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quinta-feira, 28 de abril de 2011

A RENOVAÇÃO E A PERPETUAÇÃO DAS RELIGIÕES

Ao Falarmos de Orixás estamos falando de Divindades de Deus e ao falarmos de Divindades de Deus estamos falando na renovação da fé no Criador através do tempo e das religiões.

Aprendemos que Deus gera tudo a partir do seu intimo e uma divindade ao ser

segunda-feira, 25 de abril de 2011

COMIDA DE SANTO: FURÁ

Furá

Furá, bolinhos, ou bola de: arroz, inhame, farinha de mandioca, farinha de milho… etc. é o nome da comida ritual votiva, pertinente á vários rituais e orixas da cultura afro brasileira denominado de candomblé.
Este alimento ritual é muito comum nos rituais de limpeza de corpo, bori, assentamento de cabeça, axexê, apanan, feitura de santo, sasanha etc.
Tipos

Bolas de arroz.
O Arroz é cozido na água sem sal, até ficar pastoso, depois batido com uma colher de pau até soltar da panela, em seguida formar os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é para os orixás funfuns e rituais de bori, assentamento de cabeça.

Bolas de farinha.
Em um alguidá coloca-se a farinha, depois a água e modela os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é para limpeza de corpo e axexê.

Bolas de inhame.
O inhame deve ser bem cozido em água sem sal, depois pilado em pilão, ou com a ponta de um garfo, em seguida sovado para obter uma massa pastosa e modela os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é muito apreciada pelos orixás oxaguian, oxalufan, oxalá, yemanja e entra em vários rituais como bori, assentamento de cabeça, axexê, apanan, feitura de santo, sasanha etc.

Bolinhos de dendê.
Em um alguidá coloca-se a farinha, depois a água, azeite de dendê e modela os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é para limpeza de corpo, axexê e oferenda ao orixá Exu.
Bolinhos de egun. Em um alguidá coloca-se a farinha, depois a água com aguardente e modela os bolos de forma arredondada com as mãos e acrescenta um pequeno pedaço de carvão vegetal. Esta comida ritual é para limpeza de corpo, axexê e Egum.

Bolinhos de iemanjá.
O Arroz ou milho branco é cozido na água sem sal, até ficar pastoso, depois batido com uma colher de pau até soltar da panela, em seguida formar os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é para os orixás funfuns e rituais de bori, assentamento de cabeça, em especial como o nome já diz é oferecido para o orixá Yemanjá.

Bolinho de tapioca.
A tapioca e colocada em leite de coco e açúcar até ficar pastoso, depois batido com uma colher de pau até soltar da panela e depois sova, em seguida formar os bolos de forma arredondada ou alongada com as mãos. Esta comida ritual é para os orixás funfuns e rituais de bori, assentamento de cabeça.
Os de formas alongadas são fritos em azeite ou óleo, sendo carinhosamente oferendado aos ibejis e apreciados pelo povo do santo. Nota Este mesmo bolinho é vendido nos tabuleiros das baianas de acarajé com o nome de punheta ou bolinho de estudante (Dicionário Aurélio)

http://toluaye.wordpress.com/2009/02/13/oferenda-para-orixas-ogum-oxum-iansa-iemanja-comida-para-todos-orixas/

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O SIGNIFICADO DAS CORES E SEU USO NO CANDOMBLÉ CONGO-ANGOLA

* por Tata Kisaba Kiundundulu, professor doutor Sergio P.Adolfo, de Nzazi


As cores fazem parte das atividades humanas desde que o homem ganhou estatuto de humano. Mesmo para os povos menos desenvolvidos tecnologicamente as cores exercem um grande fascínio, haja vista que os homens da caverna já as utilizavam para suas pinturas rupestres. Na história da arte humana vemos que, adornos corporais, aparatos de guerra, instrumentos musicais, utensílios domésticos, seja qual fosse qual fosse à finalidade ou a forma do instrumento, o homem destacava e destaca essas formas com as cores mais variadas e luminosas, utilizando-se de materiais que tinha a mão, sejam folhas e troncos maceradas, barro de várias procedências, carvão de madeiras e outros matérias, na intenção de dar-lhes um colorido e uma expressividade maior.
O próprio corpo humano tem servido como território de pinturas e arabescos em busca do belo e também do terrível e do assustador. Para atividades da caça, da guerra, atividades religiosas e simbólicas, o homem se paramenta de cores, seja para assustar, agradar, ou apenas como prazer estético. As cores fazem parte do cotidiano dos homens desde priscas eras e mesmo entre os povos mais desenvolvidos tecnologicamente ela é elemento fundamental na sociedade, seja colorindo casas e habitações, ou tomando forma nos afrescos e pinturas em tela ou escultura em madeira e outros materiais. As cores estão presentes em todas as atividades humanas, que procura imitar a natureza que é sempre colorida, seja nos reinos animal, vegetal ou mineral. Tudo é cor, tudo são matizes, tudo vibra no contato com a luz, criando um mundo de formas e texturas que impressionam e comovem o olhar humano.


No candomblé de congo-angola, enquanto sociedade religiosa, as cores gozam de um estatuto especial, assim como nas demais religiões, seja através das comidas votivas, nos adornos da casa, ou nas pinturas rituais dos iniciados, enfim, tudo gira em torno das cores branco, vermelho e preto, que são carregadas de um simbolismo próprio. Outras cores também são utilizadas, mas não com a mesma freqüência e normalmente são cores derivadas das três principais que são o branco, o vermelho e o preto.
No Nzo Tumbensi de Itapecerica da Serra-Sp. fizemos um levantamento das principais cores nas cerimônias e chegamos à seguinte conclusão.
Entre as três cores utilizadas encontram as seguintes percentagens assim distribuídas entre os vários momentos do culto.
47% dos elementos são de cor branca, 32% são de cor vermelha e 21% são de cor preta, o que dá uma idéia da preferência simbólica pela cor branca, seguida da vermelha e em último lugar da preta. Isso indica também que a cor branca e vermelha poderia ser vistas como cores positivas, enquanto a cor preta é considerada negativa, e, portanto, usada só em determinadas ocasiões.


COR BRANCA
Cor branca em roupas e paramentos
A roupa branca em uso no terreiro
Roupa branca da Muzenza (iniciado)
Colares brancos usados por todos os filhos de santo
B) A cor branca dos animais de oferenda
4) Galos e galinhas brancas
5) Cabritos e cabras
6) O sangue branco do caramujo
C) Comidas votivas brancas
7) Acaçá
8) canjica
9) farinha de mandioca
10) bolinhos de farinha
11) Água
12) Cachaça
13) Vinho branco
14) Pipoca
15) Sal
16) Feijão branco
D) edificações
17) A casa de Kavungu é pintada de branco
18) A casa de Nvumbi (casa dos mortos) é branca
19) Barracão (salão de festas públicas) é pintado de branco
20) A pintura do quarto sagrado é branca |(baquisse)
21) O nkissi Lemba é branco
22) Na primeira saída pública a Muzenza é pintada de branco
Outros materiais
23) Máscaras dos Bankissi
24)Pemba branca
25) Pano branco (morim) usado na kusaka
26) Bandeira do Tembu
27) Velas


COR VERMELHA
Roupas e paramentos
a roupa do Nkissi Matamba
contas vermelhas dos colares (Nzazi, Matamba, e outros)
máscaras dos bankissi
assentamento de Nzazi
Animais
frangos e caprinos vermelhos (ou marrons)
Comidas votivas
sangue dos animais
vinho tinto
azeite de dendê
mel
Makanza (acarajé)
outros materiais
Pano na sakulupemba
Velas para os catiços
Barro dos vasos, potes e quartinhas
Pintura no muzenza
Miçangas (Contas) vermelhas
edificações
casa do catiço

COR PRETA
roupas e paramentos
as roupas dos catiços
colares preto e vermelho e preto e amarelo
pintura azul no muzenza
animais
galos e cabritos pretos para os catiços
c) alimentos
feijão preto
verduras
outros materiais
1) as estatuetas de Nzilla e Nkod
2) Pano na sakulupemba
3) carvão
4) pólvora
edificações

Como se pode ver pelas descrições o uso maior se faz da cor branca e há uma razão para isso. Victor Turner (2005) ao analisar os Ndembu faz um estudo sobre o uso das cores entre eles e mostra a predominância da cor branca no cotidiano e nos rituais. Sabe-se e é de conhecimento corrente que o branco é a cor dos antepassados. Entre os bakongos quando alguém morre, faz uma passagem pelo grande mar e ao chegar à terra dos antepassados, o Mbanza Pemba, ele está branco translúcido pelo contato que teve com a grande água. Em compensação, os que não tiveram uma vida exemplar, não chegam a Mbanza Pemba e transforma-se em Tebo (pl. Matebo) e transformando-se na cor cinza com os cabelos vermelhos. São seres espirituais inferiores que passam o tempo rodeando as aldeias dos vivos, atormentando-os e roubando seus frutos e alimentos. Turner nos informa que tanto o branco quanto o vermelho em determinadas ocasiões pode representar tanto a masculinidade quanto a feminilidade. Na pintura de guerra dos homens o vermelho funciona como masculinidade, mas nos ritos reguladores das menstruações femininas o branco é que representa a masculinidade e o vermelho a feminilidade. Quanto ao negro representa a escuridão, o final das coisas, mas como tudo na cultura africana possui dois pólos, o negro pode também representar o recomeço, já que como representante da morte é também o recomeço das coisas. E a morte não é encarada como um fim em si como na cultura ocidental, mas como uma mudança de estatus perante a vida comunitária.
O branco é sempre entre os Ndembus uma cor positiva, enquanto o negro é negativa e o vermelho possui caráter ambivalente, pois pode ao mesmo tempo ser positivo e negativo, porque ao mesmo tempo em que representa a vida (sangue menstrual, das caçadas, que circula e dá vida aos seres) pode também simbolizar a morte. (o sacrifício ritual, a caçada, a mestruação etc.)


A primeira afirmação que podemos fazer é que o candomblé de congo-angola é herdeiro desse esquema de cores como já vimos em páginas precedentes. O uso intensivo dessas três cores vem demonstrar que herdamos dos africanos a utilização dessas cores com ligeiras adaptações, até na quantidade empregada do branco do vermelho e do negro. O negro como cor negativa está colocada em último lugar na escala cromática, enquanto o vermelho como cor ambivalente está em segundo lugar e o branco como cor positiva está colocada em primeiro plano. Todos os rituais existentes numa casa de candomblé congo-angola fazem uso das três cores, às vezes entremeados de outras cores, mas reconhecidas como oriundas dessas. Por exemplo, o azul e o verde são considerados negros, o laranja e o amarelo como vermelhos. Entre os Ndembu o sol e a lua são considerados brancos, dada a sua luminosidade, assim como entre outros povos bantu, e tal como no candomblé de congo-angola, o amarelo e o laranja são vermelhos e o azul e o verde são negros.


Percebemos que nos ritos de limpeza – sakulupemba – as três cores são utilizadas numa ordem crescente, primeiro usa-se o preto, alimentos, folhas, grãos, depois se usa o vermelho e finalmente o branco, finalizando com a alva canjica de milho, como a fechar o ciclo cromático e finalmente passa-se um pano branco, em todo o corpo do consulente, finalizando o ritual. O uso do preto em primeiro lugar está claramente expresso na necessidade de expulsar as coisas negativas e maléficas que vem causando sofrimento ao paciente. Em seguida entra a cor ambivalente trazendo boas coisas, num período intermediário entre o ruim, o negativo e o bom. E finalmente o branco, como cor positiva, a preparar o paciente para um novo momento, livre dos males que o acometiam. O uso das três cores, que vai do negativo (negro), da escuridão, passando pelo vermelho, uma cor ambivalente, e chegando ao branco é um percurso de fruição espiritual e mística que consiste em libertar o sujeito de todas as mazelas a que foi submetido.


Quanto aos animais de sacrifício, apenas se sacrifica animais de cor preta para as entidades ligadas aos aspectos de segurança e proteção da casa, dos homens e de tudo que se dispõe no candomblé. Catiços (machos ou fêmeas) recebem em sacrifício animais de cor escura (preferencialmente pretos) ou Mpambu Nzilla em suas várias modalidades, pois são divindades encarregadas de levar o mal, acostumadas a lidar com as forças negativas e, portanto, necessitam do sangue de animais escuros para receberem a força (nguzo) necessária para desempenharem suas devidas funções. Os bankissi ligados a terra também recebem cores fortes (preto e branco, preto e vermelho, preto e amarelo), pois a terra (o Ntoto) é o grande mistério e de força incomensurável. Daí a presença do preto como força renovadora, princípio e fim de todas as coisas. Alguns bankissi recebem em sacrifício animais de cor vermelha (marrom) ou amarelo, que são considerados vermelhos. Seriam esses bankissi de natureza ambivalente, já que o vermelho é uma cor ambivalente? Pensamos, sobretudo que esses bankissi dado o seu caráter ambivalente (Nzazi, Matamba, Bamburecema, Kavungu) tanto podem ser benevolentes quanto se provocados fazer grandes estragos na natureza e nos homens. Por isso, suas cores estão ligados ao vermelho e seus derivados, assim como os ligados a terra e a força da natureza usam as cores preto e amarelo, preto e branco, ou branco e vermelho.


Os bankissi ligados à água, ou vestem-se de amarelo (considerado vermelho) ou vestem-se de azul ou verde e portam contas da mesma cor. O verde é considerado preto, dado o mistério das águas profundas, no caso das divindades do mar. Os de amarelo são as águas doces dos rios e lagoas, o que mostra o caráter ambivalente dessas águas, que são tão necessárias à sobrevivência humana, mas que também podem matar e destruir, com afogamentos, alagamentos e tantos outros perigos. Cada cor atribuída a um Nkissi seja através das contas rituais ou das roupas portadas por eles, quando manifestados, tem uma razão lógica, acompanhando o raciocínio e a tradição bakongo.
Há todo um esquema classificatório de cores evidenciando a natureza de cada divindade, herança naturalmente africana, vinda com os escravizados das terras bantu.


Quanto às cores da iniciação, durante todo o período de recolhimento a que é submetido o noviço, 21 dias em total recolhimento no bakissi, ele fica vestido o tempo todo de branco, evidenciando o rito de passagem da vida profana para a vida eclesial. O branco aí representa esse momento de transição, sendo a cor dos antepassados e da passagem da vida terrena para a vida na aldeia dos antepassados. O branco além de significar a pureza, ou seja, os momentos de purificação por que está passando o noviço, é também o símbolo da entrada numa nova vida, vida essa de caráter sacralizante. Sendo a cor da morte e da renovação tem o claro caráter de morte para a vida profana e o renascer na vida espiritual dentro da religião que ele abraçou.
Durante as saídas públicas que em algumas casas é em número de três e em algumas em número de quatro, o noviço vai envergar as três cores. Na primeira saída ele vem vestido de branco, com as pinturas rituais em branco, feitas de pemba1 a cor branca por excelência. Traz o rosto e a cabeça assim como parte do corpo pintados de pemba, e vem vestido com uma roupa inteiramente branca. É o simbolismo de uma vida que esta nascendo para a comunidade por isso ele porta a cor positiva por excelência, numa clara alusão a morte do velho homem e o renascer do novo membro da confraria.
É alguém que está nascendo para o Nkissi, mas que ainda está em momento de passagem, como se este fosse o primeiro rito. Aliás, as saídas do Muzenza nada mais são que uma rememoração pública, aos olhos da comunidade, dos ritos pelos quais passou durante os dias de recolhimento.
Na segunda saída, o noviço vem de roupa colorida e tem o corpo pintado com as três cores (preto, vermelho, branco) ou de cores correspondentes a essas. Sendo a segunda saída um estágio intermediário, natural que as três cores apareçam, num momento de equivalência entre o ontem e o agora. Se na primeira saída ele demonstra que está entrando numa nova fase de vida, que vai pertencer à confraria, nessa segunda saída e o momento entre o querer pertencer e o pertencer. É nessa saída que o Nkissi vai se manifestar dando seu nome, o nome da divindade que rege o novo iniciado. Esse momento colorido (roupa e pinturas rituais) é o momento de afirmação total do novo fiel àquela confraria. O colorido feito em seu próprio corpo referenda esse momento de posse do Nkissi. A partir de agora, o neófito passa a ser “propriedade” daquele Nkissi e sua vida será regida pelos ditames da nova condição. As três cores são, pois a demonstração desse pertencimento a uma religião e a uma cultura.


Turner (2005) informa que nas grandes cerimônias entre os Ndembu, como o ritual de circuncisão, a partida para a guerra, ou os rituais de iniciação em geral, as três cores (o preto, o vermelho e o branco) estão presentes, nas máscaras, nos escudos, pintados nos participantes, ou como emblemas e estandartes. Talvez só nas grandes ocasiões as três cores apareçam combinadas entre os Ndembu, pois o mais comum e que seja usada aos pares, como o branco e preto ou branco e vermelho. Mas nas grandes ocasiões e comemorações elas são usadas juntas no sentido de completude, pois os Nedembu dizem que três rios têm origem em Nzambi Ampugo. Um rio de águas brancas, outro de águas vermelhas e ainda outro de águas pretas, numa clara alusão de que as três cores são originadas em Nzambi e partilham da realização e do equilíbrio do mundo. Toda a natureza é composta de três cores, desde as águas até os frutos das árvores, passando pelos animais e os homens. A vibração das três cores é que dá sentido e equilibra o mundo criado por Nzambi Ampungo, o incriado.


Na terceira saída, o noviço vem vestido com as cores do seu Nkissi protetor, que será de acordo com a natureza do mesmo. Se for um Nkissi ligado a terra, normalmente virá vestido de palha, ou de um tecido grosso e rústico, nas cores palha ou marrom. Se for ligado aos fenômenos da natureza, virá de roupas vermelhas ou vermelho e branco, assim como se for ligado às águas virá de amarelo ou azul ou verde. As cores aí obedecem a um determinado esquema, de acordo com a herança recebida dos africanos, sem fugir ao básico do preto, vermelho e branco, com suas derivações. É o momento culminante da festa, pois o Nkissi, ao dançar entre os humanos estará demonstrando sua alegria e sua posse naquela comunidade. Geralmente há a presença de uma ou duas cores, ou o preto e o vermelho ou o preto e branco, ou as cores consideradas como tal. Mesmo nas roupas estampadas procura-se juntar essas cores, ou evidenciar uma das cores mais características do nkissi em questão.


Quanto ao preto, não é uma cor totalmente negativa. Turner (2005) nos informa que o preto é também considerado a cor do amor verdadeiro, pois durante o ato nupcial é distribuída lama preta em todas as casas da aldeia, num claro partilha mento do amor do casal. Assim podemos ver que os Catiços, que são mais ligados às questões amorosas (como as pomba-giras) usam vermelho e preto, e os catiços machos usam preto. Além do mistério que o preto evoca e a ambigüidade do vermelho, são cores que remetem ao amor e a paixão carnal. Daí o uso dessas cores por esta qualidade de divindade. Algumas dessas entidades usam as três cores, mas o mais comum é que suas roupas sejam em preto, às vezes só vermelho, e às vezes vermelho e preto.


As três cores provêm de Nzambi Ampungo em forma de rios e colorem todos os elementos da natureza. Ao usá-las, o homem está entrando em sintonia com aquele que tudo criou, e deu aos homens elementos para que ele viva melhor. Tudo é colorido e tudo faz parte da criação de Nzambi. Citando textualmente Victor Tuner,
“As cores são concebidas como rios de poder, que tem sua nascente comum em Deus e permeiam todo o universo de fenômenos sensoriais com suas qualidades específicas. Mas, além disso, são consideradas também como tinturas da vida moral e social da humanidade...” (TURNER:2005 pg.106)
Concluindo, poderíamos dizer que as cores no candomblé de congo-angola obedecem a um rígido esquema de composição e uso. Que como as demais manifestações do candomblé nada é aleatório, mas tudo e todos ocupam lugares bem determinados nos rituais e na hierarquia do culto. Que as três cores utilizadas são provenientes da África bantu e que apesar das influências e adaptações necessárias no novo mundo, muito do que de lá veio permanece quase inalterado. Que se parte do conhecimento perdeu-se durante os horrores do tráfico, parte dele permanece na memória oculta de homens e mulheres passados de geração em geração e perpetuados por eles através da oralidade.
Que as três cores o branco, o vermelho e o negro, que são os três rios que fluem de Nzambi Ampungo, são os elementos que estruturam e dão sentido às praticas religiosas e dão unidade a liturgia do candomblé. As águas coloridas dos rios que fluem de Nzambi Ampungo é que fertilizam a terra e todos os seus frutos, assim como dá vida aos seres e aos homens. Sem essas águas coloridas o mundo e todos os seres viriam a fenecer. Portanto, não utilizá-las é negar a existência de Nzambi Ampungo, é negar a existência da natureza exuberante, é em suma, negar a própria existência do homem na terra.

REFERÊNCIAS
TURNER, Victor. Floresta de Símbolos – aspectos do ritual Ndembu.Tradução de Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto. Editora da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.
site
http://www.inzotumbansi.org/index.php?option=com_content&view=article&id=110:o-simbolismo-das-cores-no-candomble-de-congo-angola-&catid=13:noticias&Itemid=26

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ÀBÍKÚ

A= Nós; BI = significa VIDA IKÚ = significa MORTE


NÓS NASCEMOS PARA MORRER VARIAS VEZES, por acaso é novidade? Para mim os espíritos ÀBÍKÚS têm ligação direta com a vida e a morte. São espíritos muito evoluídos. Brasil se conota a morte como uma coisa terrível, mas ela é a certeza da vida, de tudo no mundo a certeza maior é que nascemos para morte, com isso da mesma forma que se agrada a vida se agrada a morte.
A religião espírita como um todo admite e cultua a reencarnação,

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O ORIXÁ EXÚ E O IMENSO INFINITO

Como o Orixá Exú é entendido e cultuado pelos yorubás, na África.

É um Orixá indispensável dentro do culto, sem ele não existe Orixá, pois é ele que serve de mensageiro entre os Deuses e os seres humanos.
Exú é o guardião das casas, dos templos das cidades e das pessoas.
Toda vez, que for fazer algo a algum Orixá deve ser feito primeiro oferendas à Exú.
Ele pode ser considerado o mais humano dos Orixás, nem mau, nem bom.
Exú foi criado da mesma matéria divina da qual os seres humanos foram criados.

Como Orixá, diz-se que ele veio ao mundo com um porrete chamado Ogò, que teria a propriedade de transporta-lo, ele representa também toda a fertilidade que é consagrada a ele.

Mensageiro dos homens aos orixás.

Elemento dinâmico, caminha entre o céu ( orun ) e a terra ( aiyê ), sempre levando mensagens dos filhos aos orixás.

Exú é único, e como único tem o poder de transformar tudo a sua volta.

Exú está a frente da evolução do mundo, participando de tudo ao seu redor.

 Todo ser humano possui seu Exú individual, como tem seu Orixá. Exú é responsável pela comunicação, pela evolução, pois está associado a atividade sexual, que assegura a continuidade da espécie humana.

Como é ligado a evolução, também é ligado ao destino das pessoas, e com isso pode circular livremente entre todos os elementos da terra.

Ele também representa o feminino e o masculino.

Exú, pôr ser o senhor dos caminhos, pela responsabilidade que ele tem, é o primeiro a ser cultuado em qualquer ritual.

Somente ele tem o poder de abrir ou fechar os caminhos, conforme for tratado.

Tanto pode trazer coisas boas, como má, pelo fato de estar sempre no caminho.

 A presença de Exú é necessária, pois somente ele transporta as oferendas e somente ele pode fazer aceita-las ou não.

Se não louvado no início de qualquer ritual, pode haver um desequilibro, o que faria que ele fechasse os caminhos e liberasse forças negativas para castigar quem não o respeitou direito, pois ele pode punir ou proteger.

Se respeitado, ele somente semeia o bem, fertilidade, saúde, harmonia.

Seu local consagrado  é a encruzilhada (orita), aonde todos os caminhos se cruzam, para poder observar e a partir daí, controlar todos os caminhos.

A rosa dos ventos o representa pois ela representa todas as direções do mundo. Diz-se que Exú nasceu com uma lamina sobre a cabeça. Isso por sinal, é dito em uma de suas saudações;

"Sonsó óbè kó lórì erù" ( A lâmina é afiada, ele não tem cabeça para carregar fardo)
Exú é considerado a terceira cabaça da existência, muito embora ele seja considerado como o primeiro Orixá a pisar na Terra, Oxalá é a primeira cabaça da existência e Oduduá é a segunda cabaça.

Èsù é um Òrìsà de grande importancia entres os Yorùbá.

Por ser muito corajoso e esperto, é considerado maior do que os outros Òrìsà, e nunca é esquecido por seus cultuadores que,  fazem-lhe as oferendas de alimentos sempre em primeiro lugar.

Os Yorùbá acreditam que ele sempre carrega um objeto chamado Agongo Ogo, com o qual realiza suas magias .
A imagem de Èsù é feita de um conjunto de pedras (Yangi).
Fazem-lhe sacrifícios para mantê-lo em frente de casa, mas sua imagem jamais é mantida no interior do lar, pois Exú está nos caminhos.

É comum oferecer a Èsù, entre outros, bodes (Òbúko), azeite-de-dendê (Epò Púpà), galos (Àkùko), caracóis (Ìgbín), acaçá e Obí. Sobre sua imagem (Ère) colocam-se azeite-de-dendê (Epò Púpà) e sangue de animal ( Èjè), simbolizando seu banho por essas substâncias. Èsù é inimigo de alguns Òrìsà.

Pessoas pedem também fecundidade a esse Òrìsà.
Conseguindo-a, dão a seus filhos nomes que incluem o de Èsù, tais como Èsùtosin (É bom cultuar Èsù), Èsùbìyí (Nascido de Èsù) etc.
Èsù possui também outros nomes, como Elégbára, Elégbáa, Leégbá.

As cidades onde se cultua Èsù são:
Ondo, Ilesa, Ijebu, Abeokuta e Ekiti.

http://obakeloje.webs.com/exueancestralidade.htm

terça-feira, 5 de abril de 2011

EXÚ MIRIM

Escrever sobre Exú Mirim se faz necessário nesse mo­mento porque, desde que psicografei o livro Lendas da Criação – A Saga dos Orixás, sua importância na Criação e na Umbanda mostraram-se maior do que imaginava-se.

Não temos escritos abundantes a nossa disposição que ensinem-nos sobre esse Orixá ou que fundamente-o com Mistério Religioso.

Essa falta de textos esclarecedores e funda­mentais das suas manifestações

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