Emprega-se para OGUM ,que quando dança movimenta-se lembrando um guerreiro limpando o caminho com sua espada ou seu facão.
Mas também pode ser usado para todos os Orixás, executado com o objetivo de propiciar o transe.
RITMO AGUERÊ
(EM Yorubá significa “lentidão”.)
Ritmo cadenciado para ODÉ
Com andamento mais rápido para IANSÃ.
Quando executado para IANSà é chamado de “quebra-pratos”é o ritmo de ODÉ,o caçador.
É acelerado, cadenciado e exige agilidade na dança, do mesmo modo que a caça exige a agilidade do caçador .
Muito rápido, compõe-se de inúmeras fugas e contrafugas.
Em esquivas ligeiras, projeta o bailado por toda a extensão do ambiente.
O corpo corcoveia, vai ao chão, pára, observa e retoma as mesmas atividades anteriores.
Não tendo a posse do arco e flecha, símbolos de ODÉ, quem para ele dança abre o polegar e indicador da mão direita, formando um angulo reto, enquanto os demais dedos desta mão se fecham.
O indicador da mão esquerda, esticado, toca a falange, a falange o polegar da direita, criando a imagem do arco engatilhado.
Para IANSÃ, divindade dos raios e dos ventos, toca-se o
AGÓ,
ILU,
ou AGUERÊ de Iansã, termos que designam um mesmo ritmo que, de tão rápido, repicado e dobrado, também é conhecido como "quebra-prato".
É o mais rápido ritmo do candomblé, correspondendo à personalidade agitada, contagiante e sensual desta deusa guerreira, senhora dos ventos e que tem poder de afastar os espíritos dos mortos (EGUNS).
RITMO ALUJÁ
( Significa orifício ou perfuração)
A dança preferida de XANGÔ se faz ao som do ALUJÁ, um ritmo quente, rápido, que expressa força e realeza recordando, através do dobrar vigoroso do Rum, os trovões dos quais XANGÔ é o senhor.
ALUJÁ – Toque rápido com características guerreiras.
RITMO AVANIA
Ou AVAMUNHA é um outro ritmo, também conhecido por:
RAMONHA,
VAMONHA,
AVAMUNHA,
ou AVANINHA,
tocado para todos os orixás.
É um toque rápido, empolgado e tocado em situações específicas como a entrada e saída dos filhos de santo no barracão e para a retirada do ORIXÁ incorporado.
É nesse momento que o orixá saúda os pontos de axé da casa e se retira sob a aclamação dos presentes.
RITMO BARRAVENTO
(rito Angola ,)
A variação mais conhecida é a muzenza, popularmente difundido como o Toque do Orixá IANSÃ.
RITMO BATÁ
(Rito KETU )
Talvez um dos ritmos mais característicos do candomblé,
pode ser tocado em duas modalidades:
batá lento
e batá rápido,
sendo o primeiro executado para os orixás cuja dança comedida denota certas características de suas personalidades, como a dança de Oxalufã, o deus arcado e velho que, com seu paxorô (cajado), criou o mundo. Significativamente, o termo batá, designa também o tambor de duas membranas, afinadas por cordas, cujo uso nos candomblés do Norte e Nordeste do Brasil é tão difundido que talvez por este motivo o ritmo tenha tomado seu nome, ainda quando não executado por este instrumento.
Batá é um tambor horizontal, formado por uma caixa de ressonância (geralmente um cilindro de madeira) coberta com couro nas duas extremidades, sendo um dos lados maior que o outro.
Tanto na África como no Novo Mundo, o BATÁ é tradicionalmente associado ao orixá XANGÔ .
Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado sempre com as mãos.
RITMO BRAVUM
Ritmo marcado por golpes fortes do Run
Embora não seja atribuído especialmente a algum orixá, é frequentemente escolhido para saudar Oxumarê, Ewá e Oxalá.
É um ritmo relativamente rápido, bem dobrado e repicado.
Bravun, de origem keto, também é ´tocado para Bará
Mensageiro por excelência, BARÁ apresenta-se numa dança serpenteada, as mãos ora levantadas para o orun (céu), ora para o aye (terra) os quais ele interliga.
E também o BRAVUN a dança de Ogun,
A coreografia de Ogun tem a dança do BRAVUN bem agitada, os passos mais acelerados, braços movimentados para o alto, a frente e na horizontal, nesta ultima parte como a cortar lanças e defender-se de adagas com escudo imaginário, ações típicas de sua essência guerreira.
RITMO CABULA
(rito Angola)
"Samba cabula"
este ritmo na verdade se chama "samba angola",sendo este nome o "samba-cabula",um ritmo no qual, ele se parece e tem o mesmo som do MACULELÊ,
mas ressaltando que tem mais batidas,ou seja...no total de 13 batidas por repetição,ou 13 tempos.
RITMO HUNTÓ ou RUNTÓ
(Ritmo de origem Fon)
Executado para OXUMARÉ.
Pode ser executado com cânticos para OBALUAIÊ e XANGÔ
RITMO IGBIN
Significa Caracol.
Execução lenta com batidas fortes.
Descreve a viagem de um Ancião.
É dedicada a OXALUFÃ.
RITMO IJESA
( rito Ketu)
Ritmo cadenciado tocado só com as mãos, sempre acompanhado do Gã (agogô) para marcar o compasso.
É dedicado a OXUM quando sua execução é só instrumental.
IJEXÁ, o único ritmo tocado com as mãos no rito Ketu é, por excelência, o ritmo de OXUM.
É um ritmo calmo, balanceado, envolvente e sensual, como a deusa da água doce, à qual faz alusão.
Ele é tocado ainda para o orixá filho de OXUM, LOGUN-EDÉ e, algumas vezes para BARÁ e para OXALÁ.
O Afoxé Filhos de Gandhi da Bahia, é talvez o mais tenaz dos grupos culturais brasileiros na preservação desse ritmo.
RITMO ILU
(Yoruba significando tambor)
Toque ou rítmo acelerado tocado para OYÁ-IANSAN.
Termo da língua Yorubá que também significa atabaque ou tambor.
Conhecido também como Dárò, que significa lamento.
É percurtido por aquidavis.
JONGO
É uma manifestação cultural essencialmente rural diretamente associada à cultura africana no Brasil .
A origem é o jogo de adivinhas típico dessa região da África na época, o Jinongonongo.
Hoje em dia podem participar do Jongo homens e mulheres, mas esta participação, em sua forma original era rigorosamente restrita aos iniciados ou mais experientes da comunidade.
O Jongo, é também muito importante porque representava uma resistência dos escravos, a de criar diversas comunidades, semelhantes a sociedades secretas político-religiosas especializadas, dentre as quais podemos citar até mesmo irmandades católicas, como a Congada
RITMO KORIN- EWE
(significado é “Canção das Folhas”.
Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria.
LUNDU
O lundu é um gênero musical contemporâneo e uma dança brasileira criada a partir dos batuques dos escravos bantos (escravos que foram trazidos da África, em especial a Angola, para o Brasil).
Herdou ritmos da própria África e da Europa.
Da África herdou a base rítmica e o rebolado.
Da Europa, aproveitou-se das características das danças ibéricas, como a melodia, o estalar dos dedos, a harmonia...
RITMO OGUELE
Ritmo atribuído a Obá.
Executado com cânticos para Ewá.
RITMO OPANIJE
Significa "mata e come"
Dedicado a
Obaluayie,
Onile
e Xapanã.
Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. (opa - aceita), (nijé - comer).
O ritmo de Obaluaê é o um ritmo pesado, "quebrado" (por pausas) e lento.
Este ritmo lembra a circunspeção deste deus das epidemias, ligado à terra.
Opanijé, No cndomblé é um toque sagrado, entoado para o Orixá Obaluaye, Omolu e Sapata geralmente tocado para a divisão da comida ritual chamada OLUBAJÉ, quando todos em silencio recebem sua porção, e os crentes aproveitam este momento para pedir saúde e longevidade.
O orixa dança numa representação simbólica, mostrando sua ligação com os mortos Iku e o seu domínio sobre a terra.
O orixa baila nunha representacão simbólica, mostrando sua conecção om os mortos ,IKU e seu dominio sobre a terra.
RITIMO SATÓ
Vagaesado, é geralmente tocado para Nanã, considerada a anciã das iabás (orixás femininos). SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado.
RITMO TONIBOBÉ
Pedir e adorar com justiça é o seu significado.
Tocado para XANGÔ
São ritmos vivos e guerreiros, chamados Tonibodé e Alujá, e são acompanhados pelos ruídos dos Xerés, agitados em uníssono.
No decurso de suas danças, XANGÔ brande orgulhosamente seu machado duplo e assim que a cadência se acelera ele faz o gesto de quem vai pegar num saco Labá, pedras de raio e lançá-las sobre a Terra.
O simbolismo de sua dança deixa, a seguir, aparecer seu lado licencioso e atrevido.
No decorrer de certas festas, Xangô aparece frente à assistência, trazendo sobre a cabeça um Agerê, panela cheia de furos, contendo fogo, e começa a engolir mechas de algodão inflamadas, denominadas Akará, como na África.
http://www.vetorial.net/~rakaama/te-texto4.htm
.
.
O QUE MAIS LHE INTERESSA SOBRE ORIXÁS:
SOBRE O SEU ORIXÁ DE CABEÇA:
Páginas Visitadas
ORIXÁS, UMBANDA E CANDOMBLÉ
POR AMOR AOS ORIXÁS - ANO III
Seguidores
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
AS DANÇAS DOS ORIXÁS NO CANDOMBLÉ
Marcadores:
As danças dos Orixás no Candomblé