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POR AMOR AOS ORIXÁS - ANO III
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quinta-feira, 17 de março de 2011
Orixá Exu – O Trono da Vitalidade
Sabemos que Deus é um só manifesto por meio de muitos nomes diferentes, que implicam culturas e formas diversas de entendimento e concepção do que Ele vem a ser. Também podemos caracterizar este fato como essência e forma, Deus é “Essencia” que se manifesta por diferentes “Formas”, segundo a cultura e o perfil
coletivo e individual. Por esta razão é tão importante que hajam muitas religiões, pois cada uma atende umas maneira diversa de entender e expressar a realidade em que vivemos e o sagrado que permeia esta realidade.
As formas mudam e assim podemos dizer que uma forma não é igual a outra ou que são “coisas” distintas, sem medo de errar, mas ao mesmo tempo são de mesma essência.
Poderão dizer que Alá é diferente de Adonai e este de Braman, Tupã, Olorum, Ptah, Wakan Tanka, Jah… sim são diferentes na forma, desde a diferença na lingua e cultura de origem até a diferença ritual e doutrinaria de cada religião se conectar ou relacionar-se com Deus, por estas formas variadas. Logo UM não é a “mesma coisa” que OUTRO, mas guardam a mesma “essência primeira” e “original”.
É Deus em suas variadas formas, em todos os casos acima e muitos outros estamos nos referindo ao mesmo “Principio – Essência”.
Com as Divindades de Deus se dá o mesmo fenômeno, uma mesma essência se manifesta por formas e culturas variadas, se assim não fosse a cada religião criada pelo homem Deus haveria de criar novas Divindades.
Logo não são “culturalmente” as mesmas, mas guardam uma mesma essência, uma mesma origem comum, a que podemos chamar de “Tronos de Deus”.
O que aqui tem o significado de “Divindades de Deus” em sua forma pura, na essência, em Deus, antes da nomeação e aculturação de cada um com nomes e formas.
O termo “Trono” já existe na cultura Judaico-cristã, mas aqui foi “re-significado” para identificar a Divindade em sua essência original, que em cada cultura recebe diferentes nomes e formas.
O maior mitólogo que tenho conhecimento chama-se Joseph Campbell e em seus trabalhos afirma que “os mitos se repetem nas culturas diversas”, o homem os repete pois eles trazem “chaves de interpretação” de nossa realidade.
Quando um mito se repete ele apresenta um mesmo arquétipo, perfil ou qualidade, segundo um dos mais importantes Mestres da Psicologia Carl Gustav Jung estes arquétipos estão no inconsciente coletivo, ou seja em uma “memória inconsciente” que não pertence a ninguém e ao mesmo tempo pertence a todos. Em diferentes culturas se apresentam os mesmos arquétipos.
Mircea Eliade o maior de todos os pesquisadores e estudiosos de História das Religiões de forma comparada, afirma que os “fatos religiosos” se repetem ao infinito.
Estas repetições se dão porque tudo tem uma mesma origem divina que se repete nas diversas culturas, o que vem do alto se multiplica no meio, Rubens Saraceni e Pai Benedito afirma quem “Deus cria e se multiplica o tempo todo”, “Deus cria em si e a partir de si, em si mesmo Ele cria as Divindades e a partir de si cria os seres em evolução e suas realidades ou mundos”, ao mesmo tempo ele está em tudo e todos pois: “somos uma parte d’Ele e Ele é, todos nós, por inteiro”.
Alguns Umbandistas do passado acreditavam que a origem comum dos “fatos religiosos” que se repetem estava no mundo objetivo e cultural, daí surgiu a teoria do AUMBANDÃ (Primeiro Congresso de Umbanda 1941), como fonte original de todas as religiões a ser restaurada pela Umbanda. A “constatação” do que seria um fato se deu por reconhecer que a Umbanda faz repetir o que já se praticava nas mais diversas religiões. A repetição se dá de forma natural pois a origem é divina, dos dons, arquétipos, divindades assim como das chaves de interpretação dos mitos que revelam e ocultam ao mesmo tempo os mistérios do Macro (Deus) e do Micro (Homen).
Como os estudos de religião e a interpretação dos fatos religiosos evoluem, surgem novas formas de abordar e interpretar os mistérios, de dentro para fora da religião e de fora para dentro da mesma. Assim temos olhares de história, sociologia, antropologia… e teologia para estudar estes fenômenos.
Também surgem novas palavras para definir novos conceitos até então inéditos, como os exemplos abaixo:
Panenteismo
Há uma diferença entre afirmar que “Tudo é Deus” e afirmar que “Deus está em Tudo”, a primeira afirmação se define por “Panteismo” a segunda ganhou um neo-logismo chamado “Panenteismo”, podemos dizer que nós Umbandistas somos “panenteistas” pois “vemos” e reconhecemos Deus em tudo, sem no entanto confundir o todo com as partes.
Mono-politeismo
Da mesma forma reconhecemos um Deus único e reconhecemos que tem muitos nomes e divindades associadas, quem crê em um Deus Único é “Monoteista”, quem crê em muitos deuses é “Politeista”, também há um “neo-logismo” para quem crê em um Deus único e muitas Divindades, que manifestam suas qualidades, “Mono-politeismo”. Também Podemos dizer que somos, nós umbandistas, “Mono-politeistas”, Monoteistas com relação ao Deus Único e Politeistas com relação as suas divindades.
É dentro destes conceitos de que Deus Cria se Repetindo (Multiplicando) e se Repete (Multiplica) criando, que em 1999, Rubens Saraceni, afirmou que se procurássemos em outras culturas encontraríamos divindades análogas aos Orixás com outros nomes. E que tanto os Orixás quanto as demais divindades são formas de uma mesma essência, pois é a forma que cada cultura diversa, encontrou para culturas as Divindades de Deus ou “Tronos de Deus”.
Esta forma de pensar já pertencia ao africano que reconhecia nas divindades Bantu-Angolanas, Inquices, os mesmos Orixás da cultura Nagô, com outros nomes. Tanto é fato que é muito comum encontrarmos “Candomblés de Angola” cultuando os Orixás da Cultura Nagô-Yorubá, que tem origem na Nigéria e parte do Benim. O mesmo se deu entre alguns grupos Jejê que cultuam os Voduns que gerou Tambor de Mina no Maranhão e Voodoo no Haiti.
Logo compreendo que não seja exatamente a mesma coisa nos referirmos a Oxum, a grega Afrodite, romana Vênus, hindu Lakshmi, egípcia Isis, nórdica Freyja, celta Blodeuwed, chinesa Kwanin, asteca Xochiquetzal e outras… Mas nos remetem a uma mesma essência e seu estudo comparado nos ajuda a compreender mais e melhor as “chaves”, que os mitos revelam e ocultam, bem como o estudo comparado nos mostra que da nossa forma, do nosso jeito, estamos fazendo o mesmo que já fizemos em tantas outras encarnações, cultuando Deus e suas Divindades por meio de seus diversos nomes.
Há ainda casos de divindades que trazem em si qualidades de muitos “Tronos Originais”, como Logunedé que tem qualidades de Oxossi e Oxum; Oxalufã que tem qualidades de Oxalá e Obaluayê; Shiva que tem qualidades de Xangô, Omulu, Iansã, Obaluayê e Exu; Hermes que tem qualidades de Oxossi e Exu… claro segundo meu ponto de vista e interpretação. Logo há divindades que intermediam para muitas outras divindades o que apenas marca seu perfil. O que não invalida o estudo, apenas nos aguça a estudar mais e mais estes mistérios encantadores que são em si as diversas manifestações de Deus e suas Divindades.
No cristianismo negam-se as divindades, no entanto os vários santos católicos formam, praticamente, um panteão de “semideuses”, cada santo ocupa o lugar de um ou mais “Tronos de Deus”. O que foi uma necessidade, durante o período de expansão do Catolicismo, pois os vários cultos à “Deusa do Amor”, por exemplo, ou simplesmente ao “Trono Feminino do Amor”, tem uma função e razão de ser junto á humanidade; o que revela um arquétipo, mitos e sua presença no inconsciente coletivo. Desta forma os santos passaram a ocupar e manifestar as qualidades, virtudes e mistérios que pertencem às divindades (Tronos de Deus). Nossa Senhora praticamente assumiu a posição de Feminino de Deus, é ela a idealização da Grande Deusa, e em seus mais variados nomes vai apresentando os mistérios diversos de muitas divindades femininas em seus diversos nomes e arquétipos.
Encontramos Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Virtudes, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Saúde, Nossa Senhora Desatadora dos Nós e outras, em que cada uma manifesta um mistério diferente na criação.
Orixá Exu
Sei que para alguns ainda é difícil entender a diferença entre Orixá Exu e Entidade Exu. O Orixá Exu é a nossa forma de entender uma divindade de Deus, a Divindade ou “Trono da Vitalidade”, aquele que dá vitalidade à toda a criação. A entidade exu é um espírito humano que trabalha com este mistério, todos os exus de Umbanda, todas as entidades exu, trabalham sob o amparo e sustentação do Orixá Exu.
Podemos dizer que o Orixá Exu está para as entidades Exu, assim como Oxossi está para os Caboclos, Obaluayê está para os Pretos-velhos ou Ibeji está para as Crianças.
Também já foram pensados sincretismos de santos com Orixá Exu, como o próprio Expedito, Santo Antônio, São Pedro e até Menino Jesus em alguns lugares do Caribe, no qual Exu não foi demonizado e guarda em um de seus aspectos a forma jovial e inocente, que justifica sua irreverência e traquinagens mitológicas. Algo semelhante se dá com Khrisna criança que se diverte com as próprias estripulias ou com Hermes grego que ainda criança faz mil e uma artes e até rouba os rebanhos de seu irmão Apolo.
No caso do Orixá Exu ou Trono da Vitalidade, trata-se de uma divindade que atua em todas as vibrações, em todas as linhas a partir de si mesmo ou por meio dos outros Orixás. Mas este já é assunto para outro texto, ou ainda para a leitura dos títulos Livro de Exu – O Mistério Revelado e Orixá Exu (Rubens Saraceni – Ed. Madras).
Quanto a Divindade ou Trono da Vitalidade também assume nomes diferentes e formas variadas nas diversas culturas, é para nós o Orixá Exu. Encontrar suas manifestações diversas é trabalho de pesquisa muito enriquecedor pois estudar outras manifestações do mesmo mistério nos traz maior compreensão sobre o mesmo.
O conteúdo abaixo faz parte do título Deus, Deuses, Divindades e Anjos , do excelente autor Alexandre Cumino, eu mesmo, rs. Os resultados são fruto dos estudos de “Teologia de Umbanda Sagrada”, no tema “Orixás – Teogonia de Umbanda” e assunto “Estudo Comparado dos Orixás”.
Orixá Exu – O Trono Masculino da Vitalidade
Por Alexandre Cumino
A FORÇA
Exu, Shiva, Hermes, Pã, Príapo, Dionísio, Min, Bes, Seth, Savitri, Lóki, Baal, Shulpae, Shullat, Kanamara Matsuri, Baco, Anzu, Comentários.
Exu — Divindade africana, da cultura Nagô que predomina na região da atual Nigéria e parte da Republica Popular do Benim.
É o Trono da Vitalidade e também um Trono Tripolar (vitaliza, desvitaliza ou neutraliza toda e qualquer ação).
Orixá Exu tem origem Nagô, onde é Divindade fálica, age também no sentido do vigor físico e espiritual. Seu nome, na língua Yorubá, quer dizer Esfera, mostrando ser uma Divindade que atua em Tudo e em todos os campos.
Considerado o mensageiro dos outros Orixás, Exu vitaliza ou desvitaliza qualquer um dos sete sentidos, sendo muito evocado e muito atuante pela abrangência de seu mistério.
O TRIDENTE DE EXÚ GUARDIÃO DA UMBANDA
O tridente, ferramenta de Exu na Umbanda, nunca teve conotação negativa, pelo contrário.
O Tridente sempre foi algo divino nas culturas pagãs anteriores ao Cristianismo, por isso a cultura católica fez questão de pregar o inverso, para facilitar a conversão de seus fiéis e fazer com que esquecessem os mistérios a que tinham acesso direto. Agora o único acesso a qualquer mistério estaria na mão de um Sacerdote Católico.
Podemos citar o uso de Tridente por Zeus, Netuno, Tritão, Posseidon e Shiva, entre outros.
Esses tridentes mostram o valor divino concedido a eles; a trindade; o alto, o meio e o embaixo; Céu, Mar e Terra; Luz, sombra e trevas; Pai, Mãe e Filho; etc. Na cultura católica, essa trindade perde toda sua relação com o tridente e aparece apenas como Pai, Filho e Espírito Santo, deixando de lado o elemento feminino, tão importante, que se concentrará na figura de Maria, Mãe de Jesus.
Assim, Exu evoca seu mistério do vigor e o mistério tridente já tão deturpado em nossa cultura, mas de grande valor como mistério divino, pois trás em si poder de realização, desde que manifesto da forma correta.
Elegbara
Também conhecido como Elegba, Legba, Elebá, Lebá, Elegua, Légua e outros é divindade da cultura Gêge, Vodun, na língua Fon. Seu nome significa Poderoso , tem em si todas as qualidades do Orixá Exu, e de cultura tão próxima na África houve também sincretismos.
Elebara é sinônimo de Exu e tornou-se na cultura Yorubá, também, uma das qualidades do Orixá Exu.
Aluvaiá
Este é o nome da Divindade da Vitalidade na cultura bantu, na língua quimbundo, portanto é um “inquice”, é o Exu dos Cultos Angola/Congo.
Shiva –
Divindade hindu, é a terceira pessoa da trindade formada por Brama, Vishnu e Shiva, na qual um constrói, ou outro mantém e o terceiro destrói a criação para que torne a construir outra vez. Tem como consorte (esposa) Parvati, que também se manifesta como Durga ou Kali. Pai de Ganesha a quem deu o titulo de Senhor dos Exércitos de Shiva. Shiva reina sobre todos os seres “infernais” e “trevosos” ele tem o poder destruidor e transformador. Shiva é o grande Yogue o Maha Deva (Grande Deus), todos vão a sua cidade natal Varanasi para passar os últimos dias de vida ao lado do Rio Ganges assim depurando o carma, para ao desencarnar na Cidade de Shiva ficar livre da roda dos renascimentos, Sansara. Shiva é Fálico, nos seus rituais chamados Puja o sacerdote Pujari, faz oferendas em torno de um lingan que representa o falo de Shiva. O lingan é todo besuntado com (iogurt) e mel que também consiste da oferenda. Shiva usa um Tridente que representa seu poder trino, enquanto terceira pessoa, e também para lembrar que onde está uma pessoa está as três pessoas. O Tridente também representa o poder no Alto, no meio e no Embaixo.
Shiva enquanto terceira pessoa da trindade também manifesta qualidade de outras divindades ou Orixás, pois uma de suas manifestações é chamada de Nataraja quando Shiva aparece dançando dentro de um circulo de fogo. Sua dança é quem mantém o universo em constante movimento, é a Dança Cósmica do Universo. No fogo, na dança e na destruição podemos associar Shiva a outros Orixás, o que é normal pois mesmo Ogum se manifesta de formas diversas, quando manifesta a lei no campo dos outros Orixás.
Hermes —
Divindade grega, filho de Zeus com a ninfa Maia, é o mensageiro dos Deuses. Responsável por tudo que se relacionasse com movimento, viagem, estradas, moeda e transações comerciais. Por isso aparecia sempre usando um chapéu de viajante e sandálias aladas. Na mão, levava uma varinha mágica feita de duas cobras enroscadas em uma haste.
Pã —
Divindade grega, filho de Hermes, torso humano, pernas e chifres de bode, deus dos campos, dos pastores e dos bosques. Adorava a companhia de Sátiros, excelente músico e dançarino, adorava perseguir as ninfas. De voz aterradora é a partir de seu nome que surgiu a palavra “pânico” que diz respeito a assustar-se com a presença de Pã.
Príapo — Divindade grega, filho de Afrodite e Hermes, Divindade fálica da fertilidade.
Dionísio — Divindade grega, filho de Zeus e de Sêmele, Deus dos vinhos e folguedos, vagava por todo o país bebendo vinho e dançando sem parar. Teve seu culto inicial mais ligado aos aspectos de divindade da floresta, possuindo qualidades fálicas foi deixando para trás sua natureza vegetal, lembrada apenas pelo vinho e videiras. Como divindade fálica, aparece com sobrenomes como Ortos, “O Ereto”, e Enorques, “O Bitesticulado”.
Min — Divindade egípcia, Divindade fálica, também da abundância, da fertilidade, da força, do poder e do vigor.
Bes — Divindade egípcia, “Deus da Concupiscência e do Prazer”, de origem estrangeira, aparece de pé sobre um lótus; também é fálico.
Seth — Divindade egípcia, Senhor do Caos ou da desordem, também transmite força, poder e vigor. Atua de forma tripolar e muitas vezes atuará no campo do Trono Oposto ao Trono da Lei, pois sua presença gera a desordem, bem como sua ausência beneficia a Ordem Divina.
Savitri — Divindade hindu, “su” raiz do nome (“estimular”) é o “estimulador de tudo”.
Lóki — Divindade nórdica, irmão de Odim, é Divindade de força e poder que muitas vezes direciona todo esse potencial de forma não compreensível. Incansável em suas ações, é em si o próprio mistério do Vigor agindo de forma dual, ora positivo e ora negativo.
Baal — Divindade caldéia, cananéia e fenícia, “Senhor” ou “Esposo”. Também é um deus fálico.
Shulpae — Divindade sumeriana com uma série de atribuições, incluindo fertilidade e poderes demoníacos.
Shullat — Divindade sumeriana, consorte de Hanish. Servo do deus sol. Equivalente a Hermes, o mensageiro divino.
Kanamara Matsuri — Divindade japonesa, “falo de ferro”, senhor da fertilidade, reprodução e sexualidade, trazia fartura e a cura para a impotência e a esterilidade.
Baco — Divindade grega do vinho e da vindina, da devassidão e do alvoroço.
Anzu — Divindade babilônica, Águia de cabeça de leão, porteiro de Enlil, nascido na montanha Hehe. Apresentado como o ladrão mal-intencionado no mito de Anzu, mas benevolente no épico sumério de Lugalbanda.
O Trono Masculino da Vitalidade, Exu, tem sido muito mal compreendido desde que fomos dominados por uma cultura que vê a união carnal como pecado original.
A região sacra do corpo humano tornou-se algo a ser escondido como vergonhoso.
A fertilidade divina perde sua relação com o vigor físico, logo as Divindades fálicas são mal compreendidas e facilmente associadas a algo negativo. Espiritualmente o órgão sexual, responsável pela concepção, geração, multiplicação e perpetuação da espécie é divino, sem dúvida, sendo algo negativo a “bestialização” do que nos foi reservado para o Amor. Logo, a vitalidade, o vigor e o estímulo são algo essencial para a vida, pois é aplicado não apenas com conotação sexual e sim em todos os campos da vida, pois uma pessoa desvitalizada ou desestimulada, rapidamente, vai perdendo a vontade de viver.
Entendemos assim que, como esse, muitos outros mistérios e tronos de Deus são incompreendidos; nossos tabus e conceitos muitas vezes encobrem a visão do que é sagrado e divino em nossas vidas.
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