Existe um sincretismo entre a santa católica Nossa Senhora dos Navegantes e a orixá da Mitologia Africana Iemanjá. Em alguns momentos, inclusive festas em homenagem as duas se fundem[3][4]. No Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá[5] tem sua data festiva no dia 2 de fevereiro. Costuma-se festejar o dia que lhe é dedicado, com uma grande procissão fluvial.
Uma das maiores festas ocorre em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, devido ao sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes. No mesmo estado, em Pelotas a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade católica acontece um dos momentos mais marcantes da festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Pelotas, que em 2008 chegou à 77ª edição. As embarcações param e são recepcionadas por umbandistas que carregavam a imagem de Iemanjá, proporcionando um encontro ecumênico assistido da orla por várias pessoas[6].
No dia 8 de dezembro, outra festa é realizada à beira mar baiana: a Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Esse dia, 8 de dezembro, é dedicado à padroeira da Bahia, Nossa Senhora da Conceição da Praia, sendo feriado municipal em Salvador. Também nesta data é realizado, na Pedra Furada, no Monte Serrat em Salvador, o presente de Iemanjá, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à Rainha do Mar - também conhecida como Janaína
Na capital da Paraíba, a cidade de João Pessoa, o feriado municipal consagrado a Nossa Senhora da Conceição, 8 de dezembro, é o dia de tradicional festa em homenagem a Iemanjá. Todos os anos, na Praia de Tambaú, instala-se um palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas ao redor do qual se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado e curiosos para assistir ao desfile dos orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se buracos com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.
A devoção à Nossa Senhora dos Navegantes teve início na Idade Média. Ao utilizar o Mar Mediterrâneo para chegar à Palestina, os cruzados invocavam a proteção de Maria, a Estrela do Mar.
A tradição teria chegado ao Brasil já na época do Descobrimento, através dos navegadores portugueses e espanhóis. O culto à Nossa Senhora disseminou-se entre os nativos, originando o surgimento de santuários nas regiões pesqueiras.
Em Porto Alegre, a santa foi eleita padroeira da cidade. Desde 1871 é realizada no Lado Guaíba uma procissão fluvial em sua homenagem. Esta tradição foi interrompida entre 1989 e 2000, em decorrência do naufrágio do barco Bateau Mouche, no Rio de Janeiro, quando o país inteiro se alertou para o perigo de passeios fluviais em embarcações sem equipamentos de segurança suficientes.
Nesta ano, os organizadores esperam contar com mais de 200 "navegantes". Participam do evento barcos de turismo, pesca, de esportes náuticos e de particulares.
Neste dia há também a homenagem à Iemanjá, orixá das grandes águas, dos mares e oceanos. É a correspondente de Nossa Senhora dos Navegantes nas religiões afro-brasileiras. São feitas homenagens nas praias, com os devotos “lançando” ao mar pequenas embarcações com oferendas compostas de cocadas brancas, lírios, velas brancas, perfumes, espelhinhos, etc... Sua popularidade é imensa, sendo cultuada como a rainha do mar e também chamada de: Oguntê, Marabô, Kaiala e Sobá... Oloxum, Inaiê, Janaína, Iemanjá (já cantava Marisa Monte).
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POR AMOR AOS ORIXÁS - ANO III