O Candomblé tal como é organizado no Brasil é bastante diferente dos cultos e tradições das religiões africanas. Nasceu com a chegada dos primeiros escravos ao Brasil, que trouxeram consigo seus deuses e rituais de culto.
“Acredita-se que os primeiros escravos africanos chegaram ao primeiro mundo já em 1502. Provavelmente, os primeiros carregamentos de escravos chegaram em Cuba em 1512 e no Brasil em 1538 e isso continuou até que o Brasil aboliu o tráfico de escravos em 1850 e na Espanha finalmente encerrou o tráfico de escravos para Cuba em 1866. A maioria do três milhões de escravos vendido à América Espanhola e o cinco milhões vendidos ao Brasil num período de aproximadamente três séculos, vieram da costa ocidental da África"
Era muito cruel o tratamento imposto aos escravos desde o momento da partida da África e durante a viagem nos navios chamados “tumbeiros”, que podia se estender a cerca de dois meses. Os maus tratos continuariam depois, para a maioria deles até a morte. Edson Carneiro informa que o tráfico trouxe escravos de três regiões: da Guiné Portuguesa, do Golfo da Guiné (Costa da Mina) e de Angola, chegando até Moçambique. Os africanos chegaram divididos em dois grupos principais: sudaneses (os de Guiné e da Costa da Mina) e os bantos (Angola e Moçambique). Os da Costa da Mina desembarcavam na Bahia, enquanto que os demais eram levados para São Luís do Maranhão, Bahia, Recife e Rio de Janeiro, de onde se espalhavam para outras regiões do Brasil, como litoral do Pará, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo.
A presença do orixá é necessária tanto na Umbanda como no Candomblé. É de origem africana que foram trazidos pelos negros escravizados. Seu culto é a essência do Candomblé, e foi mantido vivo no Brasil. O continente africano, na época das grandes levas de escravos, era ainda mais fragmentado politicamente do que hoje. O conceito de nação ou Estado, em seu significado mais restrito, não encontra correspondente na realidade geopolitica africana desse período. Diversas nações de tribos fragmentavam qualquer idéia de unidade cultural, ainda que, cercada pela selva, muitas dessas comunidades nunca entraram em contato nem tiveram notícia da existência de outras. Isto resulta numa grande diferença de culto de região para região, onde os nomes de um mesmo orixá são absolutamente diferentes.
No Brasil, porém, pode-se notar um culto predominante do ritual e das concepções iorubá - um povo sudanês da região correspondente à atual Nigéria, que dominou e influenciou politicamente e culturalmente um grande número de tribos. Esse culto se estendeu pôr toda a América, com exceção (se bem que há notícias do estabelecimento cada vez maior destes cultos) da América do Norte, com maior destaque para Cuba e Brasil.
Candomblé, culto dos orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das Religiões Afro-Brasileiras praticadas principalmente no Brasil mas também em países adjacentes como Uruguai, Argentina, e Venezuela.
A religião, que tem por base a "anima" (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás/Inquices/ Voduns, sua cultura, e seus dialetos, entre 1549 e 1888.
Embora confinado originalmente à população de escravos, proibido pela igreja Católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. É agora uma das religões principais estabelecidas, com seguidores de todas as classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião. Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros. Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas mutuamente como exclusivas, e muitos povos de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente. Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.
O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda e Macumba, duas outras religiões Afro-Brasileiras com similar origem; e com religiões Afro-derivadas similares em outros países do Novo Mundo, como o Voodoo Haitiano, a Santeria Cubana, e o Obeah, os quais foram desenvolvidos independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.
Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam que cultuem vários deuses, o deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Zambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.
Os Orixás/Inquices/Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos membros do terreiro, como é o caso do Deus Cristão que na maioria das vezes são confundidos.
os Orixás da Mitologia Yoruba foram criados por um deus supremo, Olorun (Olorum) dos Yoruba;
os Voduns da Mitologia Fon ou Mitologia Ewe, foram criados por Mawu, o deus supremo dos Fon;
os Inquices da Mitologia Bantu, foram criados por Zambi, Zambiapongo, deus supremo e criador.
O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das centenas de deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades", que podem ser cultuadas como um diferente Orixá/Inquice/Vodun em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orixás do Ketu podem ser "identificados" com os Voduns do Jejé e Inquices dos Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.
Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixá, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.
O candomblé e demais religiões afro-brasileiras tradicionais formaram-se em diferentes áreas do Brasil com diferentes ritos e nomes locais derivados de tradições africanas diversas: candomblé na Bahia, xangô em Pernambuco e Alagoas, tambor de mina no Maranhão e Pará, batuque no Rio Grande do Sul e macumba no Rio de Janeiro.
A organização das religiões negras no Brasil deu-se bastante recentemente, no curso do século XIX. Uma vez que as últimas levas de africanos trazidos para o Novo Mundo durante o período final da escravidão (últimas décadas do século XIX) foram fixadas sobretudo nas cidades e em ocupações urbanas, os africanos desse período puderam viver no Brasil em maior contato uns com os outros, físico e socialmente, com maior mobilidade e, de certo modo, liberdade de movimentos, num processo de interação que não conheceram antes. Este fato propiciou condições sociais favoráveis para a sobrevivência de algumas religiões africanas, com a formação de grupos de culto organizados.
Até o final do século passado, tais religiões estavam consolidadas, mas continuavam a ser religiões étnicas dos grupos negros descendentes dos escravos. No início deste século, no Rio de janeiro, o contato do candomblé com o espiritismo kardecista trazido da França no final do século propiciou o surgimento de uma outra religião afro-brasileira: a umbanda, que tem sido reiteradamente identificada como sendo a religião brasileira por excelência, pois, nascida no Brasil, ela resulta do encontro de tradições africanas, espíritas e católicas.
Desde o início as religiões afro-brasileiras formaram-se em sincretismo com o catolicismo, e em grau menor com religiões indígenas. O culto católico aos santos, numa dimensão popular politeísta, ajustou-se como uma luva ao culto dos panteões africanos. A partir de 1930, a umbanda espraiou-se por todas a regiões do País, sem limites de classe, raça, cor, de modo que todo o País passou a conhecer, pelo menos de nome, divindades como Iemanjá, Ogum, Oxalá etc.
O candomblé, que até 20 ou 30 anos atrás era religião confinada sobretudo na Bahia e Pernambuco e outros locais em que se formara, caracterizando-se ainda uma religião exclusiva dos grupos negros descendentes de escravos, começou a mudar nos anos 60 e a partir de então a se espalhar por todos os lugares, como acontecera antes com a umbanda, oferecendo-se então como religião também voltada para segmentos da população de origem não-africana. Assim o candomblé deixou de ser uma religião exclusiva do segmento negro, passando a ser uma religião para todos. Neste período a umbanda já começara a se propagar também para fora do Brasil.
Durante os anos 1960, com a larga migração do Nordeste em busca das grandes cidades industrializadas no Sudeste, o candomblé começou a penetrar o bem estabelecido território da umbanda, e velhos umbandistas começaram e se iniciar no candomblé, muitos deles abandonando os ritos da umbanda para se estabelecer como pais e mães-de-santo das modalidades mais tradicionais de culto aos orixás. Neste movimento, a umbanda é remetida de novo ao candomblé, sua velha e "verdadeira" raiz original, considerada pelos novos seguidores como sendo mais misteriosa, mais forte, mais poderosa que sua moderna e embranquecida descendente, a umbanda.
Nesse período da história brasileira, as velhas tradições até então preservadas na Bahia e outros pontos do País encontraram excelentes condições econômicas para se reproduzirem e se multiplicarem mais ao sul; o alto custo dos ritos deixou de ser um constrangimento que as pudesse conter. E mais, nesse período, importantes movimentos de classe média buscavam por aquilo que poderia ser tomado como as raízes originais da cultura brasileira. Intelectuais, poetas, estudantes, escritores e artistas participaram desta empreitada, que tantas vezes foi bater à porta das velhas casas de candomblé da Bahia. Ir a Salvador para se ter o destino lido nos búzios pelas mães-de-santo tornou-se um must para muitos, uma necessidade que preenchia o vazio aberto por um estilo de vida moderno e secularizado tão enfaticamente constituído com as mudanças sociais que demarcavam o jeito de viver nas cidades industrializadas do Sudeste, estilo de vida já, quem sabe?, eivado de tantas desilusões.
O candomblé encontrou condições sociais, econômicas e culturais muito favoráveis para o seu renascimento num novo território, em que a presença de instituições de origem negra até então pouco contavam. Nos novos terreiros de orixás que foram se criando então, entretanto, podiam ser encontrados pobres de todas as origens étnicas e raciais. Eles se interessaram pelo candomblé. E os terreiros cresceram às centenas.
Uma Reflexão Sobre o Surgimento do Candomblé
André Sekkel Cerqueira
Os estudos sobre a África e as culturas africanas têm ganhado espaço nas últimas décadas. No Brasil esse estudo começou, basicamente, com Nina Rodrigues em fins do século XIX, na Bahia. Depois dele veio Arthur Ramos, no começo do século XX. Foram esses os dois grandes autores que escreveram sobre os africanos em nosso país. Seus estudos foram incorporados por grandes historiadores que trataram do período colonial, como Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior. Ambos os autores foram pela linha do cruzamento de raças, pela miscigenação, para entenderem a formação da nacionalidade brasileira. Segundo estes dois autores, essa mistura aconteceria por causa da capacidade do português de se misturar com outras raças, como diz Caio Prado Júnior: “a mestiçagem, signo sob o qual se formou a etnia brasileira, resulta da excepcional capacidade do português em se cruzar com outras raças”[*1]. Mas esta mistura não é apenas étnica, é também cultural. Porém não existe uma cultura africana única e nem uma cultura indígena única, essa era uma visão que os europeus tinham desses povos. O mesmo Caio Prado nos informa isso: ”os povos que os colonizadores aqui encontraram, e mais ainda os que foram buscar na África, apresentam entre si tamanha diversidade que exigem discriminação”.[*2]
É preciso entender que não foi uma cultura africana que atravessou o Atlântico, mas várias. Foram diversos grupos étnicos, misturados pelos portugueses, diversas nações de africanos que vieram traficados para o Brasil Colônia. Com isso em mente vamos tentar entender os meios pelos quais essas culturas sobreviveram e moldaram a sociedade colonial – conseqüentemente a nossa também.
O aspecto cultural que mais me chama a atenção, e no qual me deterei, é o candomblé. Essa prática religiosa existe até hoje, principalmente na Bahia. É fácil pensar que os africanos se adaptaram para sobreviverem no Brasil Colônia e que para isso modelaram sua cultura, mas não podemos nos esquecer que não havia apenas uma cultura africana no Brasil Colônia. Além disso, temos que prestar atenção na relação das diversas culturas africanas entre si e com as culturas indígenas e portuguesas. Assim, vamos buscar a origem do candomblé em meio a essa “pluralidade de fragmentos culturais”.[*3]
Mintz e Price escreveram “O nascimento da cultura afro-americana”, livro no qual buscam entender, entre outras coisas, como se deu o contato entre uma cultura africana e outra européia. Eles defendem que não há uma cultura africana homogênea, como é possível dizer com relação à portuguesa ou à espanhola, mas dizem que deve haver algum traço que seja comum a todas as culturas africanas. Seria uma “herança cultural africana, largamente compartilhada pelas pessoas importadas por uma nova colônia”[*4]; em seguida a esta passagem os autores dão um exemplo interessante, o qual reproduzirei conforme descrevem: “(...)os iorubanos 'deificam' seus gêmeos, envolvendo a vida e morte deles num ritual complexo, enquanto seus vizinhos ibos destroem sumariamente os gêmeos no nascimento” e seguem afirmando que “ambos os povos parecem reagir a um mesmo conjunto de princípios subjacentes, muito difundidos, que dizem respeito à significação sobrenatural dos nascimentos incomuns”[*5].
Levando em consideração que os escravos importados, ou traficados, não vinham de uma mesma região da África e nem tinham a mesma cultura, então como explicar traços predominantes de determinadas culturas nas colônias americanas? É uma questão complexa, mas que pode ser respondida da seguinte maneira: supondo que nasçam gêmeos (para usar o mesmo exemplo) na senzala de um senhor de açúcar da Bahia, um acontecimento que requer um ritual, e só há um sacerdote iorubá naquela senzala capaz de fazer o rito. Então esse ritual será feito conforme os seus costumes, mesmo que a maioria dos africanos de lá não sejam iorubanos. A necessidade de fazer o rito é mais importante do que a maneira como ele é feito, pois há uma herança cultural comum.
Essa idéia será desenvolvida por Luis Nicolau Parés, em seu livro intitulado “A formação do candomblé – história e ritual jeje na Bahia”. Um tema que o autor desenvolve muito bem e que acho ser de extrema relevância é a passagem do que ele chama “nação étnica” para “nação de candomblé”. O tema trata justamente dessa questão de múltiplas nacionalidades que têm uma herança em comum e, no caso, um presente também comum – que é a escravidão.
O termo nação foi utilizado pelos portugueses para diferenciarem os grupos étnicos de escravos, que acabaram por incorporar essa distinção européia nas suas relações. Na segunda metade do século XIX o tráfico de escravos é proibido e há um decréscimo de africanos no Brasil. Dessa forma as distinções étnicas (de nações) que os senhores faziam “deixaram de ser operacionais para a classe senhorial”, mas “elas persistiram entre os africanos e seus descendentes crioulos no âmbito de suas redes de solidariedade familiar e, sobretudo, de práticas religiosas”.[*6]
Dentro dos rituais do candomblé é possível distinguir algumas nações, como aponta José da Cunha Grã Ataíde e Mello, o Conde de Povolide, em carta de 10 de junho de 1780 ao rei de Portugal, na qual fala sobre algumas danças de negros. O Conde faz a seguinte observação: “(...) os Pretos divididos em Nações e com instrumentos próprios de cada huma danção(...)”.[*7] Parés aponta que essa divisão acontece no candomblé por meio da língua, dos cantos, das danças e dos instrumentos.
Com o tempo o termo nação vai mudando de significado e deixa de designar “indivíduos compartilhando uma mesma terra de origem”, ou seja, “o parentesco biológico foi substituído pelo parentesco do santo”.[*8] Então o termo passou a designar uma forma de organização com bases religiosas.
Luis Nicolau Parés nos informa que entre os anos 1960-1970 estudiosos da África propuseram um “modelo teórico conhecido como ‘complexo fortuna-infortúnio’”,[*9] que nos ajuda a destacar um tipo de religiosidade preocupada com a “sustentabilidade da vida neste mundo”. Desse modo podemos entender o candomblé como uma forma de ajudar a enfrentar o infortúnio, no caso a escravidão. Porém o candomblé não é uma religião africana, mas ele se formou com base na memória trazida por esses africanos traficados, através dos “fragmentos de culturas”, que juntamente com outros fragmentos criou o candomblé, fruto dessa pluralidade cultural no Brasil Colônia.
Para entender um pouco melhor dou voz, novamente, à Mintz e Price, que escrevem o seguinte: “os africanos que chegaram ao Novo Mundo não compuseram grupos logo de saída. Na verdade, na maioria dos casos, talvez fosse até mais vê-los como multidões, aliás multidões muito heterogêneas(...). O que os escravos compartilhavam no começo, inegavelmente, era sua escravização; todo – ou quase todo – o resto teve que ser criado por eles”.[*10] Então, no caso do Brasil Colônia, vinham multidões heterogêneas de escravos que compartilhavam apenas a escravidão como traço comum. Talvez por isso houve uma grande necessidade deles criarem instituições receptivas às necessidades cotidianas. O candomblé foi uma dessas instituições.
Organizado hierarquicamente e com base religiosa, a fim de enfrentar o infortúnio, o candomblé se tornou uma instituição à qual o negro escravizado, fugido ou liberto, se dirigia para garantir algumas de suas necessidades. Os grupos de candomblé se reuniam em casas ou sítios, em geral, e eram espaços de sociabilidade dos negros, um lugar onde podiam fazer seus cultos, enterrar seus mortos – costume muito importante para as religiões africanas, trazidas na bagagem da memória – e onde davam ajuda aos que necessitavam dela; muitos escravos fugidos buscavam ajuda do candomblé do qual fazia parte.
Por ter essa característica de ajudar os fugidos e por suas práticas religiosas serem estranhas aos olhos cristãos, os candomblés são intensamente perseguidos durante o período colonial. Essa instituição religiosa era marginalizada, ao contrário das irmandades, que eram legalizadas.
Estudar o candomblé e a escravidão não é fácil. São diversos conceitos que temos de dominar para tentarmos entender como aconteceu essa travessia dos negros da África para as colônias americanas. São estudos ainda recentes que nos guiam e abrem caminho para entendermos essa mistura de culturas num determinado tempo e lugar. No caso que refletimos aqui, o candomblé, mostrei que é preciso ter noção de que não há uma cultura africana homogênea, mas que existe uma “herança cultural” que é comum às culturas africanas. Por isso temos que entender que os africanos não estavam em grupos formados logo de saída quando foram traficados, mas que encontraram um aspecto em comum, a escravidão. Foi a partir daí que eles sentiram a necessidade de criarem algumas instituições, uma delas foi o candomblé, que suprissem as necessidades cotidianas.
Bibliografia
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. São Paulo, Global Editora, 2003.
MINTZ e PRICE, Sidney e Richard. O Nascimento da Cultura Afro-Americana: uma Perspectiva Antropológica. Rio de Janeiro, Pallas Editora e Universidade Candido Mendes, 2003
PARÉS, Luis Nicolau. A Formação do Candomblé – História e Ritual da Nação Jeje na Bahia. Campinhas, Editora Unicamp.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: Colônia. São Paulo, Editora Brasiliense, 2006.
Carta manuscrita arquivada na Biblioteca do Estado de Pernambuco, transcrita em nota de rodapé, por Robert C. Smith, “Décadas do Rosário dos Pretos. Documentos da Irmandade”, Arquivos, Prefeitura Municipal de Recife – 1º e 2º números – 1945-1951. Diretoria de Documentação e Cultura.
http://www.fietreca.org.br/candombleorigem.htm
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao21/materia02/
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