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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NAÇÕES NO CANDOMBLÉ

Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os yoruba, os ewe, os fon, e os bantu. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.

A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:

Nagô ou Iorubá
Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua Yoruba (Iorubá ou Nagô em Português)
Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
Ijexá principalmente na Bahia
Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo
Mina-nagô ou Tambor de Mina no Maranhão
Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto).
Bantu, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de línguas Bantu, Kikongo e Kimbundo.
Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios)
Jeje A palavra Jeje vem do yoruba adjeje que significa estrangeiro, forasteiro. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomey e pelos povos Mahis ou Mahins. Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubas para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahis eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou povos Savalu do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savé" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomey ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje[5],(Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua ewe e língua fon (Jeje)
Jeje Mina língua mina São Luiz do Maranhão

A palavra Nação entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Daomé e formado pelos povos Mahin e os grupos que falavam a língua iorubá, entre eles os de Oyó. Abeokuta, Ijesá e Ebá vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu. Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu. Os iorubás, quando guerriaram com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil. Quando os iorubás chegaram naquela região sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de anagô, que quer dizer na língua fon, piolhentos, sujos entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou nagô e passou a ser aceita pelos povos iorubás no Brasil, para assim definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada nagô. No Brasil, a palavra nagô passou a denominar os Candomblés também de Xamba da região nordeste, mais conhecido como Xangô do Nordeste. Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes iorubás. Porém, existem variações de Nações como Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijexá. Efan é uma cidade da região de Ijesá próxima a Osobô e ao rio Osun. Ijexá não é uma nação política, é o nome dado aos que nasceram ou viveram na região de Ijesá, que caracteriza esta Nação no Brasil e que tem Osun como a sua rainha. Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu. Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo. A partir daí, muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras.

A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nos primeiros Ilês de Candomblé, não era permitido aos homens entrar na roda de dança para os orixás. Mesmo os que tornavam-se babalorixás tinham uma conduta diferente quanto à roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans (batedores de atabaques). Hoje a palavra Candomblé no Brasil, define o que chamamos de Culto Afro-Brasileiro.


http://www.uniblog.com.br/nacoeseaculturadacor/89710/candomble---a-crenca-afro-brasileira-herdada-das-nacoes-ancestrais.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Candombl%C3%A9

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