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POR AMOR AOS ORIXÁS - ANO III

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quarta-feira, 20 de junho de 2012

ORIGEM DA RELIGIÃO IORUBÁ

Não se sabe exatamente se o homem pré-histórico africano desenvolvia algum tipo de religião. A maioria dos antigos povos africanos com certa rivilidade tinha a dança, a música e a oralidade (pronunciamento de certas palavras), além de pinturas como formas de contato entre os homens e os deuses. Mas não podemos utilizar estas informações para definir o caráter religioso de desenhos e formas pintadas nas paredes de cavernas de povos préhistóricos.
Entretanto pode-se pesquisar sobre os sepultamentos desses povos.
O homem de Neandertal (homo sapiens neanderthalensis2) cuidava muito bem de seus mortos, sepultando-os junto com utensílios e alimentos, o que sugere uma crença numa vida em outro mundo. Além disso, também deixa com clareza que estes povos tinham o conhecimento da inevitabilidade da morte, bem como a noção de tempo de vida.
Os africanos que viviam na mesma época também percebiam que tudo tinha uma ordem que se aplicava tanto aos animais como a eles mesmos. Tudo nascia, crescia e vivia durante algum tempo e morria. Ver que tudo e todos sucumbem à morte, poderia ter ocasionado uma série de reflexões sobre a vida deles mesmos.
Saber que as coisas tinham uma ordem, sugeria que esta ordem era de responsabilidade de alguém. Alguém invisível, mas que agia na natureza. Alguém com poderes sobrenaturais e, por conseqüência, um ser sobrenatural. Mesmo que este ser tenha características humanas.
Todos estes fatos levam a crer que o homem da época acreditava na existência de um ou mais seres sobrenaturais que causavam todos estes acontecimentos. Isto o levou a procurar ter influência sobre estes deuses para que eles pudessem ter as suas atividades diárias concluídas com êxito.
Na época Neolítica, a colheita foi aos poucos sendo substituída pela agricultura, assim como a caça pela criação de animais.
Parece óbvio que à medida que a agricultura e a criação de animais se tornam estabelecidas pela humanidade, as plantas das quais o homem e animais dependem para viver, tornam-se importantíssimas. O ciclo agrícola torna-se fator dominante para as comunidades da época e alvo das manifestações religiosas. Ainda hoje são encontrados em várias partes do
mundo festivais e ritos para assegurarem bons resultados na colheita.
Isto ocasionou uma maior dependência dos homens com os seres divinos, pois o processo agrícola é lento e independente do homem, deixando-o na passividade. Já a caça dependia muito da astúcia e da coragem do caçador, assim como de sua força e agilidade.

OS IRUNMALÉS
Para os iorubás a existência transcorre simultaneamente em dois planos: no aiê e no orum.
O aiê é o mundo material, palpável, onde vivem os ara-aiê, os seres naturais. Orum é o mundo imaterial, transcendente, onde vivem os ara-orum, os seres sobrenaturais.
Quanto ao orum, Juana dos Santos é insistente:

(...)o espaço òrun compreende simultaneamente todo o do àiyé, terra e céu
inclusos, e conseqüentemente todas as entidades sobrenaturais, quer elas
sejam associadas ao ar, à terra ou às águas, e que todas são invocadas e
surgem da terra. É assim que os àra-òrun são também chamados irúnmalè
(...) (SANTOS, 1986:72)

É no orum que se encontra Olodumaré (ou Olorum, Obá-orum, etc.), o deus supremo dos iorubás e detentor dos poderes que possibilitam e regulam toda a existência, tanto no orum como no aiê. Esses poderes foram transmitidos para os irunmalés, de acordo com suas funções.
Os irunmalés são divididos em dois grupos: os quatrocentos irunmalés da direita e os duzentos irunmalés da esquerda.
Os números assinalados não significam, para os iorubás, números regulares, limitados,mas sim, que o número duzentos represente, simbolicamente, um número grande e o quatrocentos um número muito grande.
O sentido utilizado para “direita” e “esquerda” é muito profundo e exige um estudo pormenorizado que não caberia neste trabalho. A obra de Juana dos Santos é excepcional e indispensável para essa compreensão.
No decorrer de todo o trabalho utilizarei as palavras da língua Iorubá transformadas foneticamente para a língua portuguesa, a fim de tornar mais inteligível a pronúncia por parte do leitor.

Os quatrocentos irunmalés da direita são os orixás, não os orixás como são conhecidos no Brasil, mas sim um grupo mais restrito. Seriam os orixás funfun, ou orixás do branco, mais conhecidos no Brasil como Oxalás. Na África são chamados Orixanlá (grande orixá), Obatalá (rei do pano branco), ou ainda Obarixá (rei dos orixás). São divindades relacionadas à criação do mundo e dos homens. Um mito iorubá conta como se realizou essa façanha.
Olorum-Olodumaré encarregou Obatalá, o senhor do pano branco, de criar o mundo.
Para isso lhe entregou o “saco da criação”. Obatalá foi consultar Orunmilá, que lhe recomendou fazer oferendas para ter sucesso na missão. Mas obatalá não levou a serio as prescrições de Orunmilá, pois acreditava somente em seus próprios poderes.
Oduduá, o irmão mais novo, observava tudo atentamente e naquele dia também
consultou Orunmilá. Orunmilá assegurou a Oduduá que, se ele oferecesse os sacrifícios prescritos, seria o chefe do mundo que estava para ser criado. Oduduá fez as oferendas.
Chegado o dia da criação do mundo, Obatalá se pôs a caminho até a fronteira do além onde Exu é o guardião e não fez as oferendas nesse lugar, como estava prescrito. Exu ficou muito magoado com a insolência e usou seus poderes para se vingar de Oxalá provocando-lhe uma grande sede.
Obatalá aproximou-se de uma palmeira e tocou seu tronco com seu bastão fazendo jorrar vinho em abundância, que bebeu até embriagar-se,Adormecendo na estrada, à sombra da palmeira de dendê. Quando se certificou do sono de Oxalá, Oduduá apanhou o saco da criação e foi a Olodumaré lhe contar o ocorrido. Olodumaré viu o saco da criação em poder de Oduduá e confiou a ele a criação do mundo.
“Com quatrocentas mil correntes Oduduá fez uma só e por ela desceu até a superfície de ocum, o mar. Sobre as águas sem fim, abriu o saco da criação e deixou cair um montículo de terra. Soltou a galinha de cinco dedos e ela voou sobre o montículo, pondo-se a ciscá-lo. A galinha espalhou a terra na superfície da água. Oduduá exclamou na sua língua: ‘Ilê nfé!’, que é o mesmo que dizer ‘a terra se expande!’, frase que depois deu nome à cidade de Ifé, cidade que está exatamente no lugar onde Oduduá fez o mundo. Em seguida Oduduá apanhou o camaleão e fez com que ele caminhasse naquela superfície, demonstrando assim a firmeza do lugar. Obatalá continuava adormecido. Oduduá partiu para a Terra para ser seu dono”. Obatalá despertou e, tomando conhecimento do ocorrido, voltou até Olodumaré
contando sua história. Olodumaré, para castigá-lo, proibiu-o de beber vinho-de-palma, ele e todos os seus descendentes. Mas Olodumaré deu outra missão a Obatalá: a criação de todos os seres vivos que habitariam a terra. E assim Obatalá criou todos os seres vivos. Ele modelou em barro os seres humanos e o sopro de Olodumaré os animou. O mundo agora se completara
e todos louvaram Obatalá. No próximo capítulo veremos que Oduduá é o ancestral dos reis iorubás.

Segundo Verger (1997:254) “os orixás funfun seriam em número de cento e cinqüenta e quatro”. Estes orixás são cultuados, cada um, em uma cidade diferente, onde ele pode ser o padroeiro dessa cidade, ou um orixá secundário. Entretanto, mesmo não sendo o padroeiro da cidade ou comunidade, ele tem grande importância graças a sua relação com a criação,
mantendo, assim, uma posição de destaque, possuindo um ritual próprio e sacerdotes próprios também.
Desenvolveram-se rituais muito semelhantes para estes orixás nas diferentes cidades em que se apresenta, o que nos leva a crer que, na verdade, estes orixás são os desdobramentos de um único orixá (Orixanlá) cultuados em diferentes locais, e não divindades diferentes.
Como divindades do branco, tudo o que for branco lhes pertence. Só se vestem com essa cor e seus pertences são marcados com pintas brancas. Os albinos, por terem a pele branca, são também consagrados a este orixá.
Com raríssimas exceções, estes orixás se apresentam como sendo muito velhos, lentos e sábios. Como todas as culturas antigas, existe também na África um grande respeito pelos mais idosos, graças a relação com a ancestralidade, cosmovisão que se evidencia na representação da maior divindade do panteão iorubá.
São representantes do poder fecundador masculino, sendo considerados os pais da humanidade. Também são considerados como pais dos duzentos irunmalés da esquerda.
Então concluímos que os orixás funfun são os grandes senhores deste mundo (aiê) e do outro também (orum).
Suas oferendas são constituídas por alimentos brancos ou claros. Os animais oferecidos em sacrifício são também de pelagem ou penugem branca. É muito utilizado como oferenda o igbin, um caracol grande muito comum na região.
Verger nos conta que, em Ifé, a Meca dos iorubás, são sacrificadas duas cabras para Orixanlá e Iemouô, sua única esposa – o que ressalta aqui é que os africanos são poligâmicos.
A primeira cabra, após os procedimentos litúrgicos, é cozida e distribuída a todos os participantes, já a segunda sofre um tratamento diferente.

“Antigamente era um ser humano que devia ser sacrificado”, por isso evita-se tocar no animal que, após a imolação, é arrastado com uma forquilha e jogado no mato. Comer a carne desta cabra seria atrair para si uma maldição, e também seria antropofagia.

Em todas as cidades iorubás, independentemente do irunmalé padroeiro, existem templos para os orixás funfun e para Exu, Com ritos e sacerdotes distintos.

A cidade de Ejigbô, também tem um ritual específico para Orixanlá, aqui chamado de Orixá Oguian – Oxanguiã no Brasil. Este orixá é muito específico, pois, ao contrário dos outros orixás, que são velhos e serenos, este é jovem e guerreiro.
Seu nome deriva de òrìsàjiyán, “orixá-comedor-de-inhame-pilado”, segundo a lenda este orixá tem um apetite descontrolado por esta iguaria chamada ian em iorubá. Foi ele quem inventou o pilão para facilitar o seu preparo. Ele também é o fundador da cidade de Ejigbô e ancestral dos reis locais que ostentam o título de Elejigbô, o “Senhor de Ejigbô”.
Este orixá funfun é considerado o deus da cultura material, pois teria ensinado Ogum a lutar e a fazer as ferramentas de ferro, da mesma forma que o ensinou o cultivo da terra.
Orunmilá é outro dos orixás funfun que tem particularidades bem diferenciadas dos demais. Possui as mais altas posições no panteão iorubá.
Orunmilá é o deus da adivinhação. Ele conhece todos os destinos dos homens. Um itan (mito) conta como ele adquiriu esse conhecimento.
Obatalá reuniu as matérias necessárias à criação do homem e mandou
convocar seus irmãos orixás. Apenas Orunmilá apareceu, por isso Obatalá o
recompensou. Permitiu que apenas ele conhecesse os segredos da construção
do homem. Revelou a Orunmilá todos os mistérios e os materiais usados na
sua confecção.
Orunmilá tornou-se assim o pai do segredo, da magia e do conhecimento do
futuro.
Ele conhece as vontades de Obatalá e de todos os orixás envolvidos na vida
dos humanos. Somente Orunmilá sabe de que modo foi feito cada homem,
que venturas e que infortúnios foram usados na construção de seu destino.

O sacerdote de Orunmilá é denominado babalauô, o pai para tudo. Ele utiliza o oráculo de Ifá (Orunmilá) para conhecer o destino dos homens e mulheres que o procuram. Os iorubás não fazem viagens longas sem consultar antes o babalauô. Também o consultam para saber o sexo dos filhos antes de nascer, e qual o seu destino. Dependendo da resposta dada pelo oráculo, ele terá sua vida conduzida para se tornar um mercador, lavrador ou sacerdote, antes mesmo de seu nascimento.
Orunmilá é o “símbolo coletivo dos irunmalés”, por isso não se manifesta em seus iniciados. Ele apenas comunica-se com eles através do oráculo, o jogo dos búzios.

Os duzentos irunmalés da esquerda: os eborás

Os duzentos irunmalés da esquerda são todas as outras divindades cultuadas pelos iorubás – Ogum, Oiá, Xangô, Oxumaré,... e Egum (ancestrais) – e são chamados de eborás.
Os eborás são divindades menores, intermediárias entre Olorum e os seres humanos.
Alguns eborás são objetos de culto de toda uma cidade. Quando essa cidade tem um soberano, os eborás servem para reforçar a autoridade do líder, que pode ser um rei (Obá), um rico mercador (Balé) ou um chefe de aldeia.
Entretanto, a grande maioria dos eborás está intimamente ligado à noção de família.
A família numerosa, originária de um mesmo antepassado, que engloba os
vivos e os mortos. O orixá (eborá) seria, em princípio, um ancestral
divinizado, que, em vida, estabelecera vínculos que lhe garantiam um
controle sobre certas forças da natureza, como o trovão, o vento, as águas
doces ou salgadas, ou, então, assegurando-lhe a possibilidade de exercer
certas atividades como a caça, o trabalho com metais ou, ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades das plantas e de sua utilização. O poder, àse, do ancestral-orixá teria, após a sua morte, a faculdade de encarnar-se
momentaneamente em um de seus descendentes durante um fenômeno de
possessão por ele provocada. (VERGER, 1997:18)
Estes seres excepcionais não poderiam simplesmente morrer, mas sim, transcender a morte de forma que não sobrasse nem mesmo um corpo para ser enterrado. Esta é a grande diferença entre os eborás divindades e os eborás ancestrais.
A Grosso modo, pode-se dividir o estudo dos eborás em pequenos grupos para melhor entendimento. Essa divisão se dá pelas similaridades de arquétipo e funções sociais dessas divindades.

Divindades da cultura material

Pode-se agrupar nessa categoria os eborás cujos cultos são indispensáveis para o bom andamento da vida cotidiana das pessoas. A agricultura foi a base da economia iorubá até meados do século XIX, quando descobriu-se petróleo na região. Desta feita divindades ligadas à agricultura tem grande destaque religioso.
Grande artífice da natureza, Ogum é o eborá que personifica o homem pré-histórico.
Ele é um dos pouquíssimos eborás cultuados por quase todo o território iorubá.
Ogum é desbravador, conquistador, guerreiro feroz e destemido. Foi o deus Orixá Oguian quem lhe ensinou a lutar e a trabalhar com o ferro e com a agricultura. Mas foi Ogum quem entregou os segredos dessa cultura aos homens. Por isso ele é chamado de Ogum Alagbedé, o ferreiro. Ele confeccionava as ferramentas para poder cultivar a terra de forma que também ficou conhecido como o deus da agricultura, daí a importância desse eborá para todos os povos de língua iorubá.
Segundo a mitologia iorubá, é o filho primogênito de Oduduá, fundador dos iorubás.
É considerado o mais ativo entre todos os eborás. Aliado poderoso, guerreiro feroz,Ogum é líder, centralizador de poder e hábil estrategista.
A caça também é motivo para cultos específicos, pois esses povos viviam em florestas e caçar era um fator importante na economia de subsistência, assim como a pesca e a criação de animais (caprinos e ovinos).

Odé é o deus dos caçadores iorubás. Pede-se sua proteção quando o caçador se embrenha na floresta em busca do alimento.
O povo iorubá é constituído por varias etnias que falam a mesma língua e possuem uma cultura semelhante, assim existem vários deuses da caça que estão diretamente relacionados às famílias que os cultuam ou às cidades.
Então temos: Oxossi em Queto, onde esse deus foi rei, recebendo o título de Alaketu; Ijá em Oió; Oré ou Oreluerê em Ifé; Otin em Inixá; Erinlé e Ibualama em Ilobu na região de Ijexá; Logunedé é o filho de Erinlé e Oxum Ipondá, seu culto tem lugar na cidade de Ilexá, também na região de Ijexá.

Divindades da saúde

Claro que toda civilização antiga possuía um ou mais deuses responsáveis,
exclusivamente, pela saúde de seu povo. Entre os iorubás não foi diferente e percebemos dois eborás bem distintos, que não têm nada em comum a não ser o fato de serem cultuados esperando-se a saúde física e, subseqüentemente, a manutenção da vida.

Ossânim é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. Segundo Verger (1997:122)

“o nome das plantas, sua utilização e as palavras (ofò), cuja força desperta seus poderes, são os elementos mais secretos do ritual no culto aos deuses iorubás”.
Ele vive na floresta em companhia de Aroni, um anãozinho com uma perna só, que fuma constantemente um cachimbo feito de caracol.
Ossânim tem um sacerdote próprio denominado olossânim, senhor de Ossânim. É
também chamado de Onixegum, curandeiro.

Em Ifé, é Elisijé que ocupa o lugar de curandeiro.
Um fator importante é que os olossânim não entram em transe de possessão, eles adquirem a ciência do uso das plantas após uma longa aprendizagem.

O eborá Xapanã conhece os segredos da vida e da morte, por isso ele é chamado de Omolu, filho do senhor, ou Obaluaiê, rei dono da terra. É a divindade das pestes, da varíola, das doenças de pele. Tem o poder de afastar as doenças, mas também pode trazê-las.
Cobre-se com um manto de palha da cabeça aos pés, pois sua pele é coberta de chagas e feridas. Carrega consigo um cetro, semelhante a uma vassoura que se chama xaxará, feito de palitos de dendezeiro bordado com palha-da-costa e muitos búzios.
O vínculo de seu nome com as doenças faz deste Orixá o protetor da saúde daqueles que o cultuam e faz com que seja constantemente procurado para resolver problemas ligados a esta área.
A origem desse eborá está ligado ao oeste, mais precisamente o Daomé, onde esse deus é cultuado sob o nome de Sakpatá. Assim como os iorubás, os daomeanos evitavam chamá-lo assim, preferindo invocá-lo como Ainon, que, como Xapanã entre os iorubás, significa Senhor da Terra.

Divindades dos rios

É interessante notarmos como os povos antigos sempre cultuaram, como divindades ligadas à fecundidade, deusas de rios. Enquanto que o touro era cultuado como símbolofecundador, por isso o seu sacrifício sobre a terra a ser semeada, o peixe é o símbolo da procriação, da multiplicidade e da filiação.
A mulher, como ser que é fecundada e cujo fruto dessa fecundação é uma nova vida, está sempre ligada à fertilidade e a geração de vidas. Ora, isso não passou despercebido pelos africanos, daí os iorubás possuírem várias deusas de rios ligadas à fertilidade tanto dos animais quanto dos seres humanos. Entre elas temos Oiá, a senhora da tarde, dona dos espíritos, carregadeira de ebó (alimento), senhora dos raios e tempestades. Ela é a deusa do rio Níger e tem o apelido de Iansã (iyá = mãe / mesan = nove) em alusão aos nove braços do delta desse rio. Diz-se que ela teve nove filhos, outra explicação para o apelido.
Oiá foi uma princesa real na cidade de Irá, na Nigéria. Sobrinha-neta do rei Elempe, e neta de Torôssi (mãe de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o trono de Oió.
Conhecedora de todos os meandros da magia encantada, Oiá nunca se deixou abater por guerras, problemas ou disputas. Nobre guerreira, jamais tripudiou sobre inimigos e rivais vencidos.
Foi mulher de seu primo Xangô, e ajudou-o a conquistar os reinos que foram anexados ao império iorubá. Porém, quando ele tentou invadir Nupe e Tapa, onde Oiá havia nascido, ela o abandonou e postou-se na entrada daquelas cidades disposta a enfrentá-lo. Como nem mesmo Xangô ousou desafiá-la, ninguém passou.
Oiá é a menina dos olhos de Orixanlá, seu protetor, e é a única divindade que entra no Balé de Egum (casa dos mortos), por seu poder e onisciência.

Outra deusa de rios, Obá é a senhora das ilhas e penínsulas e foi a terceira mulher de Xangô, e sua lenda fala de uma terrível rivalidade entre ela e Oxum, a segunda esposa.
Sabendo do apetite de seu marido, procurava sempre surpreendê-lo com pratos de que gostasse. Um dia, Oxum resolveu pregar uma peça em Obá, e apareceu usando um lenço enrolado em volta da cabeça, escondendo as orelhas. Disse que havia preparado suas orelhas numa receita muito especial, e servido a Xangô. Querendo agradar seu esposo, Obá resolveu
imitar a rival. Cortou uma de suas orelhas e preparou a receita a Xangô. Ele ficou furioso, e Obá, percebendo que havia sido enganada, entrou numa violenta luta corporal com Oxum.
Mais irritado ainda, Xangô fez explodir todo o seu furor. As duas mulheres, apavoradas, fugiram e se transformaram nos rios que levam seus nomes. No ponto onde os dois rios se encontram, existem corredeiras e as ondas se agitam, numa lembrança da antiga disputa entre as divindades.
Obá é a mais velha dos eborás femininos. Ele teria sido a primeira esposa de Ogum, que, posteriormente, o teria abandonado por Xangô.

Deusa do rio de mesmo nome, Oxum carrega consigo predicados de beleza, riqueza e a capacidade de proteção social. É uma ninfa da cultura iorubá, cuja cidade, Oxogbô, na Nigéria, está localizada às margens desse rio. Ela é a dona do ovo, a maior célula viva.
Diz a lenda que ela era a segunda mulher de Xangô, tendo vivido antes com Ogum, Orunmilá e Odé. Seu pai teria sido Orixanlá. Mulheres que desejam ter filhos costumam fazer seus pedidos a Oxum.
Conta-se que quando os irunmalés chegaram a terra, costumaram reunir-se sem a presença das mulheres. Aborrecida por não poder participar das deliberações, Oxum preparou sua vingança, trazendo a esterilidade às mulheres, e impedindo que os objetivos dos deuses fossem alcançados. Os irunmalés buscaram então a ajuda de Olodumare, que lhes explicou que sem a presença de Oxum nada poderia dar certo. Dengosa, ela demorou a aceitar o
convite para que participasse das reuniões, mas finalmente concordou, e a fecundidade voltou.

Filha de Olocum, a senhora dos oceanos, Iemanjá é a deusa do rio Ogun (não é eborá).
Diz a lenda, foi casada com Oduduá, homem poderoso com quem teve dez filhos. Um dia, cansada de sua permanência em Ifé, foge na direção oeste, levando consigo uma garrafa que havia ganho certa vez de sua mãe, contendo um misterioso preparado, a qual ela deveria quebrar jogando ao chão quando estivesse em perigo.
Iemanjá instalou-se em Abeocutá. O marido lança seu exército em sua busca com o objetivo de trazê-la de volta a Ifé. Quando se vê cercada, ela não se entrega, mas segue os conselhos de Olocum e quebra a garrafa. Imediatamente forma-se um rio, que a leva para ocum, o mar, morada de Olocum.
A lenda acima é, com certeza, a representação mitológica de um fato histórico.
A nação egbá vivia na região de Ifé, próximo ao rio Iemanjá, e foram expulsos de lá por Oduduá. Eles, então, migraram de Ifé a Abeocutá, levando os assentamentos da deusa, se estabelecendo às margens do rio Ogun, no bairro de Ibará.

Deusa dos pântanos, Nanã Burucu representa a memória ancestral da humanidade préhistórica. A mais antiga das divindades vindas do oeste.
Verger dá uma série de pistas sobre a provável origem dessa deusa que
chegou a ocupar a posição de ser supremo entre os achanti, no atual Gana. Esta posição, ostentada e perdida mais tarde para Orixanlá, é, provavelmente, um resquício cultural da época em que os africanos respeitavam a linhagem matriarcal de família. Daí ela representar a
memória transcendental do ser humano e o acervo das reações pré-históricas de nossos antepassados.
Na liturgia dos sacrifícios a essa divindade, não se pode utilizar objetos feitos de metal (facas, por exemplo), pois isso é uma restrição. Mais um pressuposto para a crença de que essa divindade é anterior a idade dos metais desenvolvida nessa região.
Como todas as divindades femininas, Nanã Burucu está ligada à água. As águas paradas e pântanos lhe pertencem, numa referência às águas primordiais de onde Obatalá criou os seres humanos.

Divindades originárias do oeste

Devido às diversas guerras eclodidas entre os iorubás e os jejes10, do Daomé (hoje Benin, Togo e parte do Gana), houve aculturações e sincretismos religiosos entre essas etnias africanas.
Os daomeanos importaram os deuses iorubás modificando apenas seus nomes (tal qual os romanos sobre os gregos), mas a cultura iorubá também adotou alguns deuses daomeanos por não possuírem semelhante em sua cultura. Também mudaram os nomes desses deuses, conservando suas características.
Já conhecemos dois deles, Xapanã e Nanã Burucu, que, por terem características mais semelhantes a outros deuses, os classifiquei de forma diferente.

Entre os deuses do Daomé, temos a grande serpente do arco-íris, símbolo da aliança entre os homens e a eterna paz dos deuses, Oxumaré é, segundo Verger, o orixá da riqueza. Mitologicamente seria um hermafrodita, macho e fêmea em um só corpo, um servidor de Xangô, que teria a função de recolher a água caída sobre a Terra e levá-la de volta às nuvens.
Originário do Daomé é o deus conhecido pelos fons como Dan ou Bessen. Simboliza o movimento, a atividade, a continuidade e a permanência. Às vezes é representado por uma serpente enroscada que morde a própria cauda. Outras, como uma serpente que envolve toda a Terra, como se, com sua força, impedisse a desagregação do planeta.

Assim como Iemanjá e Oxum, Euá também é uma divindade feminina das águas e, às vezes, associada à fecundidade. É reverenciada como a dona do mundo e dona dos horizontes.

É a deusa do rio Eua. Apesar disso não a incluí na categoria anterior porque sua ligação com os rios é secundária e quase despercebida.
Em algumas lendas aparece como a esposa de Oxumaré, como sua metade mulher,
pertencendo a ela a faixa branca do arco-íris. Em outras ele é esposa de Xapanã.
Eborá que protege as virgens e tudo o que é inexplorável, Euá tem o poder da vidência.
Senhora do céu estrelado rainha do cosmos, ela está no lugar onde o homem não alcança. É representada pelo raio do sol, pela neve, pela saliva.
Seu símbolo é o arco e flecha dourado, assim como o arpão, uma espingarda ou uma serpente de metal. Uma deusa de muitos mistérios, pouco se sabe a seu respeito.

O termo jeje (pronuncia-se gêge) é originário da língua iorubá, e quer dizer estrangeiro. Os iorubás consideravam como jejes os fons, euês, achantis, adelês, gens, huedas, mahis, etc.

De tudo o que estudamos até aqui, nota-se um relacionamento vigoroso entre os iorubá e os elementos que constituem o mundo natural.
Como vimos anteriormente, o transcendente e o imanente estão ligados. O símbolo dessa ligação é a árvore, pois suas raízes bem fincadas na terra, adentram o mundo dos mortos, enquanto que sua copa vagueia pelo espaço inatingível.
É evidente, então, que existam seres imateriais que habitam essas árvores, ou mesmo que sejam elas.

Iroco é partícipe do culto ancestral feito às árvores sagradas (Iroko, Apaoka, Akoko, etc). É o eborá da floresta, das árvores, do espaço aberto; por extensão governa o tempo em seus múltiplos aspectos. É cultuado pelos mahis com o nome de Locô.
É referido como "eborá do grande pano branco que envolve o mundo", numa alusão clara às nuvens do Céu.
As árvores nas quais Iroco é cultuado normalmente são de grande porte; são enfeitadas com grandes laços de pano branco e ao pé dessas árvores são colocadas suas oferendas.
Jamais uma dessas árvores pode ser derrubada sem trazer sérias conseqüências para a comunidade.

No culto aos vodum, Locô ocupa lugar destacado, comparado somente a Lissá (vodum equivalente a Orixanlá) e Dan (Oxumaré).
Iroco é invocado em questões difíceis, tais como desaparecimento de pessoas ou problemas de saúde, inclusive a mental.

Outras divindades

Alguns eborás, por serem ligados a uma cidade ou ao coletivo, recebem tratamento especial, tendo sacerdotes e rituais específicos. Desses explicitarei apenas aqueles cuja cultura se transpôs ao Brasil na época da escravatura.
Entre esses eborás temos Exu, que pertence tanto aos irunmalés da direita quanto aos da esquerda, pois serve de veiculação da força imaterial divina, o axé, entre os orixás e os eborás, “intercomunicando todo o sistema”. (SANTOS, 1986:75)
Por isso ele é sempre o primeiro a ser cultuado nos rituais. Os sacrifícios e oferendas devem ser sempre feitas primeiro a ele. A não observância desse dogma pode gerar diversos distúrbios provocados pelo próprio.
Exu é um dos únicos (se não o único) eborá que aparece nos rituais de todos os povos da África antiga e mesmo em outras culturas que nada tem a ver com as culturas africanas.
Também é chamado de Elegbará, o senhor da vida.
É a divindade da procriação, portanto da vida, e rege a fertilidade e a libido. É Exu quem permite que se possa extrair todo o prazer do amor. É, para as religiões africanas, o executor da ordem divina: “crescei e multiplicai-vos”. É o mensageiro dos irunmalés, é ele quem leva as súplicas dos seres humanos ao orum e traz as ordens e bênçãos dos deuses. Tal qual o deus Hermes da mitologia grega, ou Mercúrio da Romana.
Exu é a liberdade, a procriação, o orixá do culto à beleza. Autêntico, verdadeiro, objetivo e flexível, através dos tempos e das culturas este orixá se manifesta de diferentes formas, em muitas lendas.
Uma delas conta que uma mulher se encontra no mercado vendendo seus produtos.
Exu põe fogo na sua casa, ela corre para lá, abandonando seu negócio. A mulher chega tarde, a casa está queimada e, durante esse tempo, um ladrão levou as suas mercadorias. Isso não teria acontecido se ela tivesse feito a Exu as oferendas e sacrifícios usuais. Legba é Exu entre os fons, assim como Bombogiro entre os bantus de Angola.
Segundo as lendas antigas, Oduduá, após dominar Ifé, mandou seus filhos conquistarem as regiões vizinhas a fim de formar vários reinos ligados ao seu próprio. Assim Ogum fez, e lutou em vários lugares trazendo o espólio das batalhas como presente para seu pai.
Numa dessas ocasiões, trouxe uma donzela tão linda que ele mesmo não resistiu e a possuiu. Com medo, não falou nada a seu pai, Oduduá. Este, quando viu a beleza da moça, ficou perturbado e a possuiu naquela noite. O fruto desse triângulo amoroso é Oraniam, que possuía uma característica muito pitoresca. Ele era metade branco e metade preto. Ora, Ogum era um homem negro, enquanto que Oduduá tinha a pele branca (provavelmente albino).
Oraniam se tornou um grande guerreiro e conquistou Oió, tornando-se o primeiro Alafin-Oió, o rei de Oió. Teve dois filhos: Dadá Ajacá e Xangô, de quem estudaremos agora.

Orixá da justiça e do fogo, Xangô é o terceiro Alafin-Oió, e viveu em 1450 a.C.,
destacando-se pela sua valentia e liderança. Foi marido de Oxum, Obá e Iansã.
Castiga mentirosos, infratores e ladrões. Por isso a morte pelo raio é considerada infamante, assim como uma casa atingida por uma descarga elétrica é tida como marcada pela ira de Xangô.
O xerê é um chocalho feito de porongo alongado, que quando agitado lembra o barulho da chuva, é um dos símbolos de Xangô. Outro símbolo bem conhecido é o oxé, um machado de duas lâminas que deixava Xangô muito poderoso.
Garboso, ele é conhecido também como o “dono das mulheres”. Ele é filho de Oraniam e tem Tobôssi como mãe. Tobôssi era a filha de Elempê, rei dos Tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oraniam. Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se, mais tarde, em Kossô, onde os habitantes não o aceitaram por causa de seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente, impor-se pela força. Em seguida, acompanhado
pelo seu povo, dirigiu-se para Oió, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kossô.
Conservou, assim, seu título de Obá Kossô (rei de Kossô).

Dadá Ajaká, irmão mais velho de Xangô, reinava em Oió. Descontente com a forma que seu irmão conduzia a administração da cidade, Xangô destronou-o, exilando-o em Igboho.
Assim começou a história de um poderoso rei que anexou todo o oeste da Nigéria ao Império Iorubá.

http://oyamesanorun.blogspot.com/2010/07/origem-da-religiao-ioruba.html

domingo, 10 de junho de 2012

NAÇÃO CABINDA

A nação Cabinda, originária de Angola, adotou o panteão dos Orixás Iorubas, embora estas divindades Bantus teriam como nome correto Inkince.

Os Inkinces são para os Bantus o mesmo que os Orixás para os Yorubás, e o mesmo que os Voduns são para os Jêjes. Não se trata da mesma divindade, cada Inkince, Orixá ou Vodum possui identidade própria e culturas totalmente distintas. A linguagem ritual originou-se predominantemente das línguas Kimbundo e Kikongo; são línguas muito parecidas e ainda utilizadas atualmente. O Kimbundo é o segundo idioma nacional em Angola. O Kikongo, provém do Congo, sendo também falado em Angola.

Aqui no Rio Grande do Sul a raiz forte da Cabinda foi o Sr. Valdemar Antonio dos Santos, filho do Orixá Xangô Kamucá Baruálofina; e uma de suas descendentes foi a Sra. Madalena de Oxum, que se destacou grandiosamente dentro desta nação.

Outros que se iniciaram pelas mãos de Valdemar de Xangô, e alguns, com sua morte passaram para as mãos de Mãe Madalena de Oxum: Pai Tati de Bará, Mãe Palmira de Oxum, Ramão de Ogum, Moacir de Xangô (tinha o apelido de Guri Bontito), Pai Mario de Ogum e Pai Nascimento de Sakpatá, oriundo de outra nação. Depois foram surgindo outros ícones da nação Cabinda, onde podemos citar Pai Romário de Oxalá, filho de santo de Mãe Madalena de Oxum; Mãe Olê de Xangô, mulher de Pai Tati de Bará; Pai Henrique de Oxum, enteado e filho de santo de Mãe Palmira de Oxum; Pai Adão de Bará de Exu Biomi; Pai Cleon de Oxalá; Antonio Carlos de Xangô, Alabê e Babalorixá, Mãe Marlene de Oxum, filha de santo de Pai Romário; Pai Paulo Tadeu de Xangô; Pai Genercy de Xangô; Hélio de Xangô, Pai Adão de Bará; Didi de Xangô; João Carlos de Oxalá, de Pelotas; Juarez de Bará; Pai Gabriel de Oxum, que foi um grande Babalorixá da Nação Cabinda, filho de santo de Romário de Oxalá; Lurdes do Ogum; Enio de Oxum, também da casa de Pai Romário; Luiz vó da Oxum Docô, foi filho de santo de Pai Romário de Oxalá; Ydy de Oxum, filho de santo de Pai Henrique de Oxum, entre muitos outros que conservam, ainda, os fundamentos desta Nação tão importante nos rituais Africanos do Sul.

Os praticantes da Nação Cabinda também se valem dos rituais da Nação Ijexá, já que esta última é atualmente a modalidade ritual predominante aqui no Rio Grande do Sul; a diferença se dá basicamente no respeito à memória de seus ancestrais e a outros fatores como o início dos fundamentos da Nação Cabinda, que é justamente onde termina os das outras Nações: o cemitério.

O Orixá Xangô é considerado Rei desta nação, e é o dono dos Eguns, juntamente com Oyá e Xapanã; E o culto aos Eguns é tão forte que na maioria dos terreiros desta nação, se encontra o assentamento de Balé (culto aos Eguns); Os filhos de Oxum, Yemanja e Oxalá, podem entrar e sair de cemitérios quando necessário for, sem nenhum prejuízo a sua feitura, já nas outras nações estes só entram no cemitério em extrema necessidade; Se estiver acontecendo uma festa num terreiro de Cabinda, e se o Orixá Xangô, tendo recebido oferendas de quatro pés, e vier a falecer algum membro da casa ou da família religiosa, não ficará a obrigação prejudicada, conforme acontece nos outros terreiros, nos quais teriam que interromper toda a obrigação.

Os Orixás cultuados na Nação Cabinda são os mesmos da Nação Ijexá acrescentando Bará Elegba, Oyá Dirã e Oyá Timboá que são cultuados em alguns terreiros desta Nação. Na maioria das vezes as oferendas também são iguais com pouca diferença como por exemplo a obrigação do peixe que em alguns terreiros de Cabinda oferecem Pintado a determinados Orixás, que no Ijexá damos Jundiá.

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